Esperar? odeio esperar!!!

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Depois de um tempo, a porta se abriu, revelando um corredor. A empresa, em que eu havia me inscrito para estágio, era estrangeira e tinha uma rede de lojas muito famosas; a minha intenção era trabalhar em uma delas aqui no Rio. Seguimos a moça até o final do corredor. Ela abriu uma porta grande e entramos. A sala era grande, acho que do tamanho do apartamento de Clara. Parecia uma sala de espera, com poltronas super confortáveis do lado direito, uma mesa com café, no centro, uma porta no final da parede da direita, outra porta maior na parede da esquerda, com um balcão do lado. O ar era refrigerado. Sentamos nas poltronas depois que a moça falou para ficarmos à vontade. E sim, eu, ainda, tentava esconder a mancha laranja na blusa. A moça se sentou atrás do balcão.

- Aqui tem algum banheiro? - perguntou o gordinho à moça que parecia uma secretária.

- Tem sim. Ali! - disse ela apontando para a porta à nossa direita.

O gordinho logo se levantou. Nossa! As costas dele estava cheia de pizzas de suor. Eca!!

Depois de uns minutos ele saiu, estava menos suado do que antes: o rosto estava seco, mas, ainda, tinha as pizzas na camisa. Ele deve ter lavado o rosto. Ele se sentou ao lado da menina emburrada, que, imediatamente, se afastou dele.

Depois de 30 minutos, que eu não desgrudava os olhos do relógio, a secretária se levantou, com a prancheta na mão e começou a chamar.

- Samira Rocha de oliveira. - Disse e a menina emburrada levantou, parecia aliviada por sair do lado do gordinho. - Por aqui! - Mostrou o caminho e foi em direção à porta do lado do balcão, seguida da garota.

As duas entraram e, logo depois, a secretária saiu e se sentou no seu lugar.

O gordinho ficava me olhando estranho, mas não mais estranho que o carinha nerd. Ele estava me assustando. Ele me olhava como se estivesse olhando um E.T de algum jogo, que ele deve jogar. O gordinho percebeu e ficou encarando o nerd. Tipo: Hãm?

O cara estava tão hipnotizado que nem percebeu que o óculos estava caindo de seu nariz. Então o óculos caiu e ele pulou de susto. Ele arrumou o óculos na cara, olhou pra mim e falou.

- Você tem um mancha enorme na sua blusa. - disse dirigindo à mim. "Hãm? Como assim? ele fica me olhando, como se estivesse com fome, e depois fala, que eu tenho uma mancha enorme na minha blusa? Como se eu não soubesse disso!!!" Olhei incrédula para ele. Não consegui falar nada. Ele tinha falado como se tivesse chegado, de viajem, de Júpiter. - Aonde fica o banheiro? - perguntou à secretária. "Ooooooooouuuu planeta Terra chamando Marteee, ou melhor, Júpiter, que fica mais longe, acho!!!"

- Porta atrás de você - Disse a secretária educadamente.

Ele levantou e entrou no banheiro. Eu olhei pro gordinho que parecia incrédulo, com a reação do carinha estranho, ele se virou pra mim e fez sinal de louco, com o dedo, na altura da orelha. Eu cai na gargalhada. A secretária olhou feio pra mim e, depois, para a parede atrás de mim. Eu segui o olhar dela e, colado na parede às minha costas, tinha uma placa escrita: " silêncio". Fechei a cara na hora. E vi o gordinho segurando o riso, quando, de repente, a porta se abre e a garota emburrada, que se chama Samira, sai pisando forte, passa por nós e vai embora sem nem olhar pra gente. Que menina ridicula!!! - penso. A secretária dá um sorrisinho desconfortável e pega a sua prancheta.

- Emmael Silveira Andrade - diz olhando pro gordinho. O mesmo balança a cabeça negativamente e olha para a porta do banheiro. O nerd se chamava Emmael... Nossa nunca imaginaria isso. E, ou ele estava cagando, ou estava ibernando ( sei lah como se fala. É aquilo que os ursos fazem no inverno) lá dentro... Não importa. A única coisa que eu sei é que ele, com certeza, estava fazendo algo melhor do que ficar sentado em uma sala de espera, que na verdade nem se sabe o que realmente está esperando; isso é terrivelmente assustador. Parece aquela chamada, que as mães fazem de  "quem vai ser o primeiro a conversar com a varinha, que eu estou segurando na mão". Mas interrompendo meus pensamentos filosóficos, a secretária continuou - Ah! Sim... Então o próximo... Michael Guimarães Domingues. - disse e olhou para o gordinho. Agora sim era ele. Eu só conseguia pensar "Por favoooor!!! Não me dedure; eu te dou o controle da TV por um mês... Tah dois, mas não conta pra mamãaaae." Ele levantou, colocou o paletó para esconder as pizzas de suor e se dirigiu para a porta junto com a secretária, que, logo voltou. Ainda bem, que ela voltou rápido, se não, eu iria sair correndo, se aquele retardado, do cagão, saísse do banheiro e ela não estivesse ali. Não ia ficar nenhum segundo sozinha com ele; ele dá medo.

Depois de um tempo o Nerd saiu do banheiro. Mas que caganeira arretada eim!?! - pensei. Ele se sentou e voltou a olhar pra mim. Que raiva. Michael acabou a entrevista e foi embora, mas, antes, me cumprimentou com um sorriso e eu retribui. Ele se foi e lá estava eu e aquele carinha me encarando... affs! Será que ele não está com vontade de cagar de novo, não? - pensei e, de novo, a secretária interrompeu meu pensamento.

- Annabelle Rodrigues de Souza - "Aiiiii... Tomara que o gordinho não me dedurou. Se não, acabo com ele!!!" - pensei.

Me levantei e segui a secretária. Ufaaa!!! Ainda bem, que é minha vez. Aquele retardado não vai ficar me encarando aqui!. - pensei. Depois que entrei reparei na sala. Era duas vezes maior do que a sala de espera. Tinha várias  estantes cheias de livros e paredes com varios quadros, uma delas tinha vários troféus. Não deu pra eu ler, por causa da minha visão horrorosa. E, no centro da sala, havia uma mesa e, atrás desta, uma mulher, com uma roupa social, estava sentada olhando para a tela do computador. Ela tinha o cabelo curto e um óculos lhe caía na ponta do nariz. A secretária se aproximou e lhe falou algo, enquanto eu estava parada entre a mesa e a porta. Depois que a secretária lhe falou algo, a mulher se virou para mim. Ela me olhou de cima a baixo, se ajeito na cadeira, tirou o óculos e colocou na mesa. Ai meu Deus!!! Ela viu a mancha... S.O.S!!! - pensei

A secretária passou por mim, eu encarei ela pedindo socorro, mas ela nem me olhou e saiu da sala.

- Annabelle, - disse a mulher com voz simpática, mas o sorriso dela era falso - posso te chamar de Anna?

"Meu Deus o que eu faloooo" - pensei

- Anne. - disse me concentrando - prefiro: Anne - concluí. É foi o que saiu. "Merdaa!!!" - pensei revirando os olhos. A mulher me encarou.

- Sente-se. - disse a mulher, ainda, encarando-me - Fique à vontade.

Garota SimplesOnde histórias criam vida. Descubra agora