Paris, século XV. Em uma sociedade definida por classes, Taehyung e Yoongi sequer estão no nível mais baixo da pirâmide social. São ciganos que não temem o olhar da sociedade, mas sim o que ela pode fazer com seu povo - principalmente a Igreja. Jeon...
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Antes mesmo de conseguir pronunciar qualquer palavra sobre o misto de pensamentos e informações que lhe invadia a mente, Jeon se atentou ao barulho de passos corridos vindo do início da floresta, que cada vez se aproximava mais junto com tilintar de correntes e algo que remetia ao som de moedas.
Tão logo que escutou, virou-se para ver o que provocava esse sonido, mas se espantou com a rapidez que um homem de pele branca como a lua e ágil como gato passou por si, rodeando Hoseok com seus braços, abraçando-o pelo pescoço — ficando na ponta dos pés para tal.
— Você veio! — exclamou o estranho. — A madrugada já está chegando, achava que não vinhas mais.
— Claro que vim, e ainda trouxe um presentinho para o festejo de vocês — disse sorrindo ao colocar a garrafa roubada do baile em sua visão, retribuindo o toque afetuoso.
— Hoseok. — Jeongguk clamou abismado. Seus olhos triplicaram de tamanho ao ver seu amigo conversando, como se fosse normal, com um deles. — O que está acontecendo?
O cigano pareceu finalmente prestar atenção na figura perdida do outro nobre, se afastando bruscamente do Jung. Entrou em uma espécie de posição defensiva, o analisando de cima a baixo, surpreso também com a presença de um terceiro ali.
— Tu tens contato com um cigano?! Conhece eles?! — Jeon perguntou ao passo que sentia sua respiração tornar-se alterada a cada nova indagação. — O que pensas que estás fazendo? Endoidou?
— Calma, Jeongguk. — O mais velho nem teve tempo de prosseguir com sua fala, logo sendo interrompido por seu amigo completamente alterado.
— NÃO ME PEÇAS PARA TER CALMA! NO QUE DIABOS ESTÁ SE ENVOLVENDO? — Jeongguk berrava, começando a chamar atenção de alguns ciganos que guardava a parte externa da comunidade. Deu um passo à frente para questioná-lo em voz baixa — Quer queimar no inferno, é isso? E ainda por cima me levar junto?
Aquela pergunta havia sido o estopim para Hoseok que se aproximou sério, ficando frente a frente com um olhar nada amigável voltado para o mais novo. A seriedade assustadora fazia com que Jeongguk quisesse gritar ainda mais com o mais velho, ao mesmo tempo que exercia um sentimento muito incômodo em seu interior, pois, aquele olhar poucas vezes fora direcionado para si e seu resto de consciência ainda pesava se não estavas errado por surtar.
— Por favor, se acalma e me escuta. — Segurou Jeon pelos braços mantendo o foco do mais novo em si. Sabia que aquilo era uma loucura para alguém da classe deles, principalmente por Jeon ser quem é, vindo da família que veio. Contudo, se havia topado chegar até ali, não iria recuar. A sorte já havia sido lançada e o destino acaba de traçar um novo caminho. Só pedia a Deus e todas as forças que não saísse do controle, mais do que havia idealizado.
