Capítulo sete

1.9K 208 6
                                    

Pedro

O farol do carro anuncia que a minha mãe chegou.
Levanto da cama da qual estou sentado ao lado da menina e corro até a porta.

Quando abro, a minha mãe já está fora do carro olhando o local ansiosamente e Marco desce apressado.

- Mãe. - Chamo.

- Pedro! - Ela começa a chorar quando vem correndo na minha direção.

Seus braços me apertam contra o seu corpo em um abraço forte e aliviado. Suas mãos passam pelo meu cabelo, costas e braços enquanto ela agradece inúmeras vezes por eu estar vivo.

Atrás observo meu pai respirar aliviado, seus ombros caem e o vejo chorar. A única vez que vi ele chorar foi quando a Antonella nasceu. Ele se aproxima e com seus braços longos abraça nós dois. Estou com a minha família novamente.

- Meu amor! - Minha mãe segura o meu rosto, olhando cada centímetro - O que é isso na sua testa? Seus lábios cortaram? Aí meu Deus! Não consigo nem pensar no que fizeram com você. - Abraça novamente.

- Estou bem, mãe. - Sorrio entre lágrimas.

- Como fugiu? - Meu pai pergunta.

O que me faz lembrar da garota dentro do quarto. Peço para que eles esperem um minuto e volto, tendo a frustrada vista do quarto vazio.

- Filho? - Minha mãe aparece no batente confusa.

Ela não fez isso.
Ela não fez isso.

Repito pra mim mesmo enquanto vasculho o pequeno cômodo.

- Ela estava aqui! - Explico indignado - Bem aqui!

- Quem? - Meu pai questiona confuso ao entrar.

- A menina que me tirou de lá.

- Uma menina? - Minha mãe pergunta mas logo seu rosto muda. - Loira?

- Sim, mãe. Eu sei o que vocês acham...

- Acho nada. Só estou confusa do porque você quer saber onde está a menina que participou do seu sequestro.

- Ela me tirou de lá!

- Depois de te ajudar a colocar. - Rebateu. Ela respira e continua - Olha filho, eu só quero te levar pra casa e te manter em segurança. Por favor. - Pede chorosa.

- Depois procuramos ela. - Meu pai sugere e recebe um olhar reprovador da mulher dele.

- Acho que a melhor opção é ir embora.

Outro farol liga. Olho por cima do ombro da minha mãe e vejo o carro velho dela ligar. Passo pelos meus pais, mesmo com eles perguntando o que foi.

Posso vê-la dentro do carro, ela está indo embora. Realmente estava indo embora. Seu pé desce no acelerador e eu corro mais, minhas pernas cumpridas me ajudam a chegar rápido o suficiente na frente do carro e quase ser atropelado. A minha mãe grita quando coloco a mão no capô e encaro os olhos vermelhos e molhados da garota.

- Desce. - Movo os lábios irritado.

- Está maluco!? - Minha mãe me puxa pelo braço me dando um chacoalhão. - Está de brincadeira comigo?

- Calma, amor. - Marco segura os braços dela e entramos em uma pequena discussão em família.

- Desculpem. - A voz dela faz a discussão parar e todos os olhos ser voltado na sua direção.

- Pelo que, especificamente? - Minha mãe ataca.

- Para! Você não sabe os motivos dela.

- Tem mais algum além do dinheiro?

Procura-se um Pai IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora