4 - tudo isso é no mínimo... interessante!

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N A R R A D O R

Nada. Foi exatamente isso que o garoto conseguiu após passar horas em frente ao computador, tentando a todo custo achar um significado alternativo para nódoa.

Ele também não tinha completa certeza de sua interpretação da metáfora, afinal metáforas serviam exatamente para isso, confundir pessoas e mostrar que não existe apenas um único significado para algo.

Ele chegou à conclusão de que, talvez, seu vizinho não soubesse do significado e apenas tivesse selecionado uma palavra aleatória. Mas, quem gravaria algo no próprio corpo sem saber pelo menos, o significado daquilo?

Mas... por que não gravar? Por que tudo precisa ter um significado?

Deveria ser isso, pois se não fosse só restava um significado: seu vizinho considerava algo em si, ou a si mesmo alguém impuro. O que aos olhos do garoto era algo... interessante.

O garoto, que até então mastigava a tampa de uma caneta aleatória que encontrou, voltou a realidade quando ouviu um som alto. Ele ficou confuso por dois segundos já que não era o seu celular, mas logo se lembrou do interfone que nunca tocava.

Sabendo a causa do barulho irritante, só restava saber onde ela estava. Ele procurou no cômodo onde estava, o qual usava como sala de estar e quarto, mas não estava ali. Encontrou o interfone, por fim, na cozinha – que não deveria ser chamada assim de tão minúscula que era.

— Alô? — disse, já com o aparelho no ouvido.

— Ah! Garoto, você está acordado? — perguntou uma voz masculina, que o garoto associou imediatamente ao porteiro.

— Ah... Sim? — respondeu, confuso. Não era algo óbvio? Como ele atenderia o interfone dormindo? — Pois não?

— Tem um garoto aqui, ele quer que você desça. O nome dele é... — fez uma pausa, murmurando algo que Kai não entendeu. — Park Jaesung.

Kai riu com o erro do homem e com o grito que o amigo deu ao ouvir seu nome sendo pronunciado errado.

— Tudo bem, eu já vou — pôs o aparelho de volta na parede.

Aquilo era estranho, Jisung geralmente ligava antes de ir até o apartamento do garoto.

Kai jogou a toalha sobre a cama, pegando o celular e as chaves e indo até a porta, trancado-a assim que saiu. Checou o celular e não havia nenhuma ligação perdida, o que era mais estranho ainda, já que ele sabia que Sangook não desistiria tão fácil.

Mas eram apenas oito da noite, haviam muitas horas pela frente para se preocupar, ou divertir, com as ligações do ex desesperado.

Alguns metros após passar da porta do seu vizinho, Kai notou que um garoto de cabelos vermelhos se aproximava. Ele também notou que o ruivo brilhava em uma mistura confusa, e ao mesmo tempo bela de amarelo, branco, verde escuro e preto.

Dentre as quatro cores, o preto ocupava maior parte do espaço, sendo seguido pelo verde escuro e pelo amarelo que ocupavam quase o mesmo espaço; e por fim o branco, o menor dali. Parecia quase esquecido, presente apenas no subconsciente do ruivo, mas ainda estava ali.

Que coisa mais... interessante!

Huening não conteve um meio sorriso, pois seu apartamento era o último daquele andar, o que significava que o garoto só poderia estar indo para o apartamento ao lado do dele. Era bastante interessante quando um jovem que morava sozinho e tinha namorado, mas ficava recebendo visitas noturnas de pessoas que se sentiam culpadas por alguma coisa.

Interessante e divertido, Kai diria.

Após passar sorrindo pelo ruivo, que parecia encarar o chão enquanto andava mas analisava o garoto pelo canto do olho, Kai foi direto até o elevador. Ele elaborou teorias fantasiosas durante o longo minuto em que esteve na caixa metálica, até finalmente encontrar o amigo de cara feia.

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