Amor a Tira Colo

Capítulo 1 - Andrezza

Olá meus amores, cheguei com mais uma aventura! História dos pombinhos Andrezza e Fernando do ADQSV. Aproveitem sem moderação. O primeiro capítulo conta um pouco do passado da nossa Andrezza.

Boa Leitura ♥

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Flashs do passado...

É um dia lindo e ensolarado acordei com minha mãe me desejando feliz aniversário com um café da manhã cheio de coisas gostosas, papai está aqui também e eles me deram um abraço bem forte.

Hoje completo 10 anos e estou muito feliz com isso, minha mãe pegou um dia de folga e hoje vamos comemorar nós três juntos. Amo tanto meus pais, eles são tão bons pra mim. Enquanto eu como vejo que mamãe atende o celular e fica um pouco nervosa, deve ser coisa do trabalho.

- O que foi mamãe? – perguntei

- Nada não minha filhinha linda, era só engano – ela sorriu nervosa

- Tudo bem então, vamos sair hoje? – disse animada

- Claro que sim! Estou de folga por isso – ela sorriu

Papai foi trabalhar, ele era policial e a noite voltaria para saímos, estava tão animada, seria o melhor presente de todos esses anos. Brinquei o dia todo com meus brinquedos novos e mamãe participou da brincadeira também, alias, minha mamãe era tão linda.

Alta, magra, negra, cabelo enrolado e comprido, olhos castanhos profundos e um sorriso branco acompanhado de lindos lábios carnudos. Tinha um corpo escultural e eu tinha orgulho de dizer que ela era minha mãe. Era simpática e muito educada, sabia ser gentil, mas dura quando precisava, era uma mulher completa.

- Andrezza, vai tomar seu banho e se trocar – mamãe gritou do quarto dela

- Tá bom mamãe, já vou! – disse animada e me joguei debaixo do chuveiro, lavei meus cachinhos, escovei os dentes e coloquei meu vestidinho branco com florzinhas rosa e minha rasteirinha branca, mamãe gostava quando eu colocava vestido.

Fiquei na frente do espelho fazendo caras e bocas, e rindo, eu estava tão feliz. Mamãe chegou e ficou na porta me observando, me virei e tomei um susto.

- Nossa mãe, a senhora me assustou – disse com a mão no peito

- Desculpa minha princesa – ela sorriu, vestia um macacão amarelo que destacava sua cor e sapatilhas pretas – Você está tão linda princesa, vamos tirar uma foto juntas?

- Sim, sim, sim – respondi animada

Então mamãe pegou a câmera que tínhamos, daquelas que a foto já saia. Não sei o nome parecia meio antiga, mas tirava fotos lindas. Sorrimos e batemos a foto, depois mamãe me encheu de beijinhos e cosquinhas.

- Eu te amo filha – sorriu

- Eu te amo mamãe – sorri de volta

Passamos uma noite muito agradável, comemos uma lasanha ao molho branco divina, estava tudo muito gostoso. Meus pais me deixaram comer uma torta de morango sozinha, com toda certeza esse era meu melhor aniversario.

Tiramos mais algumas fotos e mamãe disse que não estava se sentindo muito bem, peguei na mão dela e olhei em seus olhos.

- Vou cuidar de você mamãe

- Obrigada filha – sorriu

Saímos do restaurante e passamos por uma rua escura, estava com medo então apertei mais a mão dos meus pais. Quando estávamos quase chegando ao final da rua, apareceu um homem todo de preto e falou alguma coisa relacionada ao serviço do papai. Ele pegou a bolsa da mamãe para assaltá-la, mas ela resistiu, o cara parece que ficou assustado e apertou aquele negócio que tava na mão dele, mamãe caiu no chão e ficou cheia de sangue. Papai saiu correndo atrás de socorro e eu fiquei lá com ela.

- Minha menina, estarei sempre com você – ela dizia com o pouco fôlego – Eu amo você e seu pai para sempre, não se esqueça. Estarei lá de cima olhando você – e fechou os olhos

Foi a última vez que a veria e ouviria sua voz, a ultima vez que sentiria sua pele, ela morreu em meus braços. Chorei, chorei , chorei, mas parecia que a dor não se acabava, papai ficou desolado e no velório passou muito mal. Fiquei chateada com tudo isso e busquei forças para cuidar dele e para orgulhar minha mamãe.

Depois da morte da mamãe meu pai não se conformou e passou a beber, mas a beber sem controle nenhum, virou um doente e após dois anos morreu de cirrose, meu chão se abriu mais uma vez, me sentia perdida e sem ninguém. Morei com minha tia até os 18 anos e depois fui atrás do meu futuro.

Estou aqui agora segurando cada foto que tiramos naquele fatídico dia e me lembrando dos momentos que Deus me permitiu passar com eles dois nesses anos, me sinto vazia e sem ninguém, mas sei que tudo isso foi suprido da melhor forma. A vida não para, e é curta demais para ficar se lamentando pra sempre.