ATENÇÃO: Esse capítulo contém gatilho.
PEDRO
Ela segura na minha mão e me faz caminhar mais rápido e mesmo com o pé latejando eu tento acompanhar, pois ela está visivelmente preocupada e assustada.
- Sabe para onde estamos indo? - Pergunto um pouco sem fôlego. Já estamos andando há minutos.
- Ali. - Aponta para um carro velho parado no acostamento. - Não imaginei que fosse tão longe, eu fui correndo e parecia perto.
Entramos no carro e por dentro ele é mais velho ainda. Respiro fundo sentindo o cheiro de tecido antigo, lembro do fusca que um dia o Edu pegou. A Gabi fez ele devolver na mesma semana, e perguntou a ele se o bebê conforto ia do lado de fora igual a moto da baba McPhee.
- Vamos lá, me ajuda Mike. - Ela sussurra baixinho virando a chave no contato. - Por favor. Por favor.
O barulho do motor faz ela respirar aliviada e sem demora ela começa a conduzir o carro pela estrada escura e vazia.
Me ajeito no banco e observo as árvores e o céu. Pensei que jamais iria ver isso novamente, que jamais sentiria a sensação de liberdade.
- Então... - Começo.
- Então que eu estou te ajudando. - Responde ranzinza - Quer que eu diga o que?
- Primeiro: por que deu nome ao seu carro?
Ela tenta não sorrir, mas se rende depois de alguns segundos.
- Não fui eu. - O sorriso some. - Vamos parar em um hotel, eles com certeza vão me procurar e não quero correr o risco de nos encontrarem em uma estrada deserta.
- Quem são eles afinal?
- Pessoas com quem você não deve mexer.
- Nunca mexi com eles e acabei em um cativeiro, agredido e com fome.
- É. - Seus dedos apertam o volante - É do tipo dele.
- Qual é o seu nome? - Pergunto e ela me olha de canto.
- Não interessa.
- Ok. - Dou uma pausa e volto a olhá-la. - Será que posso usar um celular?
Seu silêncio me faz entender que não.
Afinal, estou livre ou ainda continuo preso?***
AMÉLIA
Após receber a notícia de que o cativeiro estava vazio, voltamos pra casa pois desmaiei. Não estou bem psicologicamente e muito menos fisicamente.
Acharam sangue no local e as roupas do meu filho. O resultado do sangue irá sair nas próximas 24h mas sei que é dele. Ele estar sem as suas próprias roupas me assusta. O que estão fazendo com o meu menino?
Quando entramos minha mãe está adormecida no sofá e ao lado dela Gabi. A minha amiga cobre a minha mãe e pede silêncio, vamos até a cozinha para conversar melhor.
- O que houve? - Pergunta aflita.
- Ele não está mais lá. Acharam roupas e sangue. - Volto a chorar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Procura-se um Pai III
RandomMesmo depois de tantas brigas e dramas, Amélia e Henry vão ter que deixar as diferenças de lado e se unir para um bem maior e o relógio é o seu pior inimigo.