Inferno na Terra

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Estou meio inseguro com esse capítulo, mas espero que gostem.

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Quando chegamos em um momento ruim de nossas vidas costumamos olhar para o passado e nos perguntar onde tudo começou a dar errado, normalmente encontramos a culpa em uma amizade ruim, um namoro com alguém que não presta ou em um momento em que não escutamos nossos pais. A maioria encontra a raiz de suas mazelas, mas Eijiro era incapaz disso.

Não sabia se o início de tudo tinha sido no seu nascimento, no abandono de seus pais ou quando decidiu se prostituir para permitir a sobrevivência de sua querida irmã mais nova, isso com quinze anos. Eram tantas coisas que haviam dado errado em sua vida.

Aos vinte anos revirou o país em busca de seus avós e ao encontrá-los lhes entregou a irmã e fugiu para a China. Não podia mais ficar no Japão, por um mal entendido acabou matando um dos clientes e por isso estava jurado de morte por sua antiga cafetina.

Na China, mais especificamente em Macau, conseguira trabalho em um casino e rapidamente cresceu na hierarquia do local, abandonando a prostituição e se tornando um homem poderoso. Por seis anos teve uma vida luxuosa, visitava Hana em todas as oportunidades, pagou a faculdade da garota e lhe deu o melhor dos futuros, mas tudo desabou quando fez vista grossa para alguns contadores de cartas e acabou sendo espancado no lugar deles e sendo escorraçado do casino pelo dono desse.

Há duas semanas juntou todos os seus bens- que não eram poucos- e voltou para o Japão, torcendo para que uma vida mais próxima à de sua irmã, agora sem ter que sustentá-la, seria mais fácil.

Doce ilusão.

Sua sina era tão obscura que até fugindo dos problemas ele encontrava mais.

Sua mente parecia ter dado um duplo twist carpado para então cair em uma piscina repleta de piranhas que não comiam há meses. Aquela situação não fazia o menor sentido, apesar de tanto Yumi quanto Katsuki terem uma irmã mais nova que já morreu e ambos terem o mesmo sobrenome as coisas não se encaixavam, a irmã de sua cunhada havia se suicidado, enquanto a irmã do loiro havia sido assassinada, sem contar que a noiva de Hana nunca tinha citado a existência de um irmão. Não existe lógica aqui, refletiu o ruivo.

Eijiro queria um pouco de paz em seus pensamentos, mas soube que estava condenado a sofrer quando foi esfaqueado pelo olhar assassino de Bakugo Katsuki.

- O que você está fazendo aqui seu merda? A surra que te dei não foi o suficiente, quer mais desgraçado? Sabia que estava certo em dizer que é o novo brinquedinho do Kaminari, tu é a porra de uma putinha masoquista- A voz de Katsuki rasgou os tímpanos de Eijiro com crueldade.

Os dois Kirishimas tiveram péssimas reações à essa frase. O mais velho sentia emoções conflitantes, seu cérebro dizia que a melhor opção era uma discussão amena ou simplesmente sumir dali. Em contrapartida, Hana, que já repudiava a existência do cunhado escandaloso, soltou o irmão e preparou-se para xingar o loiro, mas exitou ao ver o estado deplorável de seu melhor amigo.

- Eiji, o que aconteceu com o seu rosto?- foi possível ouvir o coração da jovem mulher se partindo. Assim como ela era o ponto fraco do primogênito o contrário também era verdade

- N-não foi nada, Hana.

- Como nada? Até seu pescoço tem um pouco de sangue seco!- voz começava a embargar, a garota era péssima em lidar com situações dessa natureza.

- A culpa foi toda minha, Bakugo tinha razão em me bater.

- Para de falar isso, você jamais vai merecer estar nessa situação, seu coração é muito bom- Hana encarou com asco o cunhado- O que você fez com meu irmão?- as lágrimas começavam a empossar em seus cílios negros e brilhantes.

Dança Pra Mim - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora