IX

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O trabalho que Hesse me enviou foi para ser dominatrix, apesar de eu ter tentado ser 3 vezes, acho que talvez eu leve jeito para a coisa.
Pedi para nos vermos em um quarto de hotel, eu tinha que encontrar com o cliente estando vendado. Pela minha segurança e para o clima ficar mais quente tinha proposto a ideia da venda, pois vi casos de homens que ficaram obcecados e foram atrás das dominadoras.
- Você está pronto? - digo ao fechar a porta do quarto e vê-lo sentado de costas para mim, vendado

- Eu não sei direito como isso funciona, mas - quando fico na frente dele, ele levanta a cabeça como se  conseguisse me ver - Sim, senhora

- Eu decido o quanto usarei teu corpo e tua mente. Serás meu animal, meu capacho, meu serviçal e meu objeto - ele apenas balança a cabeça confirmando

- Eu quero que você me maltrate - ele engole seco - eu quero me sentir...

- Eu sei bem o que você quer - coloco meu dedo na frente de ua boca para silencia-lo e depois dou um selinho em seus lábios

Eu aproveitei que teria um cliente submisso para perguntar  a Clara sobre limites e  ideias para faze-lo querer me ligar novamente, tentei fazer o máximo que eu conseguia lembrar. O coloco de joelhos e inclinado sobre a cama do seu quadril a cabeça, com os braços esticados e os pulsos presos por algemas, começo deslizando meu chicote em suas costas e vejo os pelos de seu corpo ficarem arrepiados. 




- É sério! Eu acho um máximo ser dominatrix - Clara diz sem medo, no meio no balcão do restaurante
- Eu nunca peguei um cliente que gostasse de ser submisso - Suze lamenta
- Eu não sei o que sentir, é bem diferente do que mais frequente sabe. Tem cera, chicote, obediência, e nem rolou sexo. - digo meio ansiosa para a próxima vez

Termino de falar e vejo que as meninas estão olhando sérias para mim para mim não, através de mim.

- O que está acontecendo? - solto uma risadinha de perdida
- Prata - ouço uma voz a trás de mim

Paro, meu sorriso se desmancha, penso se devo virar ou não. Viro

- O...oi Ka... leb - falho ao tentar falar duas palavras na mesma frase sem gaguejar- Você está aqui - sinto um misto de sentimentos, vergonha, alegria, confusão
- Eu aproveitei que viria um dia antes e resolvi vir para te fazer uma surpresa- olho para ele e percebo que está vestido com roupa social meio amarrotada
- Não é o que parece, só estamos falando coisas sem pé nem cabeça -solto uma risadinha e faço sinal pelas costas para as meninas saírem
- Queria saber até onde essa conversa ia - ele fala com com um sorrisinho curioso nos lábios
- Graças a Deus essa conversa não continuou. Por que você não vai para o carro e eu te encontro lá para irmos para seu apartamento - tento dar leves empurrões para que ele fosse logo para fora
- Você vai me contar mais sobre sua conversa com as meninas no carro? - ele abre a porta do carro e coloca o braço sobre o capô para apoiar sua cabeça
- Com toda certeza - faço silêncio- que não - dou as costas e entro no restaurante novamente

Termino de atender o último cliente da noite, arrumo minhas coisa e me despeço das meninas. Encontro Kaleb cochilando dentro do carro, tento entrar sem fazer muito barulho, mas ele acaba acordando.

- Terminaram o assunto? - ele pergunta e o sorrisinho 

- Estou tão cansada, por que não vamos logo para seu apartamento? - tento desviar a conversa - O que me fala sobre sua viagem?

- Cansativa, enrolada e sem companhia é pior ainda - ele me olha e dá um piscadinho - Tirando isso, deu tudo certo, assinamos um contrato, bebemos bons uísques.

Balancei com a cabeça em sinal de concordância, e ficamos em silêncio até chegarmos na garagem do prédio. Entramos no apartamento e fui direto para o banho, e Kaleb foi pegar um copo de água.

- Olha, se você quiser tentar uma coisa diferente - ele entra no banheiro e fica escorado no batente da porta - eu posso avaliar e quem sabe concordar

- Meu desejo terá que ser avaliado pelo seu advogado para ele analisar e depois para você ver se concorda? - brinco - Eu não quero mudar nada na nossa relação ou no nosso sexo. Eu só está brincando com as garotas, não era para você ter ouvido e muito menos levar a sério - desligo o registro do chuveiro e me enrolo em uma toalha

- Tudo bem se você estava falando sobre seu passado com experiências diferenciadas ou desejos comigo. Não fiquei chateado - ele bebe um gole de água enquanto acompanha meus passos para fora do banheiro com o olhar

Reviro os olhos e volto a procurar uma camisa e uma bermuda dele para me vestir.

- Esse assunto está acabado. FIM. - digo e viro na cama, ele apaga a luz e deita ao meu lado

MulherOnde histórias criam vida. Descubra agora