Onde Hiruzen sanciona o abandonamento de crianças

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Tobirama Senju não estava nada impressionado com Saru no momento.

De certo modo, do ponto de vista administrativo, ele entendia que a situação em questão não era fácil: uma vila em chamas, literais e políticas, após um grande ataque, Yondaime morto, um conselho cívil querendo sangue e ainda sob risco de ataques de outros vilas durante o momento de fraqueza.

Navegar no meio dessa bagunça não seria fácil, mas Tobirama achou que havia o ensinado melhor. Aquilo ia contra a própria natureza ao qual a vila havia sido criada. A função da vila era cuidar das suas crianças, abandonamento sancionado de uma delas com certeza não era incluso nisso.

Com os clãs bloqueados de adotar a criança, o pedido de Danzou negado (ao menos uma coisa certa nessa bagunça), mais uma ordem de distanciamento e mordaça de todos que haviam sido amigos dos pais dele em ordem de proteção de identidade, o pequeno Uzumaki estava em uma situação difícil.

Com Tsunade vagando pelo mundo porque Saru era fraco demais para dar um ultimato e o padrinho da criança sendo enviado para fora da vila até ordem contrária, a criança seria jogada aos cães no orfanato. Um Uzumaki, descendente de Mito, filho de um hokage.

Sarutobi era estúpido? Depois da reunião do conselho havia ficado bem claro o quanto isso seria uma má ideia. O segredo sobre a identidade do novo jinchuuriki havia sido vazada (Danzou, em mais uma de suas maquinações) e com a vila quase tendo sido completamente levada as cinzas, eles procuravam alguém a quem culpar. A proibição da divulgação não ajudaria em muito além de fermentar o ódio, só porque eles não poderiam falar sobre isso abertamente, não os impedia de destratar o garoto.

Observando a mulher ruiva tentando atacar Sarutobi (e passando através dele sem sucesso), ele não conseguia acreditar que seu aluno cairia naquela armadilha política. Em todos esses anos em que permaneceu naquele plano vigiando Sarutobi, ele ficou mais e mais perplexo vendo como seus alunos estavam jogando seus ensinamentos pela janela. Anija havia feito o certo em ter passado pelo outro lado, pelo menos não teria que ver o estado em que a vila que tanto amava havia chegado.

Por cima do ombro do seu antigo aluno (e no momento decepção), ele observou a criança. Apenas 14 dias de vida e com um peso político imenso nas costas. Yondaime havia tido fé demais nas pessoas da vila, e aquela criança pagaria por isso.

Enquanto o observava, os olhos se abriram no rosto minúsculo. De cores diferentes, como do Bijuu que agora ele carregava dentro dele. Franziu o cenho quando esses olhos heterocromáticos miraram em sua presença, fixamente, só se desviando quando a mulher ruiva, Kushina Uzumaki, se aproximou novamente, ainda xingando Sarutobi, o rosto em puro estresse com a situação do filho. Em alguns momentos ele seria levado ao orfanato, removido dos cuidados do clã Sarutobi onde havia estado até então, a mãe tentava consolar o filho, sabendo que o que estava por vir não seria fácil.

Tobirama observou uma mão pequena se erguer, se movendo, tentando pegar um chumaço do cabelo vermelho de onde estava nos braços de Sarutobi, olhos no rosto da mãe morta que conversava com ele.

Nibi, Bakeneko, também conhecido como o gato fantasma.

Nove meses em contato com o bijuu necromante, e logo em seguida tendo ele selado em seu corpo ainda em desenvolvimento, havia tido, ao que parecia, um efeito inesperado.

Mais tarde naquela noite, em um quarto escuro e separado das outras crianças no orfanato,um grupo de fantasmas observava sem nada poder fazer enquanto o pequeno Uzumaki era ignorado pelos cuidadores. Tobirama, tendo vivido sua infância em um período de guerra com dois irmãos mais novos, conhecia infelizmente o som de uma criança chorando de fome. 

Mais e mais fantasmas apareciam, alguns curiosos com a notícia se espalhando, outros olhando ansiosos para a porta, esperando alguém finalmente aparecer. Tobirama sabia que ninguém viria, infelizmente era o que esperava que aconteceria. 

Kushina Uzumaki, com uma expressão devastada, tentava acalmar o filho enquanto murmurava juras de morte contra várias pessoas tão criativas que ficaria impressionado, se a situação fosse outra. Conforto, no momento, era a única coisa que ela poderia oferecer.

Nesse momento ele percebeu que o pequeno Uzumaki os ver seria uma sorte. Se os vivos iriam ignorar quem no momento estava mantendo todos eles seguros por medo e ignorância, os mortos teriam que servir.

Dizem que se é preciso uma vila para criar uma criança, por sorte, para o pequeno Uzumaki, não precisa ser de pessoas vivas. 


Notas finais

Hi! Essa é só uma indulgência. Meio crack, com um tiquinho de drama e capítulos super curtos (menos de 1k). Tentem não levar muito a sério, só queria uma fanfic do Naruto com a Matatabi e não encontrei, então resolvi escrever. Provavelmente vou ignorar toda a existência do Zetsu e Kaguya aqui, vou mudar essa parte, mais informações passarei mais para frente. Apenas tenham em mente que mastiguei o canon, cuspi e joguei ele pela janela.  

Em palco, Naruto e Uchihas com piromania, capítulos narrados na perspectiva de fantasmas (ou de um gato gigante), a grande disputa entre Senjus e Uchihas que não termina nem depois da morte (cof cof, Izuna e Tobirama), Kakashi dando perdido no Hiruzen para ajudar Naruto (com ajuda da ANBU) e como Naruto previne desastres e conquista Uchihas com a força da fofoca e da piromania. 

P.S: Com a influência da Matatabi (e Tobirama, que é mais gato do que gente) ele vai ter uma personalidade um tiquinho diferente. Ler-se, Naruto basicamente é um gato, sendo criado por fantasmas com sérios problemas na cabeça. Ele tem informação nas mãos e um nerd maniaco por criação de jutsus a disposição e mama!Kushina. Então senta aí, que a viagem vai ser banhada no caos. Ele vai continuar um raio de sol, no entanto. 

NibiOnde histórias criam vida. Descubra agora