~ Chapitre Quatre ~

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Olá estrelinha, vamos com mais um capítulo desses nossos Chefes amados?!

⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️
Mas antes, preciso muuuuito da sua atenção:
Estou enfrentando um bloqueio na série Amores Épicos e no livro Entre Nós. Porém, continuo produzindo (segredo rs)...

Por favor, se você gosta dessa história, vote e deixa uma estrelinha para que eu possa saber.
Comente a vontade!
AMO ver a reação de vocês e isso me ajuda DEMAAAIS.

E por conta do bloqueio, os próximos capítulos só serão postados quando atingirmos a meta.

Meta: 60 estrelinhas
+ 30 comentários

⭐⭐⭐⭐⭐
Boa leitura!

Maria Luiza
As palavras de meu colega de trabalho, que se tornara um grande amigo, ficaram martelando em minha mente o restante da noite. Muitos questionamentos surgiram. Incógnitas que eu precisava descobrir, mas que tinha certo receio.
Pierre é mesmo difícil de lidar, e quase indecifrável. É praticamente impossível saber o que se passa em sua cabeça. Ainda que seu olhar seja profundo e me atinja como uma flecha, sou incapaz de entender o que este homem pensa.
Sacudi a cabeça, resolvi focar na mini torta de maça que preparava, enquanto meus colegas atentamente observavam para reproduzir. Tudo deveria estar no lugar exato, desde as finas fatias de maçã ao açúcar peneirado por cima. A imagem final era de uma linda rosa.
— Bravo!
Açúcar voou por todo canto com o susto que levei ao ouvir Pierre praticamente sussurrar ao pé de meu ouvido.
— Que merda, Pierre! — Falei no ímpeto.
O Chef apenas deu uma risada de satisfação e me deu as costas indo preparar seu prato especial, como se nada tivesse acontecido. Gritando, dando ordens aos demais companheiros de cozinha, como de costume.
Rolei os olhos e inspirei fundo fechando-os em seguida. Ao abri-los, notei meus colegas boquiabertos, tão espantados quanto eu, mas segurando uma risada boba na face.
— O que foi?
— Nada não chefe. — Disse uma das confeiteiras, que era ótima no que realizava, balançando a cabeça e achando aquela cena engraçada.
— Vocês não comecem, por favor... — Voltei meu olhar pra bancada em desanimo ao notar a bagunça. — Temos profiteroles para preparar, “bora” agilizar pessoal!
Notei que seus olhares expressavam mais do que diziam. Certamente tem a ver com o que Bernard me dissera na noite anterior. Será que todos eles achavam a mesma coisa?
Realmente era estranho, devo admitir. Na última semana, Pierre só sorria ou dava risada em duas ocasiões: Quando visualizava um prato perfeito, feito por ele, devo ressaltar. E quando me irritava, saindo satisfeito, como se tivesse concluído sua meta de vida. Aquilo soava estranho demais.
Porém, seu jeito em nada mudava. Os cozinheiros, Chefs, e assistentes, continuavam mega insatisfeitos com o líder. Xingando pelas costas, e desejando ir pedir demissão, o que descobri ter sido sempre assim. O único mais antigo é Bernard, que por sinal é amigo e aparentemente o único que atura o loiro metido.
Eu sentia pena. O fato de Pierre ser arrogante, prepotente, mandão, e nem um pouco modesto, reflete uma ferida. Apenas não sei que ferida é essa. Por várias vezes, eu e ele, ficamos até alta madrugada no restaurante após todos terem ido para suas casas. O homem só sabia falar de trabalho e de como precisava melhorar. Se obrigava a ser perfeito.
Contudo ao mesmo tempo que tinha dó, eu o odiava em diversos momentos em que ele destratava seus funcionários, e os pressionava a serem perfeitos. Era um péssimo líder, e as pessoas estavam desmotivadas.

***
Passei o final de semana trancada dentro do pequeno apartamento, desenvolvendo uma nova receita, fazendo diversos experimentos até que cheguei num resultado satisfatório. Uma torta que simboliza a união do Brasil e França.
Procurei por todo canto meu caderno onde anotava todas as receitas, porém fui incapaz de acha-lo. Eu sei você me dirá para anotar no celular, ou computador, ou qualquer coisa tecnológica, até mesmo num papel qualquer. Mas eu sou metódica.
Foi então que me lembrei de ter levado para o La Demoiselle, um dia desses. Com certeza ficou por lá!
Então, na segunda-feira logo pela manhã, bem cedo, vesti meu sobretudo verde militar e caminhei em direção ao lugar aproveitando para admirar as ruas charmosas e românticas de Paris. Onde as pessoas são lindas e até os homens andam na moda.
Abri a porta dos fundos que dava diretamente para a cozinha, com as chaves reserva que havia recebido de Pierre. Um fato que demonstrava sua confiança em mim, apesar de não dizer em palavras, de ter sido curto e grosso, pude ler nas estrelinhas.
— Pierre, o que está fazendo?
Lancei a bolsa e as chaves dentro do armário a esquerda de quem entra. Exclamei ao ver meu chefe sentado sobre alguns jornais espalhados pelo chão, dormindo com a cabeça recostada na lavadora de louças. Sua aparência era moribunda. Seus fios de cabelo loiro escuro emaranhados, a roupa amassada e sendo coberto apenas por um sobretudo.
O homem piscou algumas vezes incomodado com a luz, antes de me enxergar e questionar:
— Marie? — espremeu os olhos. — O que você tá fazendo aqui?
— Eu te perguntei primeiro. Você bebeu? — Me aproximei, agachando ao seu lado.
— Não, sua louca. Estou testando uma nova receita.
O metido mal consegue falar e ainda me chama de louca?!
Foi aí que olhei ao redor e percebi que na bancada iluminada havia um prato excepcional. Me levantei e provei da obra-prima: estupendo sabor e composição!
— Isso aqui está maravilhoso! — Voltei meu olhar para ele ao falar.
— Eu sei...
O convencido respondeu com os olhos fechados e a cabeça erguida.

Pierre
Me incomodou Marie ter entrado aqui sem minha permissão. Mas também, o que mais eu esperava? Eu praticamente disse “toma aqui, invada quando quiser meu restaurante”, assim que entreguei a ela um molho de chaves reservas.
Diferentemente de meu amigo Bernard, ela era mais intromissona. Se metia onde não era chamada, com frequência... Nas conversas que eu tinha com meus funcionários quando estes faziam merda, e quando havia necessidade de chamar-lhes a atenção. Marie logo se intrometia, tentando amenizar a situação, passando pano por cima do erro das pessoas.
Deve ser algo de sua cultura. É, deve ser típico de brasileiros...
Mas então por que diabos dei as chaves do meu santuário, sabendo que logo ela faria algo do tipo?
Um sorriso de canto involuntário surgiu ao refletir sobre o que estava sentindo. Quando ela, mexeriqueira, provou da minha nova criação, e uma plena satisfação inundou meu peito me permitindo apenas concordar.
— Pode falar, sou o melhor cozinheiro que você já conheceu! — Ainda de olhos fechados, embebido de orgulho, falei.
Não adianta, não existe nada nem ninguém que me desestabilize. Nasci para a gastronomia, destinado a ser o melhor, vivo com tal propósito, e a comida é a única coisa que amo!
Eu morro em prol do sucesso do La Demoiselle, tenham certeza disso!
— Não, não é.
— O que disse?! — Me viro indignado para a mulher morena, e noto a mesma lambendo os dedos saboreando o molho que antes estava espalhado na borda do prato. — Você está lambendo os dedos e ainda ousa me falar que eu não sou o melhor?
Rapidamente me levantei colocando-me ao seu lado, talvez numa tentativa de intimidá-la para que mude de opinião. Ainda que eu a conheça o suficiente para saber que não funcionaria, ela é uma versão feminina de mim!
— Essa calda... — Prosseguiu degustando, meneando a cabeça em negativa. — Tem algo errado com ele. Não casa com o lombo de porco. Precisa melhorar isso...
Uma raiva subiu por minhas veias, e precisei tirar a prova real. Puxei seu dedo indicador que acabara de passar mais uma vez no restante da calda, e levei à boca num impulso, fazendo com que Marie arregalasse seus grandes olhos castanhos me encarando estática ao sentir minha língua tocar a ponta de seus dedos longos e sugar o líquido marrom para dentro.
Fingi não ter me sentido estranho ao perceber minha atitude inesperada, até para mim. Agi normalmente.
— Hum... — Estalei a boca, segurando sua mão delicada que quase se dissolvia dentro da minha. — Tem razão, talvez um pouco mais cítrico seja melhor.
E saí, sem mais nem menos, em direção ao banheiro para me recompor. Encarando no espelho um homem ridículo.
— Que porra foi essa, Pierre?! — Sussurrei.
Como se enxergasse meu subconsciente no outro lado, me fazendo lembrar de meu foco. Porém, o que veio em minha mente foi o colo farto e bronzeado numa imagem demasiadamente embaçado, como plano de fundo.
Sacudi a cabeça afastando aqueles pensamentos, lancei água gelada contra meu rosto, e levei mais algum tempo para recobrar meu estado normal e ânimo.
Aquela mulher cruzou o oceano somente para bagunçar minha vida?

⭐⭐⭐⭐⭐
E aí O que acharam? 😁

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