Colors Drama • [csb + hnk]

5 - problemas com o papai.

N A R R A D O R

Distraído, tentando manter os olhos focados no aquaterrario de Oji para alimentar o pequeno animal corretamente, Kai continuava a pensar no que acabara de ver no corredor de seu prédio.

Três caras de um dia para o outro? Que cara safado! Kai pensou, antes que Oji arranhasse a ponta de seu dedo, fazendo-o soltar um pequeno grito estridente pela dor.

— Meu filho é um ogro mesmo. — Kai pontuou, quando decidiu parar de alimentar a tartaruguinha com as próprias mãos e despejando a ração costumeira de Oji. — Agora só daqui quinze dias, seu mal educado.

Sem esperar por uma resposta, Kai se direcionou até a escrivaninha, para a seu sessão de tortura diária.

Perdendo novamente a noção do tempo, Kai só percebeu que horas eram quando viu seu celular tocar, dessa vez com um número desconhecido.

Às três da manhã? Sangook trocou de número?

+49? Sangook trocou o número para um número internacional?

Apenas por curiosidade e nada mais do que isso, Huening atendeu ao telefone mais uma vez durante uma madrugada enquanto estudava. Isso já estava ficando repetitivo demais para ele.

— Alô? — Kai disse, surpreendentemente em inglês, não sabendo o que encontraria do outro lado do telefone. — Tem certeza que ligou certo?

— Se você for Huening Kai, liguei sim. — a expressão de Kai de tornou desconfiada. Um trote internacional? Sério? — Acho que você não sabe quem eu sou.

— Mas é óbvio que não sei, só sei que se você enrolar muito, você terá um conta gigante no fim do mês. — Kai abriu o navegador no notebook, procurando pelo DDD que aparecia na frente do número ao telefone. — Alemanha? Deve ser por isso que você não tem noção de que já é madrugada aqui.

— Eu deveria ter pesquisado sobre isso, desculpe. — era uma voz masculina, Kai reconhecia, mas não poderia dizer com certeza quem seria o possível dono dela. — Como vão as coisas? Você tem a voz de um homem crescido.

— Ainda não sei quem é você, e não falo da minha vida com estranhos. — Kai, prestes a desligar, perguntou de uma vez por todas. — Como é o seu nome e como conseguiu meu número?

— Consegui seu número nas informações do seu perfil no Facebook... — a voz disse, mais uma vez, lembrando Kai de que deveria se desfazer da conta que mal usava. — E o meu nome é... Nabil. Nabil Huening.

Kai congelou, seu coração pareceu ter parado, sentiu os músculos travarem.

Nabil Huening era...

— Meu pai. — Kai afirmou, depois de um esforço gigantesco para mudar a cor laranja que adotou involuntariamente para o preto novamente. — O que você quer? Eu não fiquei rico desde que você foi embora, não precisamos ter contato algum.

— Eu estou indo para a Coréia em alguns meses, eu quero te ver. — o tom de voz de Nabil controlou o nível de sua voz, sentindo o ódio que se fazia presente na voz do filho. — Gostaria de me desculpar, fazer tudo de novo...

— Volta 17 anos atrás, filho da puta. — Kai pontuou, com as mãos tremendo e o laranja o consumindo outra vez. Dessa vez, ele não se esforçou para mudar. — Faz o favor de não me procurar nunca mais.