Armadilha

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            Gilbert bateu à porta e entrou. Stanford ergueu os olhos do livro que estava lendo. O homem respirou fundo.

              "Está tudo pronto, senhor! A rede está armada... é uma questão de tempo para o passarinho azul cair nela."

              "Espero que demore muito... não podemos perder tempo! Logo descobrirão que ainda estamos aqui."

               "Nosso aliado informou que Mabel está planejando dar um baile de máscaras. Ela está fazendo os preparativos. Parece que será depois que essa situação melhorar. Seria uma espécie de comemoração."

                "Um baile de máscaras? Somente uma garota fútil como minha sobrinha para pensar em uma tolice dessas..." - rosnou Stanford, desgostoso.

                 "Com a Mabel ocupada em planejar esse baile e Mason, cuidando dos negócios, será mais fácil pegar nosso alvo desprevenido. Ele está sempre acompanhado da empregada Sakura e de... Dora."

                "Dora? Então aquela mulher maldita está trabalhando para eles! Devia ter dado cabo nela, há muito tempo, desde quando resolveu bancar a boa samaritana."

                 "Não valia a pena, senhor. E depois, seria mais complicado arranjar outra pessoa para servi-lo. Pelo menos essa o senhor podia controlar, com a ameaça de um inocente pagar por qualquer insubordinação."

                "Tem razão, Gilbert! Não valia a pena sujar as mãos com uma pessoa tão insignificante." – Stanford suspirou. "Continue com o plano. Quero sair daqui até a próxima semana!"



                 "Um baile de máscaras, Mabel? Como pode pensar em dar uma festa, na situação atual? Nós estamos no meio de uma guerra!!" – afirmou Mason.

               "Claro que não pretendo fazer isso agora, meu irmão. Esse baile será somente depois que a ameaça acabar... seria uma forma de comemorar! Tive essa ideia quando estávamos brincando de conto de fadas, no outro dia."

               "Uma comemoração? Devo admitir que faz muito tempo que não temos nada desse porte na cidade."

               "Poderíamos fazer como um evento de caridade: com convites pagos e até um concurso de fantasias. E a renda seria em prol do orfanato ou do hospital. E, com o sucesso do Fantasma da Ópera, os membros do elenco seriam uma atração à parte!!!"

                 "Se for para caridade e somente depois que as coisas se acalmarem... não vejo porque não. Faz tempo que os Gleeful não dão uma festa em grande estilo."

             "Amanhã mesmo, irei com Sakura para procurar nas lojas do centro o que for necessário." - disse Mabel se dirigindo à porta. Ela estava abrindo quando Mason a lembrou de algo:

               "Não se esqueça de que temos uma reunião importante, amanhã de manhã. É o dia do balanço trimestral, precisamos estar presentes. Eu lamento, irmã! Terá que deixar para outro dia..."

               "Sem problemas... farei uma lista e pedirei que Sakura faça isso para mim. Ela poderá levar Will para ajudar. Ele precisa sair um pouco e se distrair. E nada como um passeio no centro comercial para relaxar."

               Mabel saiu da biblioteca e quase colidiu com o motorista, Peter Lester. Ele pediu desculpas por estar na frente da porta.

              "Não se preocupe, Peter. Não estou brava com você. Mas o que está fazendo aqui?"

             "Eu precisava dar uma palavrinha com o senhor Mason. Será que ele pode me receber?"

             "Creio que sim, Peter. Mason não está muito ocupado." – disse Mabel, saindo em direção ao jardim para procurar Sakura.

              O motorista esperou Mabel se afastar e sorriu malicioso. Respirou fundo, antes de bater na porta. Agora teria uma conversinha com seu jovem patrão e depois poderia cuidar de sua vida.



             No dia seguinte, Mason e Mabel saíram cedo para a reunião importante. Mabel deixara uma lista de itens para serem pesquisados e encomendados com Sakura. Sabendo o quanto era importante, Sakura saiu logo depois, dirigindo o carro dela e levando Will consigo.

             Will estava um pouco nervoso em sair sem os gêmeos. Mas Sakura garantiu que estava tudo bem. Eles teriam a companhia de um dos seguranças contratados e ficariam no centro comercial. Will não falou nada, mas estava sentindo uns arrepios pelo corpo.

             No centro comercial, ambos entraram e saíram de diversas lojas, compraram alguns itens, outros foram encomendados. Fizeram um lanche na praça de alimentação e foram em uma livraria. Sempre com o segurança por perto.

             Em um dos corredores bastante movimentado, um barulho de explosão se ouviu e as pessoas se assustaram. Começou uma confusão generalizada em que Will e Sakura acabaram se separando. Sakura se abrigou em um canto para escapar de ser pisoteada quando percebeu que Will não estava ao seu lado.

             Assim que o tumulto passou, ela procurou o segurança e juntos passaram a procurar Will por todos os lugares. Mas não encontraram nada. Tentou o telefone celular de Will, mas só dava caixa postal. Não estava gostando disso, então decidiu ligar para Mason para avisar do acontecido. Mason a tranquilizou e disse que iria imediatamente para lá.

            Chegando lá, ele pediu para ver as câmeras de segurança...

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