Capítulo 4: Aristta no mundo de Temeria

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    O bruxo mordia uma maçã e parte dela jogava para a égua Płotka, a qual abaixava a seu pescoço e a mordia com vontade. Era uma noite fria, os ventos começavam a fazer os pêlos do corpo dele se eriçarem, o que fez com que ele cobrisse os cabelos platinado com a capa escura e grossa que tinha. Ele estava sentado em um rocha, olhando para o lago que antes estava quieto. O vento começou a ficar forte, nuvens se formavam acima do lago e um redemoinho no centro das águas parecia chamar os raios das nuvens para a água. Ele se afastou da margem, levando a égua para mais perto das árvores e olhou com atenção.
    
     Dentro do lago, surgia Aristta e os seus olhos abriram antes mesmo de chegar à superfície. O azul escuro era diferente do mar de Atlântida e as águas eram mais frias e mortas, ela olhou para cima e viu o tempo nublado, nadou para emergir e com força, explodiu na superfície, jogando os cabelos para trás ao puxar o ar em seus pulmões. Olhou para a beirada do lago e subindo em terra seca olhou para as nadadeiras, que se mostravam como pernas humanas mais rápido do que ela poderia dizer. Ela sorriu ao tocar a pele lisa, e olhou em volta. Sem ninguém, nem mesmo Attina estava lá. Ela estava sozinha e agora com frio.

     - Olha só, Herbertz- disse uma voz humana.

     - Jogue a rede, Carl!- ordenou outra.

     E a prendendo dentro da rede de pesca, os dois homens seguravam firmes enquanto planejavam o que fazer com ela.

     - Quanto será que vale uma dessa?- perguntou Herbertz.

     - O bastante para nos deixar ricos pelo resto da vida.- disse Carl.

      Aristta se debateu e gritou ao se ver presa, mas antes que os dois a levassem dali, uma lança atravessou o peito de Herbetz o fazendo cair de lado, Carl e Aristta olharam assustados, e presa à rede de pesca, a garota olhou horrizada para Carl. Que se levantou e correu, mas logo uma flecha atravessou seu crânio, o fazendo cair.

     Aristta se levantou, sentou -se a beira do lago e retirou a rede de sua cabeça, olhando para os dois homens mortos. Não sabia se estava triste ou se agradecia por eles não terem a levado, seria muito pior se alguém mais a visse. E olhando ainda para os corpos, surgira um homem alto e extremamente forte dentre as árvores, puxando as rédeas de seu cavalo ao lado. Aristta se encolheu e puxou a rede para cobrir seus seios, o homem olhou com desdém, como se não se importasse que via a garota nua tentando se esconder de seus olhos.

    - Eles te machucaram?- disse ele e sua voz era extremamente grossa.

    Aristta negou com a cabeça, olhando com suspeita para o homem. Ele tinha um porte superior, como se não temesse a nada, seu rosto angulado no queixo e a barba curta por fazer deduzia que não era muito apegado a aparência e apesar de seus cabelos platinados, seu rosto era jovem e belo. Ele segurou os olhos e desamarrou a própria capa lhe oferecendo.

      - Tome. Vai precisar mais do que eu.- ele estendeu a capa para Aristta, que a alcançou, olhando para a roupa com curiosidade. Não se usava roupas em Atlântida.

     - Obrigado.- disse. Ele apenas inclinou a cabeça em rápida reverência e deu as costas à garota, sumindo antes que Aristta terminasse de colocar a capa em si mesma.

     Quando terminou de cobrir-se viu que o homem já se fora e ela estava sozinha naquele lugar desconhecido. Com dificuldades de se equilibrar, mas achando divertido andar em duas pernas ao invés de nadar com barbatanas, ela aos poucos foi se apoiando nas rochas até chegar ao início da floresta, onde ela adentraria sozinha. Seguiu sem rumo, apenas indo enquanto desse para se caminhar no chão cheio de ganhos e folhas que pinicavam seus pés, se esgueirando uma a uma, ela chegou ao final da floresta ou ao menos era o que ela achava que era.

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⏰ Última atualização: Jul 01, 2020 ⏰

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As Filhas do Tritão e a Viagem ao Mundo DesconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora