A assombração da floresta Nara

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Sua mãe costumava dizer que o fruto nunca cai muito longe da árvore, principalmente no que dizia respeito à Naras e sua falta de motivação crônica. Ela dizia que todo gênio tinha uma esquisitice assim, para balancear as coisas, mas que Shikamaru deveria se espelhar menos no seu pai no que dizia respeito à força de vontade.

Shikamaru achava que sua mãe gostava muito de reclamar das coisas, e que ele estava perfeitamente bem do jeito que as coisas eram. Ele tinha oito anos, não deveria estar se preocupando com coisa de gente grande. Ao contrário de Ino, ele não tinha pressa alguma para isso.

Isso não queria dizer que ser criança era também tudo flores, principalmente quando o mandam fazer coisas que achava problemáticas. Cuidar dos cervos com seu velho, pelo menos, ele gostava de fazer: A clareira era um ótimo local para cochilar. Claro, ficou menos divertido quando seu pai deixou de o levar no braço e o fez andar sozinho (mesmo que ele ainda o carregasse de volta quando Shikamaru reclamava o bastante ou demorasse para voltar quando ia sozinho), e acordar cedo era um problema.

Então é, vantagens e desvantagens, mas vida que segue, então ele ia, mas ia reclamando e resmungando, para que seus pais ficassem bem cientes de que não estava feliz com a situação, mesmo que a floresta fosse silenciosa e ótima para cochilar e fugir das 'obrigações como herdeiro do clã' que começavam a ser problemas.

Isso, claro, foi até o dia em que encontrou um yokai na floresta.

Shikamaru havia encontrado primeiro o caminho de selos, e havia ficado curioso, principalmente quando se deparou com nada ao fim dele.

(Curiosidade, um mistério era uma das poucas coisas que motivam um Nara. E vingança também, claro.)

Ele sabia que aquilo não poderia estar certo, e pensou em comentar com seu pai, mas um outro lado seu persistiu em guardar aquilo para si e investigar. E investigando ele se deparou com o fato de que o nada era na verdade uma barreira, um genjutsu feito de selos. E se havia uma barreira, havia algo do outro lado. E Shikamaru iria descobrir o que era.

("Shikamaru está indo sem reclamar." Yoshino comentou, com a mão na cintura. "Isso é estranho, han?" Shikaku apenas deu de ombros e sorriu por trás do pergaminho que lia. "Não está preocupado?" Ele a olhou com uma sobrancelha erguida. A mulher bufou. Aquele homem e seus mistérios. "Você sabe o que está acontecendo, não está? O que tem na floresta?" Ele sorriu e coçou a cabeça. "Algo importante.")

Shikamaru voltou ao lugar por uma semana, todo dia, mas a barreira continuava ali. Sólida como sempre, e agora conseguia compreender melhor os selos. Seu velho havia suspeitosamente o emprestado alguns pergaminhos quando o viu estudando na biblioteca sobre eles.

("Você sabe?" Ele apenas tocou na sua cabeça e foi embora sem dizer nada. Problemático como sempre.).

No sexto dia, apenas algo mudou. Shikamaru estava estudando a barreira quando ela tremeu e começou a cair, finalmente o mostrando o que havia do outro lado.

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Naruto não se considerava uma pessoa ambiciosa; na verdade, ele desejava poucas coisas na vida: trabalhar com seus selos, cuidar de suas plantas e que as pessoas que amava não o deixassem.

Essa última parte era bem mais complicada, e a mais importante, porque tudo o que fazia era por isso: Ele queria ser um shinobi para proteger Kakashi e as pessoas vivas que tinha, ele queria entender o poder de Nibi para proteger as pessoas mortas.

E agora ele iria aprender o jutsu do seu clã para não perder a sua mãe.

Ele sabia que as correntes adamantinas não eram algo fácil de se aprender, e que tinham seu tempo certo. Ele sabia também que se as coisas dessem errado ele poderia danificar seu corpo para o resto da vida (não era como se sua mãe não o lembrasse disso sempre) ou ele poderia perder o controle do seu chakra e as coisas dariam bem errado bem rápido. Mas eles estavam ficando sem tempo. Naruto sentia que logo algo muito ruim iria acontecer se não fizessem alguma coisa. E Naruto não arriscaria perder sua mãe no processo.

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