Capítulo 14

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(PLAY QUANDO EU AVISAR)

Por mais que a situação parecesse desconfortável, estávamos bem. A Larissa contava sobre a evolução do Kaio, tanto na vida quanto na escola. Trocávamos experiências e tudo estava bem, aquela pulga atrás da minha orelha sumiu e então olhei para o Marco e seus olhos estavam distantes, ele não esta nessa mesa. Isso me preocupou. Larissa pede licença e vai até ao banheiro. Aproveito o momento para encarar o meu marido mais uma vez.

- O que foi? - Pergunto.

- Não é nada. - Coça a garganta e toma um gole do seu refrigerante sem contato visual.

- Marco... - Insisto.

- Nada, amor. - Suspira observando o seu copo.

- Vou ver como as crianças estão. - Levanto um pouco irritada. Marco impede ao segurar o meu pulso.

- Por favor. - Pede, e eu não sei ao certo o que.

- Acho que vocês precisam de uma conversa, eu sinceramente não quero ficar mais no meio disso. Se alguma coisa te incomoda, talvez seja o momento de você se expressar.

- Não é nada disso, linda.

- Não importa o que seja, Marco. - Puxo o meu braço - O importante é você resolver o mais rápido possível. 

Caminho até a saída da lanchonete com os sentimentos a flor da pele. Ele me confunde. Estava tudo bem até sentarmos na mesa com a Larissa, pode ter sido sobre o crescimento do filho sem ele acompanhar, e também por ter se balançado pela ex. Quer saber? Eu não sei. Não gosto de tentar decifrar o que as pessoas pensam, os meus sentimentos já são confusos demais para tentar entender o dos outros. Ele quis que eu viesse, mesmo eu não querendo, aceitei por achar que talvez ele ficaria mais confortável, porém isso é assunto entre dois. E eu preciso deixa-los conversar, até porque ele é o pai do filho dela.

Meu celular vibra quando cruzo a porta, tiro o celular do bolso da minha calça jeans e vejo o nome no visor: Henry. 

Cancelo e deslizo os contatos até chegar no contato do meu filho, provavelmente ele está tentando falar com o Pedro.

- Oi, mãe. - Ele atende no terceiro toque.

- Oi, filho. Seu pai está tentando falar com você... Aproveita e já me manda a localização de vocês.

- Meu pai? - Da uma pausa. - Não me ligou não, mãe. - Meu celular vibra - Te mandei a localização por mensagem.

- Ta bom, filho. Estou indo ai com vocês.

- Está tudo bem? - Sua voz fica mais baixa, provavelmente para ninguém ouvi-lo.

- Sim, amor. Tudo bem! 

Desligamos e o celular toca novamente com o nome do Henry, bom, provavelmente é comigo que ele quer falar.

- Oi, Henry. - Atendo.

- Oi Amélia, boa tarde. Atrapalho? - Sua voz está rouca e baixa. 

- Não, posso pedir para o Pê te ligar daqui uns cinco minutos, pode ser?

- Na verdade quero falar com você. - Ele funga do outro lado, o meu corpo inteiro se arrepia. A última vez que ouvi Henry chorar na linha, ele estava ameaçando a minha família.

- Henry. - Repreendo.

- É o meu pai...Bom... - Funga mais uma vez - Não quero dar essa notícia ao Pedro.

Meus passos param e meu estômago começa a revirar. O que houve com o senhor Augusto? Para o Henry estar chorando, imagino que....Não, não pode ser. Não o senhor Augusto.

Procura-se um Pai IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora