Finalmente em "casa"!

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A entrevista foi normal. Eu estava nervosa, mas acho que me sai bem. A mulher fez algumas perguntas, sobre planos futuros e blá-blá-blá, e eu respondi todas.

Depois que acabei, passei pela sala de espera e o Nerd me olhou. Eu virei a cara, dei um xauzinho para a secretária e fui para o elevador. O elevador abriu, estava vazio, e eu entrei.

- ~ -

"Ai, que alívio. Acabou. Agora preciso achar um metrô" - pensei saindo do prédio. Andei até o final da rua e por sorte havia uma entrada para o metrô bem ali. Fui em direção à ela. Entrei, paguei a passagem e fui para a plataforma. Resolvi ligar para a Clara, que atendeu no terceiro toque.

- Alô!

- Oi, Clara, é a Anne.

- Ah! Sim. Como foi lá, querida?

- Fiquei nervosa, mas acho que me saí bem.

- Ah! Sim. É normal. Você sempre se sai bem. Nunca duvidei de você. E quando eles vão dar o resultado?

- Eles disseram, que, se eu for a escolhida, eles vão ligar o mais rápido possível.

- Uhum. Aqui... Eu vou ter que desligar... Tenho que resolver umas coisinhas aqui. Depois a gente se fala. Okey?

- Sim, sim. Okey. - ela já ía desligar - Clara, so um minutinho. Me passa o endereço do seu apartamento. Não sei direito aonde é.

- Claro!

Ela me passou o endereço certinho e depois desligou. Fiquei parada esperando o trem. Olhei as horas no celular; era 13:56. "Nossa quase 4 horas naquele prédio." - pensei

Fiquei observando as pessoas que passavam por mim. Uma mulher com um bebê no colo derrubou um papel e eu peguei o papel pra ela. Ela me agradeceu e foi embora. O metrô só enchia mais à cada minuto. Eu estava morta de sono e fome. Um segurança me olhava enquanto rodava pra lá e pra cá. Às vezes desviava o olhar mas estava sempre me fitando. Moço! não sou ladra, não. Poxa! - pensei encarando ele. Ele deveria está pensando que era alguma doida que estava ali pra roubar os outros. Claro com o meu cabelo em pé. Eh! Ele só colaborou por algumas horas depois ele se rebelou novamente. Êh vida!

Depois de um tempo o trem chegou. Foi uma confusão pra entrar mas eu consegui um vagão que não estava lotado. Eu tinha que ficar em pé, mas não liguei. Eu não tinha nada pra fazer então fiquei observando as pessoas do vagão enquanto o trem começava a andar. À minha frente, uma mulher com uma criança, que era uma gracinha. Do lado dela, uma senhora estava sentada com várias bolsas no colo. No final do vagão, um senhor conversava com uma moça nova e bonita. Em pé ao lado deles, um cara alto, forte e magro olhava para o senhor e a moça. Ele não era bombado, mas tinha um físico muito bom. Eu fiquei observando ele, até que... Ele se virou pra mim. "Oh my God!!!" Eu gelei. Ele tinha o rosto muito bonito. O cabelo loiro, liso meio bagunçado. Ele estava com uma blusa preta com detalhes amarelos, uma calça jeans justa e um tênis preto. Ele era lindo e estava olhando pra mim. Ele me olhou de cima à baixo e parou o olhar na minha barriga. Eu segui o olhar dele. "Ai que coisaaaa" Tinha me esquecido da mancha de cachorro-quente na minha blusa. Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Me virei de costas para ele, mesmo sabendo que ele ja tinha visto a mancha. Na verdade todos já tinham visto, mas eu não queria que ele ficasse olhando para a mancha. O trem parou e desceram algumas pessoas.

Eu me sentei e coloquei a bolsa na frente para esconder a mancha. O trem começou a andar e eu percebi que o lugar à minha frente estava vazio e o carinha bonito ainda estava em pé, mas tinha um lugar vago à minha frente. Ele começou a andar na minha direção e se sentou à minha frente. Agora todos os lugares estavam ocupados. Eu iria descer na próxima parada, mas o trajeto parecia mais longo e minhas bochechas estavam da cor da mancha na minha blusa.

Nossa demorou, mas o trem parou. Eu levantei e sai apressada daquele vagão. O cara não desceu. Eu segui reto até à saída. Andei algumas ruas, mas encontrei o prédio novamente.E, lá, estava o porteiro magrelo na portaria. Eu abri a porta e ele disse:

- Boa tarde - com um sorriso no rosto

- Boa tarde - respondi educadamente passando por ele. Eu tinha esquecido o nome dele; por causa do sono, na noite passada, não prestei muita atenção nesse detalhe.

- Éh... - ele disse enquanto me afastava. Eu me virei na direção dele. - Qual o seu nome?

- Annabelle - disse sorrindo - mas pode me chamar de Anne. O seu é Olafe? - arrisquei.

- Não. É Otávio - ele riu

- Ah sim!!! - Disse meio sem jeito. Errei feio - Otávio. Pode deixar eu não esqueço mais. - disse meio sem graça

Ele riu e eu fui em direção ao elevador. Subi e no caminho, para o apartamento, o elevador parou e entrou uma senhora simpática que me cumprimentou. Depois de alguns andares o elevador abriu e eu sai, me despedi da senhora, parei na entrada do apartamento, tinha mais três apartamentos nesse andar. Eu procurei a chave reserva dentro da minha bolsa, Clara tinha me dado ela antes de sairmos do condomínio, achei a chave e entrei no apartamento. Deixei minha bolsa em cima do sofá e fui direto pra cozinha assaltar a geladeira. Encontrei um pedaço de bolo e fui para o meu quarto. Comi e desabei na cama. Dormi rapidamente. Estava muito cansada!

Garota SimplesOnde histórias criam vida. Descubra agora