— Você nunca teve vontade de pular de um prédio bem alto? Um arranha céu enorme, tão grande que para chegar ao chão demorasse uns quarenta minutos e cada segundo desse momento de pré-existência fosse devidamente aproveitado.
Imagine, uma construção tão gigante que daria pra ver o pôr do sol duas vezes ou, então, sentir o primeiro pingo de chuva, as vezes nem tenha chuva e as nuvens estejam metros abaixo. E toda aquela sensação de falta de oxigênio e as estrelas tão perto que se fechar os olhos e desejar com força, da pra senti-las rodeando sua cabeça.
E quando o corpo pende para baixo e já não existe nada que lhe prenda ao mundo? É paz, o sentimento? Todo aquele ar que se agita em volta, o coração acelerado, a pressão que percorre todo o corpo e ainda assim faz os braços se agitarem como se estivesse boiando em um monte d'água.
Existe, de fato, o momento em que cada célula aceita o fim e padece antes que a gravidade se encarregue de tudo? Ou há adrenalina suficiente para sentir os ossos ruirem e virarem pó?
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Agonia
Historia CortaNão é sobre transbordar sentimentos e se ver livre deles, não é um ato de coragem, nem uma válvula de escape é escrever sobre a própria agonia e encará-la.
