A menina do terninho estampado #2

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O paletó azul escuro descansava no encosto de uma cadeira de madeira enquanto, logo na frente dela, a calça social de mesma cor encontrava-se estendida no sofá-cama

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O paletó azul escuro descansava no encosto de uma cadeira de madeira enquanto, logo na frente dela, a calça social de mesma cor encontrava-se estendida no sofá-cama. A direita desses objetos, situavam-se duas portas amareladas pelo tempo, contudo, apenas de uma delas saia uma densa nuvem de vapor.

Pouco tempo depois, um rapaz deixou o banheiro apenas de cueca, trazendo um pouco do vapor consigo, enquanto abotoava as mangas de sua camisa branca. Ao terminar de se vestir, foi para frente do espelho e fez uma careta ao ver seu reflexo, seu terno Armani já estava velho e surrado, e ele sequer havia sido comprado novo, fora encontrado em um brechó por um preço ainda elevado.

Quando próximo a conclusão de sua faculdade de administração, resolveu arriscar e investir nas peças já que na época possuía plena certeza de que seria efetivado na empresa que fazia estágio, até mesmo o valor gasto foi deixado em segundo plano, apenas para descobrir mais tarde que não fora efetivado, e que não teria dinheiro para cobrir o investimento.

Lembrando do fato, se sentiu estúpido, o terno não estava surrado por ele usar para trabalhar, mas sim por ter ido a incontáveis entrevistas de emprego desde que terminara seu curso, três anos antes. E mais uma vez aprontava-se para uma tarde repleta de mais conversas intermináveis sobre o porquê que ele merecia aquela vaga.

Finalmente afastou-se da sua imagem e pegou de cima da bancada que dividia a cozinha do restante da quitinete, uma pilha de papéis, todos currículos, colocou-os na sua bolsa carteiro e saiu, torcendo para que aquele dia não fosse desperdiçado.

- Certo

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- Certo... Vicente, nós entraremos em contato. - houve um aperto de mãos e Vicente saiu da sala já tendo certeza que não tinha conseguido o emprego.

Chegando na calçada depois de sair do prédio, olhou seu relógio e concluiu que ainda tinha tempo até sua próxima entrevista, esta seria a uns três quarteirões de onde estava, no centro da cidade em uma empresa que ele não fez questão de decorar o nome. Ao chegar na rua da firma, como ainda tinha uma meia-hora, resolveu se sentar em uma praça que ficava ali perto.

Seu celular vibrou no bolso e ao ver o nome Luana na tela, deixou a ligação cair na caixa postal, não estava com a mínima vontade de falar com sua namorada extremamente positiva naquele momento, achava um ultraje ela estar feliz enquanto o próprio estava frustrado.

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