Capítulo 3: Attina no mundo dos vampiros

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     O céu estava laranja acima das águas calmas do lago onde fora a saída do portal para Attina, o fato de suas irmãs não estarem com ela a deixava preocupada e com isso, a ansiedade de ter um novo corpo. Ela respirava como um peixe fora d'água e isso não acontecia desde que sonhara com a morte de sua mãe aos 10 anos de idade. Não havia seu pai para acalmá-la, ela teria que controlar sua mente sozinha, por isso respirou fundo e soltou lentamente, fez isso até que seu coração desacelerasse e sua mente estivesse mais calma

    Pronto, agora sim poderia pensar com clareza.

    Ela se virou com dificuldade e apoiou as mãos na areia barrosa da beira do lago, estava deixando sua pele laranja, mas não havia tempo para se preocupar com isso, ela precisava saber como se levantava com suas novas pernas. Ela com dificuldade se ajoelhou e apoiando numa pedra, lentamente colocou um pé a frente e depois reuniu força e equilíbrio para ficar de pé. Assim que ficou de pé se segurou na rocha e tentou não cair para trás, era difícil. Quando finalmente se equilibriou, respirou fundo e olhou para os lados.
   
     Estava numa floresta, não havia som do mar e o lago era cercado pela mata, sem vida humana por perto e quando ela olhou para os pés, percebeu que estava pelada. Arqueou as sombrancelhas e procurou algo para se cobrir. Era difícil encontrar l qualquer coisa naquele lugar, mas ela precisava sair dali e com certeza não iria sair sensualizando por aí.

     Ela colocou um pé a frente e depois o outro e aos poucos caminhou com dificuldade até consegui achar uma folha suficientemente grande para se cobrir, conseguiu encontrar graças a una árvore mediana cujas frutas era alongadas e amarelas (ela não sabia, mas eram folhas de Bananeira), ela se enrolou naquela folha áspera de forma que o início de suas coxas ainda se mostravam, mas pelo menos seus seios e sua intimidade estavam preservados.

    Ela olhou em volta e caminhou devagar ao redor do lago, não havia mais nenhum redemoinho e começava a ficar escuro demais para que ela ficasse lá sozinha, sem tempo para que procurasse as irmãs desaparecidas, ela seguiu pela floresta úmida e cada vez mais fria. Sentia seus pés congelarem e formigarem a cada vez que pisava numa folha ou terra úmida congelante. Não estava completamente escuro, mas ficava cada vez mais difícil de enxergar ali. Finalmente chegou a uma clareira onde viu homens trajados com roupas bufantes em ombros, sendo acompanhados por soldados, outros vestidos com panos sujos e rasgados. Andavam sobre a terra com estranhas coisas nos pés o que a fez lembrar de que Ariel dissera que os humanos usavam algo nos pés, ao invés de usarem absolutamente nada. Na época soava estranho, mas Attina achou bastante útil naquele momento. Pareciam sempre estarem com as barras de vestidos e dos calçados sujos de lama, havia algumas casa com a fumaça e luz do fogo saindo de dentro, crianças correndo e ao longe, se podia ver um castelo negro maior do que o castelo de Atlântida. De repente, ela ouviu vozes de homens que andavam ao redor da floresta, ela correu de volta, e se esgueirou num tronco largo, enquanto via homens vestidos de metal portando espadas como os guardas de Atlântida.

     Ela não sabia como sairia daquela situação, apenas que precisava se aquecer rapidamente. Então quando os guardas saíram de perto de onde ela estava, antes que desse um passo, ouviu um estalido logo atrás. Attina se virou rapidamente para trás, mas não viu ninguém, olhou ao longe e ao redor e disse:

     - Quem está aí?- e não obteve resposta.

      Achou que estava delirando de preocupação e voltando-se para frente encontrou a face sorridente de um homem.

       -Ahhh!!!- exclamou se afastando e segurando a folha.

       O homem arqueou as sobrancelhas claras e sorriu ainda mais, mostrando os lábios rosados sobre a pele branca. Ele analisou as pernas de Attina e com as mãos para trás, olhou para o rosto da garota.

As Filhas do Tritão e a Viagem ao Mundo DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora