🥈Segundo Lugar na categoria romance do concurso Coruja Dourada
Jade está em sua melhor fase: recém voltou de Paris, está prestes a lançar sua coleção mais aclamada, tem muitas novidades pra sua marca...
E está com sua vida completamente desorganiz...
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Aos trancos, barrancos e reviradas de olhos ocasionais, Vicente conseguiu enfrentar sua primeira semana na Maison.
Apesar da convivência não estar sendo das melhores e ele levar puxões de orelha constantemente, o homem até que se adaptou bem ao trabalho. Já tinha total conhecimento dos compromissos de Jade e de fato viu ser necessário lembrar ela dos afazeres de hora em hora, pode perceber que a vida dela apresentava-se, realmente, muito agitada e cheia, o que contribuiu de certa forma para que a estilista depositasse certa dose de confiança no assistente.
O único fator que ainda estava deixando Jade e os demais funcionários de cabelos em pé –além dos comentários desnecessários de Vicente– era a total falta de conhecimento dele sobre moda, o que, consequentemente, fazia o assistente ter menos cuidado com as peças e materiais os quais ele tinha contato.
Justamente por quase ter manchado um tecido de algodão egípcio com suco de uva, que Jade dispensou ele durante um dia inteiro para que o mesmo realizasse pesquisas.
Ele iria pesquisar algo?
Provavelmente não.
Ele se importava com aquilo?
Com certeza, não.
E exatamente pela sua falta de interesse que Vicente escolheu dormir o dia todo, ainda no intuito de recuperar o sono daquela primeira e única madrugada até então trabalhada com Jade.
Contudo, Vicente conseguiu dormir?
A resposta também é não.
O fato é que desde que encontrou sua tia no início da semana, as palavras que lhe foram ditas entraram na mente e instalaram-se fortemente lá como parasitas, e agora um sentimento de desespero ocupava lugar em seu peito.
Depois do episódio no corredor de bebidas, certamente que o rapaz fora bombardeado de perguntas por Luana e ele se viu obrigado a explicar o porquê que havia escondido que sua mãe existia, a resposta, no entanto, não era tão simples assim. O que o obrigou a contar uma parte da verdade, a parte da verdade que o colocava como vítima: uma pobre criança que viu sua família desmoronar. E por culpa de quem? Da mamãe.
Mas a história era muito diferente da versão contada por ele, a questão não estava no fato dele ter crescido em um lar de mãe solo, mas sim em ter desprezado tanto ela e resumido tanto ela a nada que no final das contas foi exatamente o que ela se tornou para Vicente: nada.
O problema morava no próprio garoto, e, infelizmente, o mesmo não possuía a capacidade de enxergar aquilo.
A partir do momento que ele abriu os olhos e verificou as horas no relógio, um misto de sentimentos apoderou-se dele, Vicente planejava ir ver a mãe, porém ao mesmo tempo não via motivos para tal ação, não falava com ela desde que não precisou mais de ajuda financeira com a faculdade, logo não sabia qual seria a reação dela ao vê-lo e ele realmente não queria ser injustiçado.
