Sina Sombria

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Não tô sabendo lidar com oq escrevi.

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Se sentir pequeno era algo que Eijiro não se permitia há muito tempo, segundo seus cálculos, seis anos, porém foi impossível reprimir esse sentimento quando sua irmã o arrastou pelo colarinho até a suíte e começou a repreendê-lo.

Por conta da diferença de altura, Hana estava de pé enquanto ele se encontrava sentado na cama, caso contrário a mais nova teria que passar longos minutos falando com o pescoço erguido. Nessas posições a diferença passava de trinta centímetros para menos de dez.

ㅡ Por que voltou para cá se vai continuar fazendo a mesma merda de antes?- com o polegar apoiado no queixo e os outros dedos movendo-se freneticamente em frente a boca, a morena disse olhando fundo para o irmão- Sei que foi chutado do cassino em Macau, não é como se estivesse ignorando tudo o que passou nos últimos tempos, mas ficou tão rico com jogos de azar que poderia muito bem ter aberto um negócio ou simplesmente ficado com a bunda pregada gastando dinheiro- A voz de Hana era calma, mas os olhos que piscavam lentamente, o maxilar trincado e a mão que em momento algum deixava o rosto, eram os sinais dela para a mais pura decepção, isso destruiu o Kirishima mais velho.

ㅡ Foi necessário...- Eijiro tentou se explicar, mas existia zero convicção em sua fala.

ㅡ Não me venha com desculpinhas baratas. A adolescência inteira você ficou reclamando no meu ouvido sobre odiar seus cafetões, como eles eram asquerosos e agora está fazendo a mesma coisa.

ㅡ Bakugo exagerou, não sou o cafetão dele, apenas o chefe.

Hana tombou a cabeça para o lado e entortou a boca como se dissesse "grande diferença".

ㅡ Não estou trabalhando em um prostíbulo, mas em um clube de striptease- o ruivo continuou- Minha função é cuidar do dinheiro e encontrar formas de gerenciamento que deixem tanto os funcionários quanto os clientes confortáveis. Vou dar a eles o que eu nunca tive, dignidade.

- Você não me convence, senhor Eijiro.

- Estou falando a mais pura verdade, mana, você acreditando ou não.

O mais velho lambeu os lábios e em seguida passou a língua pelos dentes pontudos, nesse instante Hana soube que ele estava mentindo e que a verdade era muito mais pesada do que ela imaginava. Ambos eram muito bons em encontrar padrões comportamentais nas pessoas e assim lê-las e a decodificação ficava ainda mais fácil quando se tratava um do outro.

Cansada, a mais nova apenas sentou ao lado do irmão na cama e então liberou o peso de seu tronco no colchão macio, suspirando alto em seguida.

- Já que não está a fim de contar suas verdadeiras motivações, ao menos me conte o que aconteceu entre você e o Katsuki. Te defendi lá na sala, mas ainda estou magoada em descobrir que foi transfóbico.

Eijiro revelou tudo com o máximo de detalhes que sua mente perturbada que conseguia, e talvez tenha contado de forma a piorar as coisas para o seu lado. "Lembrei de como você sempre se sentiu horrível ao ser chamada pelo gênero errado, então fiz o mesmo com ele" foi uma das coisas que disse mesmo que nunca, em um momento de ódio, seria capaz de pensar em Hana.

- Acho que isso o abala mais do que abalaria você. A expressão que ele fez... Me arrependi no mesmo instante de ter dito aquilo- o ruivo declarou ao final.

- É, você realmente pegou pesado. Quero que peça desculpas a ele, mas não qualquer "me desculpe", mas algo que realmente o faça te perdoar, o que não será muito fácil. Katsuki é um verdadeiro pé no saco, mas o que fez foi bem escroto.

Dança Pra Mim - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora