KGB

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO XII – MISTÉRIOS DE DEZEMBRO

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CAPÍTULO XI - KGB

A primeira vez que Natasha fugiu de mim foi também a primeira vez que experimentei uma decepção amorosa. Nós tínhamos tido uma noite mágica. Compartilhamos nossos sentimentos e unimos nossos corpos em um encaixe perfeito. E eu realmente acreditei que depois de cinco anos tentando ter uma chance com ela, nós finalmente ficaríamos juntos. No entanto, ao acordar pela manhã sem tê-la ao meu lado foi o suficiente para entender que seus planos eram completamente diferentes dos meus.

A segunda vez foi de anos atrás, depois de termos experimentado a pior dor que poderíamos ter sentido. Além de perder meus amados filhos, eu a perdi. E então, por quase três anos, eu me isolei. Eu não tinha confiança em mim para cuidar de minha família e de meus sobrinhos. Era como se eu tivesse perdido o chão.

Foi somente depois de ter um sonho com Lila e Cooper, onde eles me diziam que eu precisava seguir em frente foi que eu criei coragem para me reerguer. Reuni todos meus sobrinhos mais uma vez e procurei compensar a minha ausência. Dediquei minha vida inteira a proteger meus sobrinhos e ao trabalho. Viajei o mundo e conheci novas pessoas. Pensei que talvez assim pudesse esquecer Natasha, assim como ela havia pedido. Mas é óbvio que eu não consegui.

Beijar Natasha me trouxe todas as emoções que eu senti dez anos atrás de volta. Eu estava com medo. Um doloroso e assustador pressentimento de que essa culpa e desespero. Natasha fugiu de mim pela terceira vez e eu não estava pronto para perdê-la mais uma vez.

Por isso, assim que consegui sair da recepção em minha casa com buffet após o velório de Bernard, resolvi que precisava ir atrás de Natasha na CIA. Eu sabia que ela tentaria se afundar em trabalho para esquecer as dolorosas lembranças das crianças. Mas para a minha surpresa, um dos agentes no local informou que ela havia saído com Hillary. Fui até a casa de Hillary, mas mais uma vez, elas haviam saído recentemente, segundo informou um vizinho que passeava com o cachorro.

Para a minha sorte, quando eu estava prestes a perder as esperanças de encontrar Natasha, Oliver me liga para dizer que Tony havia insistido em falar comigo. Converso um pouco com o garoto e assim que a ligação retornou ao meu sobrinho, descubro que Felicity havia saído com Peggy e Hillary até um pub que havia próximo a residência da agente.

Temendo perder a chance de encontrá-las de uma vez por todas, dirijo de forma imprudente, desrespeitando a maior parte das leis de trânsito, até que vejo o pub informado por Oliver. Meus passos se apressam ainda mais ao sentir aquele desejo quase sufocante de querer vê-la. Assim, adentro do pub e passo a andar pelas mesas em busca de Natasha.

E quando chego ao lugar mais isolado do pub, avisto a ruiva sentada a alguns metros de mim, acompanhada de Hillary, Peggy e Felicity. Seu olhar assustado se encontra com o meu e isso me faz parar no mesmo instante. Seus olhos estavam vermelhos e o rosto molhado de lágrimas. As garotas que a consolavam, viram-se para ver o que havia chamado tanto a sua atenção e parecem surpresas com a minha presença.

Hillary é a primeira a se levantar e vir em minha direção. Ela me encara com preocupação e se aproxima a passos apressados. Assim que me alcança, a garota me dá um forte abraço, como se estivesse me consolando. Mesmo sem entender o que se passava em sua mente naquele momento, correspondo ao gesto até que ela me empurrasse delicadamente para me encarar. Meu olhar volta para Natasha, que parecia estar em uma complicada batalha interna sobre o que deveria fazer.

- Clint, você precisa ir para casa. – Informa Hillary, chamando a minha atenção. Encaro-a, não gostando da expressão determinada da garota em me tirar do restaurante.

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