Capítulo 5

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  Acordo dolorida e faço uma careta ao tentar me mover da cama, percebo que estou nua e minhas roupas estão rasgadas esparramadas pelo chão. 

Meu Deus, o que aconteceu? Me lembro de alguns resquícios daquela noite mas nada muito concreto. Olho para os lençóis cheios de sangue e me desespero.

Senhor.... não pode ser o que estou pensando... ele não faria....faria? - olho novamente para os lençóis e uma lágrima solitária cai no meu rosto.
 
Minha pureza e inocência, ele a corrompeu da pior forma possível,me tomando a força.

Sempre fui uma garota sonhadora,que sonha com príncipes encantados e espera uma noite perfeita e inesquecível,sonhava em me casar virgem e ter um marido que me amasse, porém foi tudo pelo ralo...meus planos, sonhos e sentimentos foram roubados e tirados de mim sem piedade.

Sem ter coragem de olhar aqueles lençóis e aquela cama...que se tornou meu túmulo, matando meus sonhos destruindo tudo aquilo que um dia almejei para a minha vida.

Me viro e vou para o banheiro, faço minha higiene matinal e escovo os dentes. Depois entro no chuveiro pensando na minha vida, eu sinto falta de casa... não era uma vida perfeita mas era a única que eu tinha.

Apesar de tudo, Esperança é uma empregada que eu considero como mãe, cuidou de mim e me protegeu muitas vezes do meu pai, que chegava bêbado das festas e descontava suas frustrações em mim. Teve uma vez que ele me bateu tanto que eu desmaiei e quando percebi, Esperança me carregou no colo e me colocou na cama, cuidando das minhas feridas e cantarolando uma música suave que me acalmava e me fazia adormecer tranquila.

Infelizmente ela morreu mas jamais me esquecerei do que ela fez por mim.

Eu sou muito grata a ela , porque se não fosse por ela eu teria desistido de viver, foi através dela que conheci o que é amor de verdade e carinho maternal.

Lágrimas jorram nos meus olhos e caem junto com as gotas de água, lavando a minha alma e revigorando o meu ser.

Fecho a torneira do chuveiro e me enxugo delicadamente ainda sentindo dor. - Parece que um caminhão passou por cima de mim.

Quando terminei de me enxugar, prendo meus cabelos em um rabo de cavalo deixando algumas mechas soltas pelo rosto. Saio do banheiro enrolada na toalha que achei por aqui e procuro alguma roupa para vestir, me deparo apenas com roupas masculinas e rapidamente afasto a minha mão. - Não quero usar nada dele! Prefiro ficar nua!

Continuo procurando por algo decente para usar e encontro um vestido simples, bem bonito por sinal e delicado, com alças finas,um pouco largo parecendo desgastado mas nada que estrague a peça delicada.

De quem será isso? Se ele guardou com certeza tem uma grande importância. - será que posso usar?
Eu não tenho escolha, se eu não usar vou ficar pelada e isso vai ser desagradável. Resolvo vesti- lo mesmo, que ficou como imaginei um pouco largo no meu corpo mas coube bem.

Perto desse vestido,me deparo com uma foto antiga de uma mulher que não parece ter menos de 25 anos...muito linda, sorrindo doce e meiga, seus cabelos são negros e lisos, olhos cor de mel quase verdes igual ao do...-

Meu Deus será que é a mãe dele? O que será que aconteceu com ela? Ela parece muito feliz na foto,seu sorriso radiante e contagiante que faz qualquer um sorrir também.

Saio dos meus pensamentos e recrimino a mim mesma, isso não é da minha conta, tenho que parar de ser curiosa, isso ainda vai me prejudicar.

Largo a foto de lado, colocando no lugar dela e me olho no espelho. — você consegue Emilly, seja forte!  Me apegando nessas palavras,saio determinada do quarto.

Vingança Fatal (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora