Da verdade à libertação

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Não consigo dizer o que sinto, nem a mim mesmo nem a qualquer outra pessoa. Tenho na alma essa sensação enraizada que transforma tudo em um abismo caótico de ideias pungentes. Preciso dize-las, mas não consigo, já sei do que se tratam, que toda essa alienação do mundo real diz respeito a intensa vontade de sumir, mas essas palavras doem quando martelam em minha cabeça ou transbordam pelo lado de fora. Me vejo prisioneira, feito um pedaço de esperança que vê o sol raiar todos os dias a medida que elabora as etapas finais de um plano que nunca é realizado.

E como sei se isso é real? Se o medo me consome aos poucos todas as vezes que tento justificar a minha existência. E se tudo for um erro? E se não for?

E a solidão? Que me afunda e me tira o ar, que só permite oxigênio quando parece que estou quase a partir, como posso encara-la estando tão presa a ela?

E se a próxima vez for mais intensa?

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