cartas ao infinito

Carta 3

Meu anjo,

se eu admitir se quer por um segundo, se eu cogitar falar cada palavra escrita, cada palavra repleta de significado, talvez eu esteja fazendo papel de boba ou provocando minha auto humilhação, sinceramente já nem sei se importa mais, nenhuma palavra, nenhuma carta, nenhuma declaração é suficiente, por que eu em meu papel habitual não sirvo, não quero perder a parte que eu possuo de você por egoismo de te querer por inteiro, minha carne já fraca, essa alma atordoada que eu carrego dentro de mim não é capaz de suportar a dor da perda novamente, mas também não me sinto capaz de viver com a angustia da covardia, por esses dias tudo que faz parte de mim dói, você mora em meus pensamentos e a lembrança da falta de significado que eu possuo pra você me atormenta, sinto que estou sendo dramática ou ate romântica em excesso mas não consigo evitar de sofrer por uma situação que nem se quer existe, escrevendo me dou conta das prováveis besteiras sem sentido que falo, mas sei que também me protejo dos meus próprios sentimentos, o medo não me deixa outra escolha, por mais que admita por esse milésimo de segundo infinito o quanto eu te amo, eu nunca seria capaz de dizer diretamente a você, talvez eu seja uma tola covarde, mas é tudo que eu consigo ser agora.

com amor, J.