Capítulo 2 - Nas Linhas Da Morte

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TaeHyung suspirou, ainda sentindo tontura. O que acabara de acontecer? Tinha revivido seu último dia, e ele terminou de repente.

- E então? O que você viu?—O Tempo o encarou com a sobrancelha arqueada.—Vamos, vai ficar com essa cara de peixe morto?—Ele o cutucou com a ponta de seu sapato.

- Eu fui atropelado...—Balbuciou ainda em choque. JungKook e o Tempo se encararam por alguns segundos.—E, antes de apagar, disse que odiava minha namorada.—Afirmou, franzindo a sobrancelha.—Foi isso.—Esfregou o rosto, tentando fazer a tontura passar.

O rapaz engoliu em seco. É, não tinha nada haver consigo. Não eram interligados de alguma forma. Suspirou frustrada. Tempo o encarou hesitante.

- Você tem certeza que é isso?—O homem o ajudou a levantar.—Não vomita no meu tapete!-- Exclamou quando o viu com cara de enjoo.

- Tenho. Não fiz nada demais que tenha sido de tanta dimensão quanto isso.—Sentou na cadeira, já se sentindo melhor. JungKook encarou o loiro, sorriu compreensivo.

- Tudo bem, se essa é a sua pendência, podemos pagá-la, e você vai para casa.—Informou, vendo o sorriso satisfeito e aliviado do amorenado.

- Ok, então, agora vocês vão precisar de outra pessoa.—Tempo sorriu, pegando uma folha e uma caneta, escrevendo um recado.

- Quem?—Perguntou, se levantando para acabar logo com aquela estadia longa demais para seu gosto.

- A Morte.—Arrancou o papel do bloco, entregando para a secretária.

- A-a Morte?—TaeHyung gaguejou.—Pensei que era você quem me levaria.

- Não, meu Bem. A minha função é apenas te mostrar de onde você veio e o porque de estar aqui, apenas.—Deu de ombros, sorrindo com os olhos cerrados, calmo.—Vocês vão precisar ir até o outro lado daqui.—Informou, observando a janela.

- Tudo bem, qual o andar que ela está?—TaeHyung dobrou o papel e colocou em seu bolso. Tempo riu alto, gargalhou.

- Ela não está aqui, nesse prédio.—Apontou para o horizonte.—Está lá. Entregue o papel a ela.

JungKook suspirou, conhecia bem aquele procedimento, mas ele não deu certo consigo.

- Vamos, TaeHyung.—Saiu pela porta, a deixando aberta, foi seguido pelo mais alto, que estancou em seu lado na porta do elevador.

-Gukkie, tudo bem?—Charles, que se assustou com o barulho alto da porta sendo aberta com força, ficou curioso com o estado do amigo.

- Tudo. Em breve estarei de volta.—Acenou para o rapaz antes das portas do elevador fecharem, levando-os para o andar térreo.

Tempo saiu de sua sala e ficou por trás do mais baixo, que ainda olhava para o elevador fechado, estranhando o tom brusco do amigo. O moreno o abraçou por trás, apoiando a cabeça em seu ombro.

- Não fique preocupado, eles ainda vão voltar.

- Os dois?

- Sim, os dois. Vão ficar com raiva de mim, porque na teoria eu dei a "informação errada".—Tempo cheirou o pescoço do menor.

- Destino tem haver com isso, não é?—O ruivinho pendeu a cabeça para o lado, deixando o pescoço livre. Ele riu e o olhou com as pupilas dilatadas.

- O que você acha, amor?—O beijou.


- Ah, quanto tempo vai demorar? Eu estou cansado.—TaeHyung reclamava se arrastando atrás de JungKook, que caminhava normalmente, como se não tivesse andado mais de dois quilômetros.

- Falta pouco, e aqui a gente não cansa.—Informou, vendo o loiro parar e perceber que, realmente, não ficava cansado. Ok, precisava daquilo no mundo real!

- Ah, é.—Seguiu o moreno, agora andando normalmente.

Depois de um tempo, chegaram ao prédio negro. A fonte de mármore negro quebrada estava ocupada por alguns barulhos estranhos, portanto, o loiro fez questão de passar longe da fonte.

- Vamos, entre.—JungKook o empurrou um pouco, querendo que ele se movesse. Tinha ficado parado entre a entrada e a saída do edifício.—O que é? Não venha me dizer que está com medo de entrar.—Ele o olhou e sorriu amarelo, encolhendo-se perante o olhar do rapaz.—Ahg, eu mereço!—Empurrou o mais alto para dentro do lugar.

Ele se escondeu nas costas do de branco que tinha que quase arrastar o rapaz até o corredor de escadas. Não havia ninguém na recepção.

Subiram as escadas com o loiro quase pendurado nas costas do secretário, que ficava cada vez mais mal-humorado.

- Vamos, deixe de besteira, abra a porta!—Mandou o loiro empurrar a porta que dava acesso a sala de Sra.Morte.

- Não! Ela nem sabe quem eu sou, mas ela te conhece, vai que ela resolve que quer mesmo me matar, hum? Vai você!—Gukkie o olhou feio.

A porta foi aberta pela mulher alta e extremamente magra de cabelos longos e negros como a noite. TaeHyung levou um susto com seus olhos brancos, mas ela sorriu simpática.

- O que querem aqui?—Deu espaço para que entrassem. Sentou-se em uma poltrona giratória, vendo quando o grande corvo sentou-se na beirada da janela.

- Boa noite, senhora.—JungKook cumprimentou.—Viemos por causa dele.—Apontou para o loiro, menos assustado com o lugar e a moça.

-Gukkie.—Ela sorriu.—Como vai minha irmãzinha?—Pendeu a cabeça, tomando um gole de chá preto.

- Ela vai bem.—Sorriu e arrastou o Kim para sentar-se.

- Espere, você é irmã do... Da, Destino?—TaeHyung arregalou os olhos.

- Sim, pode até não parecer. Nosso Criador nos fez no mesmo momento, portanto, somos irmãs.—Depositou a xícara na mesa.—Bem, o que exatamente vocês querem?

- Queríamos que ele voltasse para seu corpo. Ele descobriu sua pendência e já pode voltar.—O rapaz de branco explicou e o novato lembrou-se do que o Tempo pediu para entregar a Morte, portanto, estendeu o papel para a mulher.

- O Tempo mandou?—Assentiu.—Aquele paspalho.—Comentou baixinho depois de ler o bilhete. Amassou-o e jogou na lata de lixo.—Bem, vamos lá? Onde você quer aparecer?—Ela digitou algo num notebook prata em sua mesa.

- Como assim?—O loiro franziu o cenho.

- Para poder pagar sua dívida, precisa que sua pendência o perdoe. Onde quer aparecer?—Explicou. TaeHyung suspirou e pensou. Morte olhou para JungKook e sorriu terna. O moreno já havia estado lá inúmeras vezes e nada deu realmente certo. Sua pendência nunca foi paga, não havia nada no seu ultimo dia que a desse a verdade sobre sua conta.—Que horas são lá?

- Temos o mesmo horário de lá, são 9:45 p.m.—Informou, cruzando os dedos sobre a mesa.

- Me coloca no hospital.—Pediu, vendo-a sorrir satisfeita. Ela levantou-se e pegou uma pílula branca e um copo com água.—Tem algum efeito colateral?

- Só se você voltar para cá, se não, sua alma vai voltar para o seu corpo e vai acordar do coma.—Entregou o remédio.

Respirou fundo. Engoliu.


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Nas Linhas D(a) DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora