A luz do sol invadia meu quarto pelas frestas da cortina, pisquei várias vezes para me acostumar com a claridade.
- Droga, esqueci de fechar a cortina de novo?! - disse me sentando na cama e coçando os olhos. Prendi meu cabelo de qualquer jeito em um coque, estava parecendo uma leoa, meus cachos estavam rebeldes hoje.
Não sou aquelas meninas padrões que todo mundo gosta, sou negra, olhos castanhos escuros, que no sol ficam claros, sou magra e tenho cabelos cacheados e por fim, tenho 1,60 de altura.
Me levantei e fiz minha higiene matinal, logo após desci para tomar café da manhã.
- Bom dia papai, bença.
- Deus te abençoe filhota, como você está? - disse pegando uma maçã apressado, e logo em seguida sua mala de viagem.
Não acredito que ele vai ir trabalhar de novo! Ele acabou de chegar de viagem, ele não consegue ficar um dia inteiro se quer em casa?!
- Hum, não vai ficar para o café? Já tem que ir trabalhar? Ou dessa vez vai ter que ir viajar e ficar mais uma semana? Talvez duas? Podia ficar para sempre, já me acostumei com a sua ausência - cuspi as palavras com desdém.
- Eu preciso trabalhar, você sabe muito bem disso, já tem 18 anos, você não é mais criança Emilly.
- Ótimo vou sair hoje, vou ver uma amiga - disse mordendo um pedaço de pão de queijo.
- An? Claro que não, ainda mais sozinha, aqui é muito perigoso.
- Eu já tenho 18 anos papai, eu não sou mais criança - falei fazendo pouco causo, aliás é isso que meu pai faz comigo, não é mesmo? - além do mais não é aqui em Copacabana, é em Bangu. - dei um sorriso irônico olhando para meu pai logo em seguida.
Tão bom usar as palavras dos outros contra eles mesmos, sinto um gosto estranho na boca, acho que é o gostinho da vitória bebê!
Ele me olhou com aquele olhar, o olhar de reprovação, e negou com a cabeça. Terminou de morder o último pedaço de sua maçã, e olhou para mim.
- Tudo bem, o que você acha de um segurança? - falou respirando fundo e cruzando os braços.
-Pai eu só vou ver minha amiga, não há nada de mais nisso!
Já estava furiosa com essa preocupação excessiva do meu pai, aposto que se ele se importasse comigo de verdade passaria mais tempo comigo!
-Em uma favela? E ainda quer ir sozinha?! - disse passando a mão pelo seus cabelos ondulados e cruzando os braços novamente - você está blefando Emilly!
Meu pai, ou, senhor Alexandre, eu praticamente sou a cópia dele, ele é magro, 1,70, cabelos ondulados, e está no auge dos seus 42 anos.
- Eu só quero ter uma vida normal, não vou viver presa aqui! se tiver que acontecer algo vai acontecer, e nem você nem ninguém conseguirá impedir. Não quero ficar andando cheia de seguranças, não sou uma celebridade papai!
- Mas eu sou renomado Emilly. Você acha quem não vão te reconhecer também?
Meu pai é empresário e advogado, ele também possui alguns mercados espalhados pelo Rio de Janeiro.
- Então você não vai deixar eu ter uma vida?
- Eu só estou querendo te proteger, me entenda - disse ajeitando seu terno.
Andou até mim e depositou um beijo na minha testa, logo virei o rosto e fiz cara feia.
- Vai ficar quanto tempo?
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Os Opostos Se Atraem!
Adventure*** Capa feita por Ana Clara Emilly é uma jovem de 18 anos que está cursando medicina, seu pai Alexandre não é aquele pai presente e praticamente mora no trabalho. Emilly vive em casa pois seu pai é muito protetor, mas quando o pai dela sai em viage...