Presos no banheiro - Pain

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A pista da balada estava cheia naquela sexta-feira, o que não era diferente dos banheiros, e depois de beber quatro cervejas, minha bexiga precisava de alivio, mas os treze minutos de espera para usá-lo, eu já estava agonizando. Abandonei a fila, lembrando do banheiro dos funcionários que ficava mais afastado dos principais, se eu usasse escondido não teria problema.

Entrei no pequeno cômodo, fechando a porta verde musgo, indo para a primeira das duas cabines que tinham ali. Empurrei a porta, imaginando que estivesse vazio, mas para a minha surpresa tinha alguém ali.

-Opa, tem gente!- o rapaz alto exclamou ainda virado de costas para mim.

Não precisei ver seu rosto para saber de quem se tratava, reconheci os cabelos laranja e a voz melódica e rouca que ecoou.

-A não. -revirei os olhos. –Minha noite acabou de ficar horrível. –falei dramática.

Pain, meu ex, finalmente virou para mim, já tendo terminado suas necessidades.

-Olha só quem está aqui. -riu anasalado.-Quase viu o que não deveria.

-Nada que eu já não tenha visto outras vezes, imbecil.

Pain ajeitou a roupa no seu corpo bem delineado, saindo da cabine.

-O que foi, me seguiu até aqui pra me xingar?- Pain caminhou até a pia, lavando suas mãos.

-Te segui?-perguntei incrédula. -Nem sabia que você ainda frequentava essa balada, garoto. Eu só queria usar o banheiro.

Entrei na cabine que Pain acabara de sair, me aliviando. Escutei o trinco da porta sendo aberto, imaginei que Pain estivesse saindo de vez, me deixando só, mas quando sai da cabine, ele ainda estava lá.

Com os braços cruzados na altura do peito, estava com as costas escoradas na parede, próximo a porta, me encarava com alguns traços de raiva no rosto.

-Por que ainda não saiu?-o encarei. –Estava me esperando, gatinho?-debochei.

-Você bateu a porta. –respondeu simplista. -Nos deixou trancados aqui.

Pain passou as grandes mãos pelos cabelos, os desgrenhando ainda mais.

-Claro que não, você não deve ter conseguido abrir. –fui até a porta tentando abri-la, mas falhando.

-O trinco da porta é quebrado, se bater, só abre por fora. Vamos ter que esperar algum funcionário vir usar o banheiro pra podermos sair.

-Nossa, tudo que eu precisava mesmo era passar parte da minha noite presa ao seu lado.

-Como se também fosse confortável para mim, estar aqui com você. -riu ladino.

-Conheço muito bem essa sua expressão, estúpido - recuei alguns passos, quanto mais evitasse uma recaída, melhor seria para mim. –Inclusive, se você não fosse tão estúpido, ainda estaríamos namorando.

Talvez tenha sido a bebida falando mais alto, mas o alfinetei sem pensar.

-Se você não fosse tão arrogante, ainda estaríamos namorando.

-Eu sou arrogante, Pain?-me aproximei novamente, com o dedo indicador erguido, apontado para ele.

-Sim, arrogante e uma baita de uma gostosa. –segurou meu dedo sem fazer força.

Seu olhar desprendeu dos meus olhos, percorrendo por meu corpo. Continuei com os olhos no rosto de Pain, reparando em seus detalhes, os meses que estivemos separados serviram para deixá-lo cada vez mais bonito. Estar ali perto dele era como nos velhos tempos, seu corpo ainda me atraía. Uma vontade súbita de beijá-lo me invadiu e eu a atendi.

Hotter than Hell - Imagines NarutoOnde histórias criam vida. Descubra agora