Unidos Por Uma Promessa

105 9 1
                                    


               Will entrou na cozinha com os olhos arregalados e se atirou nos braços de Dora, chorando desesperado. Ele ofegava como se estivesse se afogando. As lágrimas corriam abundantes e não conseguia articular uma palavra coerente. Sakura, percebendo os sinais de um ataque de pânico, mandou Dora levar Will para o quarto e cuidar dele, enquanto ia até a biblioteca para descobrir o que acontecera.

               Surpreendeu-se ao ver Stanford lá. Com presteza, ela tomou conta da situação. Mandou a criada recolher os cacos e mandou preparar outra bandeja de chá. Ela mesma levou o chá e depois, subiu para avisar Mabel. Mabel se recusou a falar com Stanford. Ambas estavam preocupadas com Will. Sakura sabia que Dora cuidaria bem de Will. No momento, era mais prudente ficarem fora da situação. Sakura tinha certeza que a conversa entre Mason e Stanford seria terrível.

                 Ouviu vozes alteradas e decidiu sair do quarto de Mabel. Assistiu Mason literalmente expulsando Stanford da casa. Censurou-se por ter gostado da atitude de Mason, mas temia a reação do homem mais velho. Ela conhecia Stanford e sabia que ele era vingativo. A guerra havia sido declarada. E seria uma batalha épica, digna de uma peça de teatro.

               Avisou Mason que Dora levara Will para o quarto. Depois foi ao jardim para se acalmar. Uma longa sessão de Tai Chi Chuan a acalmaria. Talvez depois Dora viesse lhe fazer companhia...



              Quando Mason entrou no quarto, encontrou Will chorando no colo de Dora. Ela sussurrava palavras doces, tentando acalmá-lo. Quando Will percebeu a presença de Mason, saiu do colo de Dora e se jogou aos pés dele, abraçando suas pernas.

            "Piedade, mestre! Não me entregue ao Stanford, eu suplico... piedade!" – chorava ele.

             Mason fez um sinal para que Dora saísse e fechasse a porta. Ele, então se abaixou e abraçou Will com carinho. Acariciando seus cabelos, Mason deixou Will se acalmar. Depois o pegou no colo e o colocou na cama.

              "Shhh, shhh... está tudo bem, Will. Ele já foi embora e não vai voltar! Não chore, não vou deixar aquele monstro por as mãos em você! Não vou te entregar para aquele maldito. Ele nunca mais vai tocar em você!"

              As palavras de Mason acalmaram Will mais um pouco e ele levantou os olhos, cheios de lágrimas, e perguntou: "É verdade, mestre? Ele não veio me buscar?"

               "Talvez essa fosse sua intenção, mas eu o expulsei... não vou lhe entregar para ele. E, se depender de mim, ele nunca mais porá os olhos em você. Prometi que te resgataria e agora faço uma nova promessa: não deixarei que nada lhe aconteça. Aquele monstro nunca mais irá te machucar, eu vou te proteger!"

                 "Obrigado, mestre... o senhor é bom!" – murmurou Will, sorrindo fracamente. Aos poucos, ele adormeceu de exaustão.

                Mason acariciou os cabelos de Will e antes de sair, deu-lhe um beijo na cabeça. Encontrou Dora no corredor e pediu-lhe que ficasse por perto. Depois foi até a biblioteca para contatar seus advogados. O quanto antes resolvesse o assunto pendente com Stanford, melhor. Teria que tomar outras providências, por precaução... Agora todo cuidado seria pouco, com uma guerra declarada.

              E Mason não tinha a menor intenção de perder!


            

QUEM É O DEMÔNIO?Onde histórias criam vida. Descubra agora