Capítulo 7

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Noah não estava brincando quando disse que Sam, estaria aqui de manhã. 
Eu não queria ir, porém ele tinha razão. Estando longe dele e dos meninos, era mais fácil que algum inimigo dele se aproveitasse. Simon pode ter morrido, mas ainda tem outras pessoas que o querem morto.

Sam estaciona o carro de frente ao meu novo apartamento e já começo a me arrepender de ter vindo. Eu terei que arrumar outro emprego, o que vai ser muito complicado. Estou grávida, minha barriga já está aparecendo e as pessoas na maioria das vezes não querem empregar uma mulher grávida.

-Sam, você acha que eu fiz certo em não ter voltado pra casa com ele?

Sam me olha pelo retrovisor e sorri de lado.

-a casa fica bem melhor com você estando nela, porém eu acredito que ele tenha que se empenhar mais.

Faço que sim sorrindo, pelo menos alguém me entende. Pode parecer mal da minha parte, mas tem que ser assim, ele não pode achar que eu vou perdoar-lo assim tão fácil. Ninguém gosta de levar um tapa na cara.

...

O dia tinha passado tão rápido, quando eu vi já era noite e minha barriga roncava muito. Lin tinha vindo me ajudar a arrumar as coisas e até comentou que Krys ia vender o apartamento de Pescara.

-e como foi sua conversa com o meu irmão?

-você sabe, ele não conseguiu o que queria e foi super grosso comigo.

Respondo de forma obvia e ela faz um gesto negativo.

-mas me conta, o que você sentiu quando ele chegou com o algodão doce?- Lin me olha sapeca e prendo um riso.

Eu tinha me sentindo amada como sempre me sentia quando estava com ele. Parecia que nada tinha mudado, que nós dois ainda éramos um casal.

-eu fiquei surpresa, não esperava que ele fosse aparecer. 

-ele disse que ia no momento que você falou que queria, ele só te quer de volta- Lin sorri pra mim e aperta minha mão- Elly, ele te ama muito, não fez o que fez por mal, eu sei que ele errou, mas ele te ama e só te quer de volta.

Suspiro pesadamente e encaro a janela. Eu também o amo, mas ainda estou muito magoada. Eu o entendo, mas o fato dele ter partido para agressão me deixa muito com o pé atrás. Foi difícil confiar nele e agora seria muito difícil de novo.

-podemos falar de outra coisa?

...

Deito em minha nova cama e podia jurar que o cheiro inconfundível do Noah estava nos travesseiros. Só posso está ficando maluca.

Agarro o travesseiro e fecho os olhos pra tentar dormi, mas o sono não queria vim.

Noah on:

Solto a fumaça do cigarro pelo nariz e observo o movimento da boate. Estava escorado no corrimão do Camarote e os meninos bebiam enquanto comemoravam que o assalto de hoje foi um sucesso.

Tomo mais uma gole do whisky e ela invade meus pensamentos. Any não quer mais nada comigo e me sinto vazio. Pensei que ela amoleceria ao me ver com o algodão doce. Dirigir quilômetros por nada, bom, pelo menos ela aceitou morar perto.

Droga Any, por que você tem que ser tão teimosa e rancorosa?

Dou outra tragada no cigarro e dessa vez prendo a fumaça. Viro o copo de whisky de uma vez e encho meu copo de novo.

-deixa eu adivinhar, você está pensando nela- Lamar aparece do meu lado e me olha preocupado- você sabe que se quiser ela de volta, você vai ter que lutar muito.

-Lamar, é o que eu tenho feito, mas ela está irredutível, eu não tenho que correr atrás dela o tempo todo, tem uma hora que cansa.

E aquilo é verdade, não podemos passar o resto da vida correndo atrás de uma única pessoa e esquecer que a vida está passando. Se ela não me quer mais, eu não posso fazer nada, não vou obrigar-la a ficar comigo.

-então esquece ela, tem tanta mulher no mundo, você não tem que ficar sofrendo.

O problema é que eu não queria esquerce-la. Eu a amo.

-vamos ter um filho Lamar, não é assim tão fácil...

-você não vai deixar de ser pai da criança se não estiver com ela.

Ele da duas batidinhas no meu ombro e sai me deixando ali, pensando.
Eu preciso esquecer dela nem que seja por algumas horas.

Desço a escada do camarote e vou até a pista de dança, olho bem ao redor até que encontro Karen, ela era nova na boate.
A chamo com um gesto e ela vem até mim toda sorridente.

-deseja algo senhor?

Faço que sim e agarro a cintura dela.
-vem comigo.

Passamos pelas pessoas e a levo pelo corredor escuro. Subimos a escada do meu escritório e entro sendo seguido por ela. 
Fecho a porta e a encuralo na parede e beijo o pescoço dela, Karen aperta meus ombros e subo o vestido dela.

Eu só preciso esquecer.

A empurro contra o sofa e ela sorri como a verdadeira vadia que é. Desabotoou minha calça e a desço enquanto pego uma camisinha na minha carteira.
Coloco a camisinha no meu membro e vou até o sofa, fico por cima dela e Karen tenta me beijar, mas viro o rosto.

Meu celular começa a tocar como um louco no chão e praguejo alto. Bufo irritado e saio de cima dela, pego o celular e atendo.

-que porra, o que é tão sério pra vocês atrapalharem a minha foda?

O outro lado da linha fica em silêncio e tiro o aparelho do ouvido pra ver quem era. Meu coração parece parar de bater e suspiro alto.

-Any...

-desculpa Noah, eu não queria te atrapalhar- um soluço alto escapa pelos lábios dela e sinto uma lágrima riscar meu rosto- tenha uma boa noite.
Any desliga na minha cara e visto minha roupa apressado. 

Droga, droga, droga.

-patrão...

-VAI PRO INFERNO.

Saio correndo e desço a escada. Porra, eu fiz merda, mais uma vez eu estraguei tudo.

Dívida criminal 2T - noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora