Renascida após morte || Naruto

cap 2

Neji estava inquieto, o mesmo sentia que sua irmã estava estranha nessa última semana, não estava o tratando como sempre fazia, com aquele olhar de medo e insegurança. Ela parecia mais confiante, dando a entender que seu medo estava melhorando, ou não, ela não o tratava mais com aquela doçura.

Pra ele, é estranho vê-la assim, passando a maior parte do tempo trancada dentro do quarto e falando só quando necessário, sentia falta da Naoki antiga, da sua inocente irmã. 

Neji já tinha planos, o aniversário de ambos estava chegando, iriam fazer 7 anos. Desde a morte de seu pai, eles vem comemorando sozinhos, só eles dois. O garoto sempre fazia bolo de chocolate, o preferido de sua irmã, gostava de ver seu sorriso, mesmo que mínimo.

            [...]

      '''Naoki'''

Me sinto exausta por ficar 24hrs dentro de casa, me sinto sufocada, não tenho ideia de como a Naoki suportava. As vezes, olho pela janela e vejo pouquíssimas pessoas caminhando calmamente na rua, felizes com o que estavam fazendo, e eu queria está ali também, mas eu simplesmente não podia, então por que eu estou aqui? qual meu objetivo? ficar em casa?

Não vou ficar aqui, não vou conseguir suportar! Eu não sei como eram as crises da Naoki, mas eu estou torcendo internamente para que não tenha resquício desse medo aqui. Vou falar com o Neji, tentar convence-lo de me deixar sair. Nesse tempo, eu nunca falei sobre isso com ele, mas era perceptível seu medo ao me ver olhar por tanto tempo para a janela.

"Naoki, eu não tenho certeza, mas eu acho que enquanto minha consciência se manter aqui, você terá os mesmo problemas psicológicos que eu. Tome cuidado! "~ ela tinha essa mania de me alerta em qualquer ação, não gosto de ser controlada, mas eu sei que ela faz isso para me ajudar.

Procurei pela casa inteira, mas o Neji não estava em canto nenhum, ele esta, provavelmente, na academia, já deve está chegando, eu até tentei esperar, mas minha paciência tem seus limites, não consegui conter a ansiedade, então, eu decidi ir sozinha e sem permissão.

Me aproximei da porta principal, suspirei fundo tomando uma certa coragem, estou realmente ansiosa. Abri a placa de madeira a minha frente, sentindo a brisa fresca da manhã bater em meu rosto, sorri animada. Eu sempre gostei de sair, vivia em festa e me divertia muito, diria eu aproveitei bem minha antiga vida, mas sinto que aquele não era o momento certo de eu conhecer a morte.

Caminhei passando pelo pequeno jardim da frente, meus olhos apreciaram as coisas ao meu redor. Andei pelas ruas observando as casas e as poucas pessoas que por ali passavam, eles realmente pareciam ser felizes por aqui. As casas pareciam ser humildes, e davam o ar acolhedor, a vizinhança parecia ser perfeita.

Continuei sem rumo, estou gostando dessa sensação de liberdade, parecia que estava "presa" à um ano ou mais. 

Parei instantaneamente quando percebi que estava no meio de várias pessoas, conseguia ouvir várias vozes ao mesmo tempo, me deixando angustiada o suficiente para colocar a mão no peito. Minha respiração ficou ofegante, me fazendo respirar cada vez mais fundo, buscando o ar. Não tinha mais de 50 pessoas naquele lugar, mas parecia que todas estavam ao meu redor, me encarando fixamente e me julgando por algo com os olhos. Eu queria sair dali o mais rápido possível, mas meus pés não correspondiam aos meus comandos.

"Nora, tenta respirar! Você já está no meio de uma crise, agradeça por ela ser mais fraca, as minhas eram bem piores." ~ tentou me "tranquilizar", mas não adiantou de muita coisa.

Minha visão ficou turva, olhei desesperadamente ao redor, tentando pedir ajuda, mas minha boca nem se mexia. Passei a soar frio, sentindo que os olhares estavam me deixando presa em correntes.