Sentimentos vivos e ardentes

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O som do despertador ecoava pelo quarto, e tudo que Adora fez foi desliga-lo e resmungar descontente com a cara contra o travesseio. Acordar cedo era tão chato! Por que sua tia insistia em acordar todos os dias as sete da manhã!? E isso era até nos finais de semana. A garota deu um suspiro e se sentou na cama, esfregando os olhos e tentando vencer a sua enorme vontade de se deitar novamente e voltar a dormi. Podia-se ver que as luzes do sol já invadiam as janelas e assim iluminado todo quarto, o que a fez a fechar um pouco os olhos por conta da luminosidade. O quarto era grande, sua cor era branca com detalhes rosa. Por mais que a cor favorita de Adora fosse vermelho, sua tia insistiu que o quarto tivesse rosa. Ela não se importava, ainda achava o quarto bonito afinal.

Adora finalmente tomou coragem para se levantar e ir para o banheiro que tinha em seu quarto, começando a fazer suas higienes pessoas. Após terminar, ela sairia do quarto e desceria a enorme escada, indo para a cozinha onde sua tia estava terminado de preparar o café. Sua tia se recusava a contratar empregadas, sempre gostou de fazer as suas coisas sozinhas. Se podia fazê-las, para que contrataria alguém para isso?

- Bom dia, Tia. – Adora cumprimentou a tia assim que chegou na cozinha, se sentando no banco em frente a ilha presente no centro do local. Sua voz ainda estava um pouco rouca e baixa por ainda estar sonolenta.

- Bom dia, Querida. – Respondeu a mulher, com seu sorriso doce e gentil de sempre. Ela se dirigiu até a mais nova, depositando um beijo na cabeça dela, assim colocando um prato com bacon e ovos em sua frente.

Mara, a tia de Adora, onde a menina a veria como uma mãe. Mara cuidou de Adora desde que ela era uma menininha, por conta dos seus pais terem falecido muito cedo. Adora sempre admirou muito Mara, não apenas como mãe, mas como cantora também. Sua tia já fez muita fama no passado, sendo uma das cantoras mais conhecida da atualidade. Por conta disso, a loira descobriu sua paixão pela música. Ver sua tia cantar era uma das coisas que mais gostava, sua voz era tão bonita e dava para perceber que ela possuía paixão por aquilo que fazia. Desde pequena sempre sonhou em ser cantora, igualzinha sua tia, queria ser tão boa quanto ela, cantar para um público cheio de pessoas que admiravam e passar suas mensagens através da música. Queria ser sim igual a tia, uma figura importante e lembrada pelas pessoas por ser um marco na música.

- Não se esqueça, você tem uma apresentação hoje à noite! – Diria Mara se sentando ao lado de Adora, dando um gole na caneca com café que tinha levando consigo. – Você será uma das primeiras a se apresentar, então é melhor sair depois do almoço, já que é um lugar um pouco longe e para dar tempo de você se preparar.

- Certo. – Concordaria Adora, assim começando a comer.

Adora estava determinada seguir a carreira dos seus sonhos, cantora. Como sua tia tem experiência nesse ramo, ela mesma exigiu ser a empresária da Loira. Então, aos seus 15 anos a menina já estava começando a tocar em bares, restaurantes, festas e em qualquer lugar que tinha oportunidade. Depois de muito esforço ela conseguiu chegar a onde chegou. Não era a cantora mais famosa de todos os tempos, mas já era bem conhecida pelo público. O fato de ser sobrinha de uma antiga celebridade ajudou bastante.

A menina pegaria o seu celular, começando a olhar as redes sociais, como fazia sempre que tinha tempo, até que avistaria uma publicação de Catra no Twitter, anunciando seu novo álbum. Ela não disse o nome, data de lançamento ou alguma informação a mais, só anunciou e pronto. Catra, uma antiga amiga de Adora, agora uma cantora tão famosa quanto Adora, se já não era mais. A morena se considerava sua rival agora, sua concorrente de trabalho. Elas se afastaram aos poucos, tendo um passado um pouco complicado.

Não entendia o porquê de se sentir mal, talvez se sentindo inferior, pois sabia que sua antiga amiga tinha um enorme talento. Adora estava tendo um bloqueio criativo para escrever novas músicas, sem saber o real motivo. Mas lá estava Catra, prestes a lançar um novo álbum. Adora sempre escrevia músicas com o que sentia no momento, era tudo relacionado aos seus sentimentos e sua vida. Talvez sua vida estivesse muito monótona, afinal, ela tinha uma rotinha agora, não acontecia nada de novo ou emocionante, como iria escrever algo se não tinha em que se inspirar?

Partituras do coração - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora