capítulo 40

11.5K 626 941
                                    

Myoui Mina.

Tomei um chá preto com biscoitos, não porque queria seguir os costumes ingleses, mas por causa do meu enjoo matinal. Como não queria dar mais trabalho a ninguém, achei melhor tomar conta de mim.

ㅡ Quer dar um passeio? ㅡ Fui arrancada de meus devaneios quando Chaeyoung falou ao pé do meu ouvido, com certeza notando minha distração mais uma vez e se divertindo ao me despertar.

ㅡ Passeio? Onde?

ㅡ Por aí. ㅡ Dois minutos depois, estávamos andando " por aí " conforme ela havia sugerido.

A manhã estava fria, ainda com aquela névoa aparentemente típica de Londres, por isso fiquei grata a Chaeyoung por ter me oferecido um sobretudo fofo e quente antes de sairmos.

A grama estava muito molhada, não de chuva, mas de orvalho. Todos os cheiros ali eram maravilhosos, e me perguntei se minha adoração a praticamente tudo naquele lugar era psicológico, simplesmente pelo meu bem-estar.

Alcançamos a parte de trás da casa. Se a parte da frente fazia com que o jardim parecesse modesto, essa impressão se dissipava quando se chegava ali. Era uma área enorme, até onde eu conseguia ver.

Ao longe, a água de um enorme chafariz desligado parecia estar tão fria que dava a impressão de estar congelada. Chaeyoung parecia minha guia turística particular, reportando cada pequeno detalhe de cada planta e pedra naquele lugar.

Eu ouvia interessada, mas tinha que admitir que estava mais distraída com a presença dela e seu modo de agir despreocupada do que com o que ela falava.

ㅡ No último aniversário do meu pai, fizemos uma festa aqui. Estávamos em Abril. ㅡ Ela continuou, apontando para os bancos de pedra que percorriam os arbustos altos e as mesas e cadeiras de jardim brancas no estilo vitoriano, várias delas enfileiradas em um campo enorme cercado por árvores de vários tamanhos, um pouco sem vida por causa do frio.

Havia postes de luz por todo o lugar, acompanhados de balizadores e luzes baixas no chão que marcavam os caminhos, próximas aos troncos das árvores. Imaginei como seria uma festa ali, o efeito daquela iluminação em uma noite de primavera.

Suspirei.

Alcançamos o chafariz. Olhei hipnotizada para o fundo dele sem motivo algum. A água estava um pouco trêmula por causa do vento. Nem o tempo cinza poderia fazer com que aquele lugar parecesse menos perfeito.

Chaeyoung tirou de dentro do próprio casaco alguns panos, os quais eu não fazia a menor ideia de onde vieram, e colocou-os lado a lado no muro alto do chafariz, cobrindo a pedra mármore molhada de orvalho e fazendo menção para que eu sentasse em cima de um dos panos.

Foi o que fiz, e ela repetiu meu ato.

Por algum motivo, fiquei um pouco tensa.

ㅡ Está gostando daqui?

ㅡ Muito. ㅡ Falei de forma sincera, sorrindo. ㅡ É mais ou menos como um sonho se parece.

Ela sorriu de volta, mas seu sorriso foi sumindo aos poucos.

ㅡ Por falar em sonho... Queria saber do que se tratava o seu hoje de manhã.

Parei de sorrir também.

ㅡ " Foi só um pesadelo," lembra?

ㅡ Lembro. Mas eu quero saber.

ㅡ.Por que quer saber?

ㅡ Porque eu sei que tenho a ver com ele. ㅡ Ela sabia, sabia inclusive qual era a essência do sonho, se eu tomasse como referência suas palavras no banheiro.

Minha doce prostituta | michaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora