CAPITULO 07

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Era domingo de manhã cedinho quando Roberto esperava Helena sair do presidio, de dentro do seu carro, viu a silhueta dela aparecendo na porta daquele estabelecimento de pessoas sem liberdade, Helena estava muito magra, pálida abatida, tinha marcas de sofrimento estampada em seu rosto, usava uma saia comprida de um tecido floral e uma camiseta sem cor colada ao corpo, nunca se sentira tão feia tão suja, tão sem vida, aproximou-se de Dr. Roberto que abriu a porta do automóvel assim que a viu, abrindo um largo sorriso, disfarçando sua dor, por ter perdido sua companheira de investigação.

Helena sentou-se ao seu lado sem muita animação somente um sorriso afinando os lábios, e nada mais em absoluto silêncio viajara a até sua casa.

Encontrando Seu Aprígio e Zelito tristonho ainda não haviam superado o sofrimento causado pela perda de Ruth.

__. Estou livre pai, estou livre.

Helena falava abraçando seu Aprígio.

__. Que bom, finalmente uma boa notícia. Seu Aprígio falava sem esconder a emoção de ver sua filha em liberdade, Zelito também abraçou a irmã feliz, emocionado.

D. Celina não apareceu para vê-la, esta saiu à sua procura pela casa, olhando os cômodos, tudo estava no mesmo lugar, porém havia muita poeira nos moveis, a casa toda mostrava sinais de total desleixo, que ela não julgava, entendia o sofrimento que por eles vivido.

__Mãe... Helena falou baixinho encontrando a mãe, deitada em sua cama como se não tivesse mais vida.

__Mãe... repetiu Helena. __. Estou livre mãe.

__Bom.... Sua irmã é que não volta mais.... Falou virando as costas para Helena.

Helena deixou cair uma lágrima. __. Eu não tive culpa mãe...

__. Você nunca tem culpa de nada Helena, se você não cassasse encrenca, nada disso teria acontecido.

__Mãe... parou de falar, não ia adiantar nada, sabia da opinião de sua mãe, se fosse falar terminaria no silêncio absoluto de D. Celina. E depois tinha algo muito importante a fazer...

Sem se quer trocar a roupa que havia saído do presídio, pegou a chave do carro de Zelito e saiu em alta velocidade sem avisar a ninguém o onde iria.

Correndo muito nas estadas nordestinas cercadas pelas arvores nativas do sertão semiárido, arvores secas, mortas, mostrado um vestígio do que um dia já fora. Assim era a alma de Helena, naquele momento. O velocímetro mostrava que o carro tinha pouco combustível mais ela nem atentava para isso, queria que ver seus filhos.

Já era tarde o sol brilhava, o calor nordestino, já queimava a pele fazendo com que as pequenas gotas de suor explodissem pelos poros, quando finalmente chegou ao seu destino, encontrou a porteira aberta, entrou, diminuindo a velocidade,  era domingo, deduziu que encontraria Marcos em casa. Tudo estava do mesmo jeito, nada havia mudado, passou pela pracinha, onde as flores de D. Elvira brotavam seus cachos, abrindo-os como um convite a olhar, não havia como passar por aquelas roseiras sem serem vistas, mesmo em seu estado de total descontrole emocional, Helena pode comtemplar a beleza daquelas flores, nos seus últimos meses era o que tinha visto de mais bonito.

Parou no terreiro de sua casa, a casa de Helena como todo mundo chamava. Dentro de si tinha algo que ela não sabia  definir, algo vazio, algo que dizia que aquela casa não era mais sua.

__Marcos... Marcos... gritava olhando de longe para as janelas fechadas no andar de cima.

__Marcos.... Este apareceu na porta, escancarando-a, atrás dele vinha uma figura feminina.

A Filha do CarpinteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora