À flor da pele

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Era possível ouvir uma caminhonete parando a uma pequena distância da floreta. Um homem desceu caminhando com calma até a orla, ajeitando suas mãos sobre suas bagagens, já era noite, como aquelas que a Lua iluminava o caminho, logo, um raio recaiu sobre uma silhueta feminina em uma árvore não muito longe.
- Trinta minutos, Jiraiya, não há relógios com você? Nem mesmo o do celular? – a mulher perguntou, desencostando-se da árvore com um ar zombeteiro. Chutando levemente um saco ao seu lado.
- Eu também senti sua falta depois de três meses Tsunade! – Jiraya sorriu vazio para a mulher, suspirando sutilmente pelo nariz. – Olha, eu não queria dizer nada, mas eu consigo ver suas rugas daqui amor, têm que usar alguns cosméticos. – Jiraya zombou de Tsunade, quase rindo quando viu uma pequena veia salto em sua testa.
- Inacreditável. – Tsunade revirou os olhos, suspirando levemente, como se perguntasse para alguma divindade se isso era mesmo viável. Logo um sorriso malicioso tomou seus lábios – Mas, já que estamos no assunto, como têm andando com as pílulas azuis? – o sorriso aumentou um pouco mais vendo a cara de desespero do grisalho. – Sim amor, eu sei. E a menos que queria que seja espalhado, sugiro que comece a andar. E cale a boca!
Jiraiya teve a decência de seguir a loira, não sem antes engolir seu orgulho pela garganta. O mundo não poderia saber que Jiraya usava pílulas azuis, quer dizer… não que ele use! Jamais!
- Visitou as meninas? – Jiraya olhou-o de soslaio.
- Não, ainda não. – Tsunade suspirou. – Você… certo. – a pergunta morreu após o grisalho balançar a cabeça. – Recebi uma mensagem de Shizune, ela disse que encontrou um esconderijo no Canadá para as meninas. Ela já deve estar lá.
- Canadá? – a palavra dançou sobre os lábios de Jiraiya, fazendo-o arquear uma sobrancelha cinzenta – Achei que não fosse voltar lá, com toda aquela história… - ele empurrou levemente o ombro de Tsunade. Sabia que ela odiava aquele lugar depois do vexame em que ela participou.
- Nem fale mais uma palavra sobre isso! – Tsunade rugiu, apressando o passo. – É um esconderijo, eu e Shizune vamos verificar o local, e se tudo estiver certo iremos para lá. 
Jiraiya suspirou desviando de uma raíz.
- Tenho certeza que deve ser seguro o suficiente. Sakura não está pronta. – ele olhou para Tsunade, alcançando-a, ele teria tocado em seu ombro se pudesse.
Tsunade reivindicou o direito ao silêncio entre os dois. Fazendo continuar sua caminhada sendo mais rápida, fazendo o grisalho estranhar que nunca chegava ao chalé, ele já deveria estar ali.
Ele notou como a folhagem da área começou a ser bagunçada, quebrada em alguns pontos e revirada em outros. Deveria ter sido assim? Ele olhou para Tsunade, vendo o modo como seus ombros tencionaram como quem espera um ataque a qualquer momento.
- O chalé não deveria ser perto? – Jiraiya comentou estreitando seus olhos.
- Sim. – Tsunade murmurou levemente, observando o que parecia muito ser uma pegada, o coração falhando uma batida. Ela notou o silêncio da floresta pela primeira, gesticulando para Jiraya, que fechou um olho procurando qualquer vestígio de um pássaro ou um grilo.
Nada.
Ambos notaram algumas plantas mortas a sua frente, em direção ao chalé, ele ficou tentando a quebrar a ilusão que quem quer que seja, tenha posto. Ele ouviu Tsunade praguejar enquanto abaixava sua bagagem lentamente no chão, Jiraiya pôs um passo atrás.
Se o silêncio na floresta estava excruciante, o silêncio dos dois estava pior, tão torturante quanto, eles andaram calmamente, evitando qualquer barulho que pudessem produzir, vendo o chalé. Ambos, instintivamente cobriram as costas um do outro, preparando-se para o ataque, ou sua defesa. Eles viram como as luzes do chalé estavam apagadas, as árvores mortas ao seu redor, fazendo Tsunade largar a cobertura e correr, Jiraiya a impediu rapidamente, fazendo-a voltar a caminhar.
As garras de Jiraya começaram a crescer, Tsunade conjurou um feitiço em sua mão, assumindo um brilho esverdeado. Ambos pararam a frente do chalé, Jiraya tentava ouvir algo, qualquer coisa, mas nada. Tsunade esperava a permissão do lobo para entrar. Após o mesmo fazer sinal de confirmação, ela socou a porta, vendo desapaixonadamente os destroços se espalhando.
A loira olhou para Jiraya, que balançou a cabeça, vendo como estava escuro, anormalmente escuro, ou o fraco contorno dos móveis revirados aqui e ali, ela prendeu a respiração.
- Sakura? – veio fraco, como se faltasse força para falar, se mexer até. – SAKURA?! HINATA? SHIZUNE! – Tsunade gritou, entrando em pânico, quase avançando no chalé, sentindo a mão de Jiraya segurando-a, ficando em sua frente protetoramente. Logo o grisalho cheirou o ar, tentando capturar um aroma, o que quer que seja.
Tsunade suspirou se houvesse alguém lá dentro ele teria ouvido algo, nem que fosse um mísero ruído.
Ela produziu algumas esferas minúsculas, mas poderosas de fogo, vendo como o local parecia mais iluminado, podendo distinguir alguns móveis a sua frente, logo, perceberam uma mão embaixo de uma estante de livros caída. Tsunade fora cautelosamente até lá, puxando a mão, logo vendo que estava presa, Jiraya se pôs a mover a estante, retirando os livros que caíam da mesma. A mão pertencia a Shizune, que cobria um corpo com o seu.
- Shizune. – Tsunade quase se desesperou, pegando o corpo da morena e retirando-o de lá, pondo em uma posição reta, vendo todos os machucados e sangramentos. Ela suspirou, pondo o ouvido perto do rosto de Shizune, verificando como ela respirava leve com fraqueza. – Ela está muito ferida e inconsciente. Vou levá-la para o quarto e ver o que posso fazer. – a loira suspirou pegando cuidadosamente o corpo de Shizune, uma vez que ainda não sabia das extensões dos ferimentos. Logo vendo o corpo secundário com a adaga de Shizune em cima do coração, uma gosma verde ainda escorrendo, que também estava presente no corpo de Shizune.
– Descubra quem ele é, e depois vá atrás das garotas.
- Não vai precisar. – Jiraya lamentou se aproximando do corpo morto, levantando a manga do casaco, revelando um desenho de cobra incrustado no que deveria ser a pele.
– É um renegado! – ele tornou a falar, olhando para Tsunade com pesar – Um dos capangas pessoais de Orochimaru.
Havia dois tipos de renegados, os que se alimentavam de sangue, e os que matavam por prazer, e todos os dois tipos faziam parte do exército pessoal de Orochimaru.
Geralmente todos os renegados que se desvinculavam de suas espécies viravam seres loucos por sangue, fazendo-o seu alimento constante. Os que conseguiam ficar sãos com a falta do sangue eram os principais renegados de Orochimaru, o que ele escolhia para trabalhos selecionados.
Tsunade sentiu seu mundo caindo. Ela não conseguia entender como Orochimaru soube da garota. Uma vez que desde o nascimento dela eles nunca pararam em um único lugar para que nunca soubessem da existência dela, então… como Orochimaru, de todas as pessoas conseguiu encontrá-la? Descobri-la?
Cada vez mais perguntas, e as respostas nunca viam. 
- E-eu… não pode ser! – ela deveria ter esquecido como era respirar, sua visão ficou escura por breves momentos. Ela sentia que estava apertando Shizune. – Eu… nós fizemos o possível para que ela nunca fosse descoberta. Ou não tão cedo assim! Droga! El-
- Calma! – Jiraiya esbravejou contra Tsunade. Ele suspirou passando as mãos pelos cabelos albinos, pegando Shizune com cuidado, a transferindo para seus braços. – Eles nunca descobriram a existência dela, isso pode ter sido um acaso Tsu. Vamos verificar tudo, e reunir o que sabemos. Se for mesmo verdade… - o grisalho hesitou mordendo o lábio com mais força do que queria. – então, nós vamos descobrir o que fazer.
- Como…? Como! Você está tão calmo! Você não percebe que ele- aquela cobra pode estar com ela e Hinata?! – Tsunade quase gritou, olhando-o furiosa, se não fosse por Shizune nos braços e peito do homem, ela o teria socado agora. – É minha culpa. Eu deveria tê-la entregado ao mestre quando nasceu. Eu-eu destruí a única chance do mundo sobrenatural.
- Tsunade… - Jiraiya ficou sem ação por alguns momentos. – Chega. CHEGA! – ela se assustou. – Você não está sozinha! Agora, aconteceu algo aqui, que ainda não sabemos como ou por que, mas Shizune está ruim, até mesmo pior do que sabemos. Temos que ajudá-la primeiro.
- Eu sei! – A mulher choramingou repirando fundo. – Mas, as garotas podem estar por aí, feridas, ou mortas! – ela mordeu o lábio – E… e se tiverem outros como ele? Atrás delas? – Jiraiya não precisou ver para saber que ela estava falando dos outros capangas de Orochimaru.
- Pare de se martirizar! – ele sorriu caminhando para a entrada do chalé, ali não era mais seguro para que possam cuidar de Shizune. – Nós três cuidamos daquelas garotas por todos esses anos, elas dão conta de um cara maior que esse! – ele encostou-se ao batente da porta, tomando cuidado com a cabeça de Shizune, olhou por cima do ombro, encontrando o olhar da loira – Eu acredito nas nossas meninas. A única coisa que temos que nos preocupar é com Orochimaru, ele não deve saber sobre Sakura!– ele sorriu vazio. –A preocupação acentua as rugas, querida.
Tsunade suspirou pela milésima vez naquela noite.
Jiraiya era assim. O mundo podia estar desabando, em fogo ou água, mas ele sempre procura ver o lado bom das coisas. E ela sentia um pouco de inveja disso, mas sabia melhor: ele estava mais preocupado do que ela.
A mulher abraçou os braços, ela estava fraquejando, e odiava esse sentimento, de impotência, ela não gostava de não ter as respostas. Ela estava rezando para que quem estivesse ali em cima, esteja protegendo suas meninas, para que elas estejam bem, ela repetiu o mantra que de Jiraiya estava certo, e suas garotas eram espertas. Iriam procurar um jeito de acha-los.
- Tudo bem! – ela olhou determinada para o grisalho se afastando gradualmente do chalé, para que ela pudesse alcançá-lo com poucos passos rápidos. Logo, estava ao seu lado. – Mudança de planos: leve-a para longe daqui, ela não pode ficar sem atenção por muito tempo. E eu vou procurar algo que seja útil, e depois queimar esse lugar. – o homen balançou a cabeça, começou a andar para fora do chalé, deixando Tsunade para trás.
Tsunade voltou rapidamente para o chalé, vendo o corpo do homem que Shizune matou, se aproximando observando tudo o que podia, fazendo anotações mentais.
Era deplorável. Deplorável o que acontecia com um sobrenatural depois de negar a própria espécie, a pele assumia uma palidez como uma folha de papel, e, às vezes descascava. Os dentes apodreciam, ou caíam, o sangue virara um verde musgo, e os olhos num tom claro de violeta. Eles não podiam mais andar entre os humanos, ou não deveriam, mas Orochimaru fabricou uma poção para que possa.
Ela revirou os bolsos em procura a alguma identificação, e é claro que não usaria. Levantando a camiseta ela encontrou barbatanas nas laterais do corpo.
- Um tritão? Sério? Shizune apanhou para um Tritão?! – ela deu um sorriso irônico levantando-se e dando uma última olhada pelo lugar, pondo-se a andar para o lado de fora, deixando suas esferas de fogo para trás, perto demais de panos e madeira.
Logo a uma distância considerável, ela estendeu a mão esquerda, fechada para logo abrir, liberando um pequeno impulso, as esferas respondendo e explodindo, levando tudo. Tsunade ficou olhando para as chamas e as cinzas do que já queimara subirem ao céu, e tomou o rumo de olhar para a Lua.
- Tomara que estejam bem. – ela se virou andando em direção a Shizune, que deveria estar dentro da camionete com Jiraiya.

- Certo, o plano vai ser assim… - Naruto se remexeu animado demais enquanto os outros prestavam atenção. Estavam a tempo demais na mesa bolando alguma coisa desde que a garota de cabelos rosas havia chega – Ino vai cair na frente dela e o Sasuke entra como um doce cavalheiro e a ajuda. Aí a garota vai ficar encantada e se joga em cima dele na hora. Pronto! Quem precisa de cupido quando tem Narutinho aqui como concelheiro amoroso? To certo! – Neji e Ino olhavam para ele céticos, já Kiba concordava freneticamente com o plano, Shikamaru ainda dormia, e Sasuke…
Bem, ele fica vendo a garota de cabelos rosas fazendo dobraduras com o guardanapo, e bebendo um suco alaranjado. Como se até suas respirações fossem graciosas demais.
- Você está louco?! Nunca que uma garota iria fazer isso! – Ino reclamou, controlando seu tom de voz. – Vamos fazer assim: eu vou lá fora e faço uma flor crescer no estacionamento, daí o Sasuke vai e entrega a flor pra ela. E eles começam uma conversa. – Ino sorriu – Assim vai funcionar, muito melhor que o seu plano!
- que?!– Naruto reclamou com Ino, inacreditado.
- Acho que vai ser estranho Sasuke chegar do nada com flores para uma garota que nem conhece. – Shikamaru bocejou olhando para os amigos.
- Você não estava dormindo? – Ino olhou para ele franzindo o cenho, vendo como o Nara voltava a descansar a cabeça nos braços. – Se acha estranho, dê uma ideia então. E você também Sasuke, uma vez que ela foi escolhida como sua marcada. – a loira olhou para o outro, notando como ele estava apenas observando a garota, sem notar o que eles estavam falando.
- Será que ela pinta o cabelo por quê gosta da cor? – Sasuke descansou o queixo sobre as mãos observando cuidadosa como a garota colocava uma mexa do cabelo atrás da orelha, vendo um piercing na helix. Estava tão concentrado que ingnorou a voz de Naruto o chamando de "boiola."
- Por que você… - Neji hesitou quando todos os olhares se viraram para ele, até mesmo Shikamaru. – Por que você não conversa com ela? Parece ser uma pessoa tranquila. – ele se remexeu desconfortável, tocando uma mexa do cabelo que escapava do coque.
Eles viram como Sasuke parecia pensar sobre, sobre como seria fácil simplesmente chegar ali, o difícil seria iniciar e manter uma conversa com ela. Ele parecia decidido, enquanto virava o corpo, como se fosse sair da cadeira. Ele queria saber ao menos o nome dela, já que poderia ir embora e nunca mais vê-la, o que com certeza ele não iria deixar.
Eles deram espaço, para o Uchiha que se colocou de pé para sair da mesa.
- Meu caro amigo, com cabelo de bunda de pato. – Naruto começou, segurando o braço do mesmo, bloqueando seu camimho. – Eu vou lhe oferecer uma coisa de vital importância em um relacionamento. – eles olharam para o loiro com curiosidade, até que o mesmo estendeu uma mão para o Uchiha, relevando um pequeno pacote prateado.  – Use com sabedoria. – ele parecia muito confiante. Eles engasgaram com o ar, alguns sibilaram.
- Um preservativo? Você por acaso é idiota? – Ino chiou quase acertando o outro loiro, preferindo acertar a testa. – Sasuke nunc...- a palavra morreu quando ela viu o moreno pegar o pacote rapidamente o colocando no bolso. Soltando o braço da mão do amigo.
- Obrigado dobe. - Sasuke murmurou, bebendo de sua cerveja em um gole e saindo da mesa, decididamente indo para a garota de cabelos rosas ainda fazendo dobraduras nos guardanapos.
Naruto sorriu largo em vitoria, os outros entravam em um desespero silencioso.
-Isso vai ser um desastre.– Shikamaru murmurou, observando a cena cuidadosamente.
- Ele é um Uchiha acima de tudo. Parece um imã para mulheres, minha prima que o diga. – Naruto murmurou tomando um gole da cerveja meio quente. – Mesmo que diga a coisa mais machista e sexista do mundo, ela vai com ele não importando o que ele diga.
- Bem… - Kiba começou, - Vamos ver o show. – eles observaram de soslaio vendo o Uchiha indo para a garota.
Sasuke, por fora estava calmo e confiante, por dentro estava em desespero completo. Ele não sabia o que exatamente dizer para ela. Apenas sabia que não queria usar a lábia com ela, como fazia com tantas outras. Ele viu Ayame chegando perto do balcão.
- Mais uma cerveja, por favor. – ele viu a morena entrar dentro da cozinha. Ele sabia que não tinha muito tempo para falar, logo pensando em tudo o que podia abordar, como o cabelo rosa dela, mas poderia ser grosseiro. Ele suspirou sentindo o aroma, observando levemente o origami de Tsuru que ela fazia.
– Um Tsuru, - ele murmurou – ficou muito bom. – Sasuke chegou à conclusão de que queria morrer.
Naruto sorriu do outro lado do estabelecimento, cutucando o gargalo da cerveja, antes de esconder o sorriso.
- Passo um, feito! – Naruto murmurou, engolindo o álcool.
A garota terminou seu suco, e o segundo Tsuru.
- Muito obrigada. – ela sorriu, sem olhar para o moreno. Sasuke só consrguia pensar em uma coisa.
PUTA QUE PARIUU!! Podia ser só um "obrigado", mas ainda veio com o "muito." E Deus, que voz era aquela? Ele simplesmente queria gritar e ouvir o seu nome sendo dito por aqueles lábios atraentes. 
De certa forma, aquilo lhe incentivou a continuar o assunto.
- Conhece a lenda? – Sasuke se apoiou no balcão, como quem queria nada. Ela sorriu para ele, voltando sua atenção para o homem a sua frente. – A lenda japonesa diz que o Tsuru pode viver até mil anos, é considerado o companheiro dos eremitas, que se refugiavam nas montanhas para meditar. – Sasuke sabia que a lenda era verdadeira, lembrava-se de Fugaku contando historias de quando era do templo dos eremitas que passavam por lá.
A garota maneou a cabeça, erguendo as sobrancelhas rosadas. Seu olhar indo do Uchiha para o relógio atrás dele, logo voltando para o moreno, se fixando ali.
- Você é um historiador? – ela perguntou brincando distraidamente com o canudo do copo. Sasuke ficou confuso por alguns segundos, se Neji estava certo sobre o fato dela ser tranquila, ele descobriria agora.
Ele só sabia que queria conversar com ela para todo o sempre.
- Não, não. Eu só-
- Então quando eu quiser saber sobre alguma lenda oriental, eu pergunto para algum, o.k? – ela o cortou sorrindo e dando-lhe uma piscadela. Sasuke pensava em como tinha levado um fora, e dela ainda por cima.
Naruto cuspiu um pouco da sua bebida enquanto tampava a boca, Neji e Kiba suprimiram uma risada bebendo para disfarça, Shika murmurando um problemático e Ino colocava a mão em cima da de Naruto vendo o loiro ficar vermelho enquanto segurava a gargalhada.
- Ela deu um fora nele?– Neji esclareceu, abandonando a cerveja.- milagres existem.
Sasuke ficou olhando para a garota, ignorando quando Ayame pôs sua cereja em sua frente, ele sabia que Naruto, Shika, Kiba e Neji estavam escutando, e divulgando os eventos para Ino. Ele não precisava se virar para saber que Naruto estava suprimindo a risada bebendo – e se engasgando – com a cerveja.
- Sinto muito – Sasuke pensou no que diria a seguir, mas parou quando ela lhe deu um olhar vazio, voltando para um terceiro Tsuru.
“Tranquila minha bunda!” Sasuke praguejou mentalmante antes de sair, pegando a garrafa com talvez força demais, indo para os amigos. Ele até gostou da aparente antipatia dela, mas não iria forçar nada agora. Quem sabe num futuro próximo, o universo estava bondoso com ele até agora.
- Espere. – ela chamou, fazendo-se virar, suprimindo o sorriso menor. Naruto parou de rir ao fundo, e começou a observa desacreditado.
– Eu não estou em um dia bom. E você não é o primeiro que da em cima de mim. – o pedido de desculpas não foi dito, mas foi aceito.
- Tudo bem. – ele tentou não sorrir mais, mas falhou. – Eu não estava dando em cima de você. – ele mentiu, e se ela notou não comentou.
- Meu nome é Sakura… - ela murmurou se levantando, estendendo a mão para ele.
- Sasuke, Uchiha Sasuke. – ele aceitou, vendo como ela abandonara o casaco, mas mantendo os olhos no rosto e na gargantilha dela. Sem a olhar de cima a baixo. Ele sentiu um pequeno arrepio logo abaixo do polegar – Não querendo levar outra patada, mas nunca te vi por aqui. É nova na cidade, Sakura? – ele adorou o jeito em que o nome dela saiu por entre seus lábio ou até mais a risadinha que veio dela.
- Só estou de passagem, não devo ficar mais que amanhã ou depois. – se dependesse de Sasuke, ele iria atrás dela até no inferno. – E você?
- Nascido e criado. – ele sorriu de lado, vendo como ela punha as mãos nos bolsos da calça.
- Pode… - ela hesitou – pode me ajudar com o mapa da cidade? Estou procurando alguns lugares e não acho. – ele sorriu para ela.
- Claro.
Ele não viu como os outros vibravam silenciosamente nos fundos, ou como eles faziam suas apostas, se ele iria levá-la para casa ou não.

Fazia muito tempo em que Sai e Karui haviam partido, Hinata apenas andava de um lado para o outro preocupada com Sakura que havia sumido desde manhã.
Eles tiveram que fugir as pressas na noite passada, por conta do capanga de Orochimaru, deixando Shizune para trás a pedido da mesma, eles apenas não sabiam para onde ir, até que lembraram de Sai, um amigo distante que seus tios não poderiam nem sonhar sobre entraram em contato com ele.
O plano era muito simples: entrar em contato com seus tios. Mas não estava dando certo, uma vez que eles nunca lhe disseram onde moravam, e ela nunca havia descoberto o por que. Ela chegou à cidade e tentou fazer uma conexão com Tsunade, mas ela não respondeu. E a cereja do bolo: Sakura sumiu!
Só esperava que ela estivesse bem e fora de perigo.
Ela olhou pela janela suspirando, estavam em Konoha, na floresta. Que deveria ter sido estéreo, mas havia muitas casas ali. Demorou até acharem um lugar afastado, para então Hinata lançar uma barreira com as coisas que Karui roubou para ela. Ela pensou no que deveriam fazer agora, sendo Tsunade quem deveria ter assumido o controle. Mas de uma coisa ela sabia, não podiam ficar em Konoha por muito mais tempo.
Foi tirada de seus pensamentos com o barulho de seu celular, logo vendo o nome de Sai no visor.
- Achou ela? – Hinata podia literalmente sentir as gotas de suor se formar em sua testa.
- Então querida, achar eu achei. Mas não o que você queria.
- Como assim?
- Melhor você sentar…
- Fale Sai! – Hinata estava quase em desespero.
- Hinata...- a moreno fez uma pausa tomando coragem para dar a notícia a amiga.- puseram fogo no chalé. – Hinata pode ouvir Sai suspirando do outro lado da linha – E encontramos um esqueleto carbonizado, junto com a adaga de Shizune. O cara deve ter fugido.-Hinata não assimilou mais o que Sai disse, ela se sentiu fraquejar, quase caindo.
Ela não se lembrava de nada de antes, antes de eles a encontrarem. Ela apenas sabia seu nome, idade e que era uma bruxa. Ela podia sentir o peso da perda daquela época. E nunca soube o porquê, e agora essa sensação voltou com força. Shizune estava morta.
E ainda faltava achar Sakura, e sair dali o mais rápido possível, encontrar Tsunade e Jiraya e fugir como sempre. Talvez ela encontre seus tios.
Ela ligou mais uma vez para Sakura, indo para a caixa postal.
- Quando eu te achar Sakura… - a ameaça pairou no ar, os olhos voltando-se para a Lua, tão brilhante, mas agora opaca. – O seu destino está mais próximo do que pensávamos.

- Aqui fica a floricultura Yamanaka – Sasuke apontou para o mapa vendo Sakura escrever o nome no mesmo lugar – E eu acho que concluímos.
- Obrigada. Agora eu não vou me perder. – ela dobrou o mapa colocando-o no bolso, um pequeno de sorriso em sua face. Sasuke havia adorado esse pequeno momento com a rosada, tirando o mal entendido de momentos antes.
- Você é de onde? – Sasuke perguntou casualmente bebendo da cerveja, vendo de soslaio como ela mordeu o lábio.
- De muitos lugares. – ela disse cuidadosamente – Mas eu nasci aqui. Minha família teve que se mudar pouco depois.- Sasuke abriu a boca para dizer algo, mas Ayame interrompeu.
- Senhorita, seu celular já está carregado. – Ayame o entregou, vendo como Sakura a agradeceu por isso. Ela observou os amigos que estava conversando no fundo, podendo ter desejado ou não poder ouvir, e depois para os dois a sua frente. – Vai querer o lámem e o anmitsu para viagem? – Sakura balançou a cabeça.

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⏰ Última atualização: Jul 02, 2020 ⏰

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