Entre tapas e beijos

8 0 0
                                    

Como toda criança, éramos imaturas e fazíamos muitas coisas idiotas, nosso grupo de amigas vivia brigando e se separando por motivos bobos, na verdade nem precisava de motivos , tínhamos a Rosiely como líder por ser a mais forte e má do grupo, e ela por alguma razão sempre escolhia uma pessoa que íamos excluir e odiar na semana, era algo tão idiota , nenhuma de nós além dela gostava disso, hoje fico pensando o porque aceitamos isso , éramos cinco e ela só uma, apesar de que Rosy sempre foi assustadora, eu lembro de participar disso e me sentir mal depois, nem acredito que marcavamos até de bater na azarada que fosse escolhida, que vergonha que tenho disso,o pior é que depois que faziamos as pazes tudo voltava ao normal como se não tivessemos aterrorizado a escolhida ao ponto as vezes de ela chorar, que crianças horríveis éramos, ainda bem que  crescemos e mudamos, nessa época ainda não tínhamos nenhum contato íntimo, toda nossa "amizade" se baseava no contato que tínhamos na escola. Durante dois anos fizemos parte do mesmo grupo de amigas sem ter conhecimento da vida uma da outra, sem cumplicidade, não havia pistas na época que pouco tempo depois seríamos inseparáveis. Não demorou muito para que isso acontecesse, houve um divisor de águas na nossa amizade , um acontecimento que fez com que passassemos de colegas de sala para melhores amigas , "O dia que furei a cabeça do Felipe ", o tutinha,tudo isso para te salvar, eu a santinha e certinha do grupo que não fazia nada de errado  ( a não ser fugir da escola pra comer manga verde com sal e brincar na vaquejada ). O sangue que saiu da cabeça dele foi como se fosse um símbolo da nossa união, ali sem que percerberssemos nasceu a confiança que temos uma na outra e a segurança de acreditar que faríamos tudo uma pela outra , até tirar sangue de alguém rsrs, não era minha intenção machuca-lo a esse ponto , mas aconteceu e tudo que importou naquela hora era que tinha te ajudado. A partir daí ficamos inseparáveis.

Esse morde e assopra, briga e perdoa, todo esse período de tapas e beijos foi necessário para moldar o que somos hoje, tudo isso fez parte do que um dia fomos, como naquele dia que fiz algo contrário a quem eu era somente pra te ajudar, hoje faria o mesmo sem pensar duas vezes, desde a furar uma cabeça de um macho escroto com um ziper, até algo muito maior , não importa o quê, ou pra quê, sempre estaria lá, pra te salvar, conte comigo sempre.

                            ...

A CULPA É DO DESTINO Onde histórias criam vida. Descubra agora