• Capítulo 5 •

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ATUALMENTE

RIVKA

— Ora, ora, ora. Veja se não é Rebeca Scott.

Quando consegui entrar na sala do chefe e acender a luz para verificar o lugar, o próprio estava me aguardando.

O susto que levei não podia ser mensurado. Meu coração parecia querer saltar pela boca.

O homem de meia idade, aparentes quarenta e tantos anos e feições rudes, bem bronzeado, soprou a fumaça do charuto que dançava por entre seus dedos. Sua pose sobre a cadeira que estava sentado, me lembrava a de um mafioso.

— Acho que está se confundindo, senhor. Estou procurando uma pessoa

Tentei disfarçar, mas o maldito susto me pegou tão desprevenida que nada que eu dissesse sairia coerente naquele instante.

Ele estreitou o cenho contendo um par de sobrancelhas muito cabeluda, na minha direção.

— Sei tudo sobre você. É uma de nós. Quer detonar o Patriarcado, não quer?

Alívio percorreu minha espinha quando ele mencionou o fato de odiar o Patriarcado. Eu sabia que eles eram rebeldes, mas não sabia até qual ponto. Vai que de um dia pro outro o Patriarcado conseguiu comprar todos eles e estavam apenas ali mantendo uma fachada de rebelião?

Me aproximei lentamente de sua mesa e vi quando seus olhos vaguearam sobre meu corpo.

Maldito decote!

— Posso ser sim, ou não. Não sou burra, senhor Sanchez. Estou aqui para uma conversa amigável, sob os meus termos.

Deixei de propósito, a alça do vestido deslizar um pouco por meu braço, dando um ar ainda mais sedutor em minha roupa colada.

— Porra, mulher... Não sou o tipo de homem que se contém ao ver uma provocação dessas. Acho melhor sentar aí e ser direta ao ponto.

Ele se irritou e isso me fez empertigar no lugar, ainda de pé. Respirei fundo e o obedeci, sentando em seguida.

Não queria que o homem me atacasse ou algo do tipo, mas às vezes a sedução me ajudava à princípio. Jamais passei por nada constrangedor.

— Tenho o melhor plano para que Patriarcado seja aniquilado da face da Terra. Fontes seguras e mapas que nenhum rebelde antes teve acesso. Para que nossa aliança seja feita, firmaremos um contrato e seu exército será parte do meu, para juntos, no dia certo, estarmos nesse confronto.

Ele elevou o rosto e me analisou ainda com a feição dura.

— Como sabe se sou mesmo um rebelde?

A pergunta me pegou de surpresa, mas fingi que já a esperava e respondi com maestria:

— Eu sei tudo sobre você.

Ao dizer aquilo, como um blefe ridículo, o homem levantou da sua cadeira enorme e acolchoada e deu a volta na mesa de mogno escura, bem imponente, parando de frente a mim. Sua mão segurou meu pulso, me pondo de pé em segundos.

— Então deve saber que eu não rejeito mulher que me provoca.

Ao dizer aquilo, não consegui assimilar e logo fui invadida com um beijo insano, fugaz e com gosto de charuto. Estava enojada do abuso daquele maldito chefe.

A forma como ele me segurou firme no pulso e depois se firmou na minha cintura me fez querer vomitar na cara dele. Logo senti sua mão descer para minha bunda e apertar ali, antes de seus lábios deixarem os meus.

RIVKA e o elo perpétuo (2) (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora