flores da estação

292 44 13
                                    

18 de Julho, 2020.

Jeongguk se jogou na cama de lençóis claros sentindo o sol bater contra a sua pele e, desejou que tivesse dinheiro o suficiente para que apenas um dia pudesse dormir sem se preocupar em como pagaria por suas contas no fim no mês.

Talvez ele devesse ver como sorte o fato de ter conseguido finalizar a escola, por falta de condições acabou se esquecendo de todas as coisas que desejava realizar. Sua mãe acabou por adoecer e passou a usar medicamentos diariamente, para que a situação não se agravasse. E Jeongguk não poderia deixar sua mãe sozinha naquelas circunstâncias para cumprir o seu capricho de ir para a faculdade. Claro que a Jeon insistiu que ele fosse, Haerin queria o filho estudasse, seguisse uma boa profissão e fosse feliz. Mas Jeongguk, teimoso como era, bateu o pé até que sua mãe desistisse de tentar convencê-lo — segredando a esperança que o filho um dia pudesse frequentar uma renomada faculdade.

Jeongguk repreendeu-se por estar se lamentando, tempo era dinheiro e daquela forma a única coisa que receberia era uma carta de demissão.

Calçou seus sapatos surrados e tratou de ir até a cozinha da pequena casa que morava com sua mãe, sorriu ao ver a mulher de cabelos acastanhados cantarolando enquanto terminava de coar o café.

— Bom dia, querido! — Haerin sorriu para o filho ao vê-lo adentrar na cozinha — Sente-se, o café já esta quase pronto.

— A senhora não deveria se esforçar tanto, pode deixar que eu preparo o café.

— Jeongguk você já trabalha tanto para termos boas condições, deixe que eu o ajude também. — A mais velha disse se aproximando do moreno, deslizou os dedos pelas madeixas escura do filho e se sentou à mesa para que pudessem desfrutar daquela primeira refeição juntos.

Jeongguk se serviu de uma xícara de café quente e pegou alguns dos bolinhos coloridos que tinha comprado na cafeteria no dia anterior, sua mãe sempre gostou de doces com morango então o Jeon trazia de vez em quando para a progenitora, que sempre agradecia com um sorriso bonito no rosto e lhe dizia para que não se preocupasse com ela, que deveria guardar aquele dinheiro para comprar coisas para si. O Jeon resmungava a respeito, mas Haerin sabia que essas discussões sempre acabavam iguais e que sempre que Jeongguk tivesse a oportunidade compraria seus doces favoritos.

Ela era grata pelo filho que tinha.

O olhar de Jeongguk se voltou para o relógio de parede disposto atrás de Haerin depois de beber mais um gole de café. Tinha que descer para ajudar Jimin a abrir a floricultura, e àquela hora o rapaz de cabelos loiros já devia estar a sua espera.

Depositou um beijo casto no alto dos cabelos de sua mãe em despedida e tratou de descer as escadas o mais rápido que pode.

— Está atrasado.

Ouviu a voz de Jimin soar do outro lado do estabelecimento, onde o mesmo usava um borrifador para molhar as flores.

— Você que está adiantado, Jimin-ssi. — Jeongguk disse sorrindo enquanto terminava de prender seu avental azulado ao corpo, uma vestimenta obrigatória no uniforme da floricultura.

— Vou deixar passar dessa vez.

— Ah, é por isso que você é meu hyung favorito! — Jimin riu e balançou a cabeça em negativa.

— Coloque algumas azaleias em frente à vitrine hoje, Jeongguk-ah. Agora é o início da primavera e elas chamam atenção. — Jimin apontou para as flores perto do balcão de madeira polida — Vou terminar de regar as outras enquanto isso.

Todas as Coisas BrilhamOnde histórias criam vida. Descubra agora