Troclodita

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RIO DE JANEIRO, SEGUNDA FEIRA.
10:00 AM.

Bom dia - disse a enfermeira sorrindo, como alguém pode sorrir pela manhã? - vamos levantar? - abriu as cortinas do meu quarto a claridade invadia o meu quarto e me incomodava, incomodava muito...

- Bom dia? Eu só quero dormir - revirei meus olhos e neguei com a cabeça - minha cabeça está me matando, preciso de um remédio.

- Bom, eu já passei o relatório do seu caso para o seu pai mas acho importante falar para você também, você teve hemorragia interna devido aos chutes no abdômen, mas a hemorragia parou por si só e não vamos precisar de cirurgia, mas você ainda poderá sentir os sintomas tals como,dor de cabeça forte, tontura, fraqueza, dificuldade para engolir, problema de visão e até desmaios.

Disso isso tudo sem tirar os olhos de sua prancheta.

- Então eu não vou poder fazer nada sozinha? - revirei meus olhos e bufei.

- Não, não poderá - olhou para mim - e não é aconselhável que você faça esforços, então terá que andar de cadeira de rodas, pelo menos por hoje.

- Revirei meus olhos - preciso fazer xixi.

- Ok, primeiro toma esse remédio para dor - disse me dando um comprimido e um copo de água. Eu odeio tomar remédio, mas a dor estava demais, peguei o comprimido e joguei na boca e bebi toda a água que estava no copo.

A enfermeira aparentava ter uns 40 anos, como ela ia me tirar da maca e me botar na cadeira, será que ela vai me aguentar?

- Ok só um minuto - se retirou do quarto.

Ué para aonde ela foi? Vou ter que fazer xixi na cama? Estou muito apertada.

Alguns minutos depois vejo ela entrando com o... Erick?! Ah não fode!

- É sério isso? - reviro meus olhos e cruzo os braços.

- Se quiser pode mijar na cama madame - virei meu rosto ainda de braços cruzados e fiz bico.

O que ele tem de gostoso ele tem de ignorante. Ele andou em minha direção e me pegou, gemi de dor, parecia que ele estava tentando ser o mais delicado possível, ele se inclinou para me botar na cadeira de rodas e nossos rostos ficaram próximos, próximos demais... Ficamos olhando uma para o outro, até sermos interrompidos.

- É... Então vamos, Emilly - Meu Deus, eu já tinha até me esquecido que ela estava aqui.

- An?! Vamos, é claro - exclamei quase pulando da cadeira.

A enfermeira se chama Carolina, ela é bastante rude com tudo, de ignorante aqui já basta o Erick. Quando chegamos no banheiro fiquei a encarando esperando ela sair.

- Preciso de privacidade mulher - fiquei encarando ela, esperando a mesma sair.

- Tudo bem, não demore. - disse se retirando do banheiro e fechando a porta do mesmo.

Até que enfim fiquei sozinha, mulher chata, fiz minha higiene matinal, e botei a banheira para encher, fiz tudo com bastante dificuldade, meu estômago ainda doía muito. Enquanto a banheira enchia fiquei sentada na cadeira.

- Emilly, está tudo bem? - questionou a minha enfermeira dando leves batidinhas na porta - consegue se virar aí?

- Sim, está tudo ótimo.

- Eu vou precisar sair por algumas horas, mas a dona Jô está a caminho, vai ficar tudo bem se eu sair?

- Sim, dona Caroline.

Finalmente a banheira encheu, tirei minhas roupas e entrei com bastante dificuldade, suspirei aliviada quando sentei - me totalmente na banheira. Será que o papai já foi para o trabalho? Sinto tanta saudades dele, ele podia tirar mais tempo para ficar comigo...

Os Opostos Se Atraem!Onde histórias criam vida. Descubra agora