Capítulo 31 ✔

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Andava de um lado para o outro como se com apenas isso eu fosse fazer um buraco no chão. Eu ouvia o salto das minhas botas fazendo barulho no corredor assustadoramente vazio e eu queria algo para comer agora, apenas para deixar a minha boca se movimentando. O meu coração parecia que iria sair para fora do meu peito e a minha garganta parecia estar fechada, e isso estava me deixando ainda mais agoniada. Liguei para Paul -meu chefe- para dizer que eu não poderei ir hoje e expliquei o motivo, e como um anjo compreensivo que ele é, ele me dispensou por hoje e desejou boas energias. Bom, eu espero que dê tudo certo.

Para a nossa sorte, Laís trabalha como secretária nesse hospital e qualquer coisa que ela precise saber, eu nem preciso ligar para ela. Ela ficou aqui um pouco em seu horário de almoço, saiu para comer algo rapidamente, subiu para sua ala logo depois e até então, nada de notícias da minha amiga. Tive que atender Liam, que estava ligando desesperadamente para mim e mesmo que eu tivesse dito que eu poderia ficar com ela, Liam comprou a primeira passagem para Londres e está a caminho daqui, isso já faz umas 8 horas, mais ou menos.

-- Maria? Você não saiu daqui? - Ouço a voz da minha amiga mais velha atrás de mim e eu balanço a cabeça negativamente - Você precisa comer. Qual foi a última vez que você comeu?

-- Quando eu saí de casa...

-- Já faz 8 horas, Maria. Vai comer, pelo amor de Deus - Laís insiste e nesse momento, senti a minha barriga roncar. Eu assinto, indo em direção à lanchonete que havia no hospital. Infelizmente, era dois andares abaixo e eu tive que pegar um elevador até lá.

Pedi um leite com achocolatado e um croissant, e eu comi calmamente, para que pelo menos isso aguente no meu estômago por um bom tempo para que eu não tenha que descer aqui novamente para comer.

Ao terminar, paguei a conta e caminhei o mais rápido possível até o elevador para ir para o andar onde minha amiga estava. Há algumas horas atrás, a médica responsável por Carol havia aparecido para dizer que tinha que fazer mais uma bateria de exames para ver se estava tudo bem com minha amiga e com o meu sobrinho -ou sobrinha-, e quando saísse os resultados, ela falava comigo. É isso que têm me deixado aflita.

Saio do elevador e caminho em passos largos até o corredor do quarto de onde minha amiga estava.

-- E aí, Laís? - Ela olhou para mim, e balançou a cabeça negativamente. Nesse mesmo momento, os cabelos castanhos da Dra. Anderson apareceram em meu campo de visão.

-- Laís, Maria - Ela nos saúda com um aceno de cabeça, olhando para os exames -que provavelmente eram da minha amiga- que estavam presos em sua prancheta - Nós fizemos todos os exames para ver se o bebê está bem... E ele está em ótimas condições - Eu respiro em alívio - O que aconteceu foi um sangramento e isso é normal devido ao mês de gestação, e a dor era uma cólica que também é normal. Mas, ela terá que tomar cuidado com o que ela faz, e vocês vão puxar a orelha dela se ela for teimosa. Okay?

-- Okay. Nós podemos vê-la? - Laís pergunta, e Dra. Anderson balançou a cabeça positivamente, dando passagem para que nós entrassemos no quarto de nossa amiga, que havia acabado de acordar.

-- Você nos deu um baita susto - Eu falo, arrumando os seus cabelos loiros no travesseiro. Ela riu, olhando para os seus dedos entrelaçados.

-- Desculpe. Eu estou muito estressada e eu sei que isso faz mal a esse garotinho, ou garotinha - Ela riu, enquanto acariciava o seu ventre, onde carregava um dos motivos de sua alegria - Eu vou tentar relaxar. Prometo.

L I A M

-- Cachinhos! - Eu exclamo, ao avistar uma cabeleira lindamente cacheada no corredor do quarto de onde supostamente a minha namorada estava. Eu estou morrendo de cansaço, mas eu estou mais preocupado com a minha namorada e o meu filho, que eu não tenho notícias deles ainda.

NIGHT CHANGES | Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora