Capítulo 1. Encontro de Bar

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Era noite em Gangnam-gu e, no frio de fevereiro, Jeon Jungkook caminhava em direção a um restaurante conhecido pelo alto preço dos alimentos, chamado Gippeum. Como sempre ocorre às quintas-feiras: a pé, o garoto de 22 anos entra, cumprimenta os garçons, desce ao estacionamento e, quando neste, atravessa uma porta escrito "emergência". Ao abri-la, desce uma escada, com aproximadamente quinze degraus, em que no seu fim tem uma porta com um segurança, permitindo a entrada de pessoas autorizadas. Todo esse percurso fora feito para que Jeon entrasse na boate secreta de Min Yoongi, ou Suga, como ele é conhecido pelos membros da casa.
Políticos, cantores, diretores de cinema e outras pessoas tão importantes quanto estavam ali, se misturando à música, ao álcool, às strippers e às drogas que no local são oferecidas. Mas o que ele, um garoto jovem, sustentado pelos pais, que vive para pagar o aluguel, faz em um lugar como esse, com gente como essa? Essa dúvida perturbava Jungkook:
- Por que eu estou aqui? - O menino se questiona para o barman a sua frente.
- Jin, faz mais uma mimosa, por favor. - Uma pessoa do sexo masculino, aparentando ter 25 anos, chegou batendo amigavelmente nas costas de JK - e pro pequeno aqui uma taça de Bokbunja Ju, como sempre. - Sem entender, Jeon sorri tímido e não diz nada, enquanto o homem desconhecido se senta ao seu lado - E então, alguma novidade? Cliente ou... funcionário?
- Pronto Namjoon, uma mimosa pra você e Bokbunja pro Jungkook. - entrega o homem para quem as bebidas haviam sido solicitadas, Kim Seokjin. Este, era o barman da boate e também o responsável pela organização do ambiente. Namjoon era íntimo de Suga e todas as noites em que a boate funcionava, ele estava lá, cuidando para que tudo acontecesse conforme Yoongi exigia.
Em um colapso, Jeon se lembra de suas responsabilidades com a casa e explica:
- Então, Namjoon, é o seguinte, o país está passando por um momento difícil e cada dia fica mais complicado colocar pessoas de outros países aqui dentro. Apesar de você ter seus contatos... - Mais uma vez, o jovem se esquece e trava, sem saber o que completar na frase que estava dizendo. Ele estava nervoso e confuso.
- o que? - Kim Namjoon altera o tom de voz, o que representa sua alteração imediata de humor. Jeon não sabia o que responder. - Você acha que é fácil isso aqui? Yoongi sabe que os clientes estão cansados de serem atendidos pelas mesmas mulheres e o ambiente aqui está cassado, você precisa fazer algo ou não vai ter utilidade nenhuma mais...
- Você não me deixou terminar de falar! Como te disse na ultima semana, a boate não é sua e os clientes não são seus... Eu preciso falar com Yoongi, eu quero resolver os negócios com ele, não com você. - Firmemente, Jungkook diz essas palavras sabendo exatamente o que quer.
Kim passa a ficar pensativo, depois de alguns segundos, se levanta e liga pra alguém, as pessoas ao redor conseguem ouvir o que ele diz:
- É, ele quer com você... Não sei, Suga, mas não da pra ficar dando mole assim... Eu faço de tudo por esse lugar, você sabe disso... Não... Ta bom, estou levando ele ai. - Então, ele desliga o telefone e puxa o garoto pelo braço, pretendia levá-lo até Min Yoongi.
Jeon Jungkook é arrastado até uma sala que fica no final de um corredor do local, uma das saídas. Nesta, há um carro preto cuja placa JK não conseguiu ver. Quando dentro do veículo, Kim Namjoon o obriga a colocar uma máscara, impossibilitando-o de ver o percurso que seria feito. O jovem ficou quieto aguardando o momento em que conheceria Suga e exporia seus planos para os negócios.
Posterior a um caminho que durou, pelos cálculos mentais de Jungkook, dezessete minutos, chega o momento. Ainda com a venda, Jeon sai do carro e entra em um hotel famoso da cidade. Namjoon só permitiu que o garoto retirasse a máscara quando entraram no quarto em que Suga estava hospedado, mas antes, fez questão de revista-lo, garantindo que não estaria com um gravador, arma ou qualquer objeto que viesse a prejudicar Min futuramente:
- Pode nos deixar sozinhos? - Pergunta JK a Kim Namjoon, que olha diretamente para Suga, esperando que este responda por ele. O dono da boate ergue uma de suas mãos em direção à porta, pedindo para que a vontade do menino fosse feita.
- É um prazer conhecer você. - Diz Min assim que Kim sai do quarto. Ele tem uma voz grossa e bem baixa, o que intimida Jungkook. Além disso, Suga o encara de forma intimidadora. - Por favor. - Aponta para uma cadeira na frente da que ele estava sentado - O que você oferece? - Pergunta assim que o garoto se senta.
- Ahm... - Resmunga Jeon, enquanto pensa. Calmamente, começa a se explicar. - Como você deve saber, eu estou há um bom tempo fazendo os serviços pra boate, seguindo pedidos de Namjoon, porque eu preciso de dinheiro pra fazer as minhas coisas. Ele pede e eu obedeço, simplesmente... - ele pausa sua fala ao ouvir uma bufada de Suga, tendo medo de qual seria a reação dele. - Mas eu tenho propostas e posso ser tão bom quanto Namjoon... Eu não consigo mais mulheres, mas eu consigo um lugar.
- Você? - Yoongi ri, irônico. - Garoto, o dia que você conseguir um lugar melhor do que o que usamos, eu corto minhas duas mãos.
Jungkook abaixa a cabeça, um pouco raivoso por não ter a confiança de Min Yoongi, mas não desiste e o provoca:
- Até onde sei, você não está podendo exigir muito. - Engole em seco pois, apesar da provocação que faz, tem medo.- A boate está cassada e você... se escondendo da polícia. - Suga fica brevemente quieto, mas logo retruca.
- Sim... Você tem razão.
A calma com que Yoongi diz essas palavras não previam o terror planejado para Jungkook. Ele estava lá para propor algo ao dono de um prostíbulo clandestino na Coreia do Sul, mas não pôde expor suas ideias sem antes provoca-lo e, por conta disso, permanecerá em silêncio. A porta é aberta por Min, liberando a passagem de Namjoon, permitindo-o redirecionar Jeon até a boate, para que ele tomasse seu caminho de sempre:
- Dá um susto nele. - Suga sussurra para Kim.
Fizeram o percurso de volta, com Jungkook usando a máscara o tempo todo. Ao chegar, eles não entram no ambiente. Namjoon chuta as pernas de JK, fazendo-o ficar ajoelhado e em seguida puxa a máscara preta que cobria os olhos do menino. Então, ele se abaixa e puxa o cabelo de Jeon para trás, fazendo com que a cabeça dele fique inclinada:
- Você acha mesmo que vai tomar o meu lugar algum dia? - Kim Namjoon diz no ouvido de Jungkook, como uma forma de ameaça. Ao solta-lo, o jovem de 22 anos cai no chão com um soco e recebe dois chutes no estômago, seguido por um último chute na cabeça, que deixa-o desacordado, sem ver o momento em que Namjoon deixa o local.
Sozinho e próximo a uma das portas que davam para a boate, Jeon Jungkook estava inconsciente e sangrando pelo nariz e boca. Assim que acorda, vê o barman da taça de Bokbunja trancando a porta da boate que dá para a rua. Ao ver JK no estado em que está, corre até ele:
- O que aconteceu? - Pergunta ele, assustado.
- E... Eu não sei, não me lembro de nada... Eu... me lembro de você. É o cara do bar hoje mais cedo, Jin, alguma coisa assim... - Jungkook responde, tentando levantar.
- Isso, mas... Como pode não se lembrar de nada? Você está aqui toda quinta, não faz sentido. - questiona Jin, que consegue fazer Jeon levantar, sem saber o que responder. - Você não quer ligar pra alguém? Tem telefone?
- Não estou com meu celular, mas sei o caminho de casa, obrigado. - Diz, preparado para sair dali, porém, ao começar a caminhada, Jin o segura.
- Espera, você não quer que eu chame uma ambulância? Qualquer coisa...
- Não precisa, eu to bem.
- Não se lembra de nada? - Jin insiste, estranhando muito aquilo. JK nega e limpa o sangue que insistia em sair de seu nariz. Seokjin tira um cartão de seu bolso e entrega ao garoto.
- O que é isso? - pergunta, já lendo. "Doutor Kim Taehyung - psiquiatra", era o que dizia o cartão, com um endereço e um telefone. Jungkook ri, mas coloca o cartão no bolso e sai, sem nem olhar pra trás. Caminha por três quarteirões e entra em um dos edifícios, o qual ficava seu apartamento. No elevador, ele aperta o número 13, que o leva, obviamente, até o décimo terceiro andar. Quando neste, JK pega suas chaves, abre a porta de numero 131, entra e a tranca novamente, fazendo o mínimo de barulho possível. Na sala, ele ouve o barulho de televisão ligada e repreende a si mesmo, não queria que seu namorado o visse dessa forma, mas não conseguiu evitar, ele ainda estava acordado, esperando:
- O que aconteceu com você? - Park Jimin pergunta, correndo na direção de Jungkook.

Duality (이중성) - FANFIC FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora