4. Gato e Rato

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O relógio na parede mostrava que era tarde.O barulho da delegacia estava bem menor, em relação à manhã em que trabalhou.Os crimes aconteciam de noite, então os policiais iam atrás deles.
-Vamos acha-la, prometo. - disse o Comissário Miller, pela milésima vez.
Vocês não irão, pensou Sam.Horas haviam passado desde o desaparecimento repentino de Nat.Ela nunca havia feito isso.Sua mãe havia avisado para Sam nos sonhos, então apenas ele conseguiria acha-la.
-Bem, acho que tem algo crescendo em sua cabeça. - disse Rick Jenkins, que era o único detetive acordado na delegacia, pois estava bêbado com os amigos.
-O que é? - perguntou Sam, mal humorado.
-Chifres. - Rick riu até virar um pouco de bebida na roupa.
Sam sentiu ainda mais raiva dele e se levantou.
-Onde pensa que vai? - disse o comissário.
-Tenho que procura-la.Sentado aqui não vou conseguir respostas.
-Tenho homens atrás dela, você fica aqui.Jenkins, acompanhe o senhor Spot até a lanchonete.
Samwell Scott olhou em desafio para o Comissário, mas baixou os olhos.Eles eram os únicos que o ajudariam.
-Vamos lá então, Senhor Gado. - disse Rick.
Os dois saíram pela porta do gabinete do Senhor Miller e passaram por algumas mesas de trabalho dos policias, que estavam quase vazias.
-Vamos encontrar sua mulher, provavelmente fodendo com algum idiota. - disse Rick.
O soco atingiu a orelha direita do Policial Jenkins e o atirou no chão.Rick se levantou em fúria com metade do rosto manchado em vermelho.Tentou acertar um "gancho" no queixo de Sam, que desviou e agarrou o pulso do Colega de trabalho.
-Nunca... - torceu o pulso do policial. - diga... - Rick se ajoelhou e gritou. - isso dela. - Sam ouviu o pulso estralar, então soltou o braço e saiu da delegacia.

O frio lá fora fazia a mão de Sam ficar dormente, e o vento batia em seus rosto com toques delicados, mas frios.
A Lanchonete do Tio Jake estava sempre aberta, Sam sabia disso bem.Ela ficava no sul do Brooklyn, perto de onde Samwell morava.O seu pai era amigo de Jake, um velho barrigudo sempre bêbado, mas muito gentil.
Quando entrou na lanchonete, o toque quente que vinha da cozinha e o cheiro de Hot dog fez com que se sentisse um pouco melhor.
-Com encrencas, menino Sam? - Disse Jake, que vinha caminhando tranquilo.A Lanchonete estava vazia, o que era raridade.
-Como sabe? - Perguntou Sam.
O homem gordo riu.
-Te conheço bem, garoto.Seu pai vinha aqui quando você ainda chupava o seio da sua mãe.Vi você crescer, então me conte o que aconteceu.
Sam bebeu um gole do refrigerante.
-Nat...Ela sumiu.
Jake olhou com pena para Sam.
-Você irá encontrá-la, Menino. Deveria ir para o departamento. Lá terá a ajuda dos policiais.
Sam bebeu outro gole.
-Não irei ter ajuda. Quebrei o pulso de um policial e não obedeci ordens do Comissário. Talvez a polícia venha até mim, mas não será para ajudar.
-Alguma ideia de onde ela esteja? -Perguntou Tio Jake.
Sam bebeu o último gole de refrigerante, e balançou a cabeça.
Lá de fora, veio gritos, e o silêncio noturno foi interrompido.
Sam e Tio Jake saíram a Lanchonete rapidamente. Lá fora havia três carros, todos de luxo.Em cada carro havia dois homens de terno negro, e um deles segurava uma arma.
Vieram me matar? São homens de Jenkins? Então Sam reparou que havia uma mulher na calçada.Ela estava encostada na parede, um pouco da roupa rasgada mostrando partes que ela escondia daqueles homens.O cabelo negro voava contra o rosto com aquele vento gelado que vinha.O homem com a arma se aproximou dela e tentou agarrar a moça pela cintura.
Irão estrupar ela, e depois irão matar.Sam estava em choque, mas se aproximou com a arma que tinha ganhado pela manhã na delegacia.
-Você está preso por violência contra mulher e tentativa de estrupo - anunciou Sam para o homem de arma na mão. -Tem o direito de permanecer calado, e tudo que dizer será usado contra você no tribunal.
A mão do homem tremeu.Ele se virou para Sam.Tinha um rosto duro e severo, com pequenos olhos castanhos e um cabelo loiro bem curto.
-Quem...pensa...que é? -disse ele, e sua voz saiu tão fria quanto o vento que batia em Sam.
Quem ele pensa que é? Ele tentou estrupar ela.
-Sou um Policial, e estou te prendendo.
Um dos homens no carro riu, enquanto o Homem loiro continuava com a feição dura como Onix.
-Você é novo garoto? - Perguntou o Homem.
-Moro em Nova York desde que Nasci.
-Estou falando da sua profissão, é policial a quanto tempo?
-Comecei hoje.
Agora todos riram, com exceção do homem loiro.
-Uma pena. - e deu um soco no estômago de Sam, deixando ele sem ar.O outro soco atingiu a orelha esquerda, e o mundo girou enquanto ele caia.
-Você não é nada aqui, eu sou a Justica, eu sou a Lei - disse o homem. - Eu sou o Rei desta cidade, eu sou tudo e mais um pouco.
O chute atingiu o peito de Sam, e ele não conseguiu respirar.O outro pisão atingiu o joelho, e ele jurou que quebrou com o impacto.O homem se abaixou e segurou Sam pelo pescoço com apenas uma mão.
-Não existe heróis, aqui você vive ou você morre.Matem o velho - disse para os homens.
-Não... - murmurou Sam.
O Silêncio da noite foi quebrado novamente com o barulho dos tiros.Dois haviam acertado o peito de Tio Jake, que tentava correr para ajudar Sam.O homem caiu lentamente, o olhar desfocado iluminado pela luz da lua.
-Não... - Murmurou novamente.
-Matem a mulher, só me trouxe problemas.
Ela se debateu no chão e arranhou o rosto de um dos homens com um canivete. Iremos todos morrer aqui, pensou Sam, que não conseguia respirar.
O homem soltou Sam, que caiu com um baque no chão.O loiro se aproximou da garota e chutou sua mão, e o canivete voou para longe.
Sam notou que sua pistola estava bem perto, então se arrastou até ela, com cada músculo do corpo reclamando de dor.Quando a conseguiu pegá-la, pensou que não adiantaria nada em atirar no homem loiro, pois os outros homens os matariam, então pensou em algo um pouco ousado, mirou para o carro que estava perto dos homens, que estavam se aproximando da garota. Preciso salvar ela. Ele mirou no tanque de combustível e atirou.
Dessa vez, Sam tinha certeza que o bairro inteiro havia ouvido. A explosão havia acertado alguns homens, e Sam ficou aliviado que não havia acertado a mulher.O homem loiro se aproximou dos homens que tinham o braço ou a perna em chamas.
Algumas pessoas curiosas saiam de sua casa para olhar, enquanto outras ligavam para alguém no telefone.O homem loiro também percebeu isso e tampou o rosto com as mãos e entrou no carro negro e saiu rapidamente dali.
A mulher olhou para ele e sorriu, em seguida desmaiou.
Consegui
Em seguida Samwell desmaiou.

Entre Sonhos e PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora