11_ O que??

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As palavras de Adam me fizeram parar por um momento olhando pra ele.

Não é difícil se interessar por mim.

Eu realmente não quero me iludir, então o melhor a se fazer é fingir demência.

- Vamos? O meu carro ta ali. - Ele apontou para um carro branco parado do outro lado da rua e eu fiz que sim com a cabeça.

Adam destrancou o carro e abriu a porta pra mim, algo que eu achei super cavalheiro e não estava acostumada com os outros caras que já saí.

Ele fechou a porta e entrou no lugar do motorista logo depois. Não demorou muito e ele deu partida no carro.

- E então, Carly? Como ta sendo pra você estar numa escola nova, em uma cidade nova que você não conhece ninguém... - Adam falou primeiro.

- Ah... ta sendo mais do que comum. - Ri e olhei pra ele. - O trabalho do meu pai faz eu e minha família nos mudarmos muito. Eu to passando pelo que passo todos os anos.

- Sério? Então quer dizer que você não vai ficar muito tempo aqui? - E olhou pra mim rapidamente, mas logo voltou a olhar pra rua.

- Eu não sei. Mas eu realmente estou cansada de me mudar tanto. É ruim conhecer pessoas já sabendo que vou ter que me despedir delas depois de pouco tempo. - Suspirei.

- Deve ser ruim mesmo. Mas tenta ver pelo lado bom... você conhece várias pessoas e lugares. Sem contar que quem se tornar seu amigo de verdade vai continuar mantendo contato com você.

- É. - Assenti e olhei pela janela pensando na última vez que conversei com algum amigo meu de alguma cidade que morei.

Faz um bom tempo.

- Você... já conheceu a cidade? - Adam perguntou.

- Não. Só " conheço " o caminho da minha casa para o colégio. - Falei enquanto apontava para a rua que ele deveria virar.

- Se quiser eu posso te apresentar a cidade. A cidade não é tão grande, mas temos muitos lugares legais, tipo o parque temático, ou o Downtown Aquarium, ou também o Denver Botanic Garden. Eu não costumo ir lá, mas minha mãe adora essae coisas de plantas e flores, então eu acabo indo com ela. - Ele riu.

Não preciso dizer que sua risada me desconcentrou por alguns segundos porque todo mundo já sabe.

- Ah... eu ia adorar. Mas você não ta tendo treino todo dia? - Olhei pra ele.

- Verdade. - Ele ficou um tempo com uma expressão pensativa, mas logo sorriu. - Pode ser no sábado? Sábado o nosso treino é de manhã, então é de boa.

- Ta bom. - Sorri. - Se não vai te atrapalhar em nada.

- Vai ser legal. - Ele me deu uma piscadela.

Ok, então o cara mais gato do colégio, que por acaso está me levando pra casa agora, vai sair comigo no sábado pra me mostrar a cidade.

Ah de boas, eu não preciso pirar.

Repeti esse pensamento na minha mente milhares de vezes durante o caminho, até que chegamos em frente a minha casa.

- Obrigada, Adam. - Inclinei meu corpo pra frente desencostando de seu banco.

- Não precisa agradecer. - Adam olhou para a janela. - É aqui que você mora?

- Uhum. - Assenti.

- Então aquele homem parado na porta de braços cruzados é o seu segurança? - Adam perguntou rindo e eu arregalei os meus olhos.

Olhei na direção da minha casa vendo o meu pai parado olhando pra nós.

- Não... é o meu pai. - Respondi baixo. - Acho melhor eu ir, Adam. Ele é quase um segurança quando quer.

- Tudo bem. - Adam sorriu.

Abri a porta de seu carro e fiquei parada enquanto o mesmo acenava e dava partida no carro.

Quando Adam se foi, eu vi o meu pai batendo o pé no chão enquanto me encarava.

Abri um sorriso super cara de pau e caminhei até ele como quem não queria nada.

- Boa noite, pai. - Sorri parando à sua frente.

- Quem era aquele garoto? - Ele perguntou seriamente.

- Adam.

- Adam de que?

- Smith.

- Por que você estava no carro do Alan?

- Adam.

- Não importa.

- A Mad não pôde me trazer, então o Adam se ofereceu pra me trazer.

- Ele se ofereceu para mais alguma coisa?

- Não. - Neguei com a cabeça. - Bem, tirando sábado.

- Você não vai a lugar algum com o Alan. - Meu pai entrou em casa e eu o segui.

- É Adam. E por que não?? - O encarei.

- O que ta rolando? - Beth, que estava sentada no sofá da sala, perguntou.

- O Adam me trouxe de carro e me chamou pra sair sábado, ele só vai me mostrar a cidade, mas o papai não quer deixar. - Me joguei no outro sofá.

- O que?? O Adam do casaco?? - Beth sorriu empolgada.

- Que casaco? - Meu pai perguntou confuso.

- Nenhum, pai. - Encarei Beth e a mesma fez uma careta.

- Por que ela não pode ir, pai? Ele é só um gentil rapaz que fez questão de trazer a Carly pra ela não andar pela rua sozinha a essa hora da noite. - Beth caminhou até meu pai. - E além disso, eles não vão sair para um encontro, ele só vai mostrar a cidade pra ela. Pensa comigo... se a Carly não conhecer a cidade direito, ela pode se perder no caminho pra escola, entrar numa rua perigosa, ser assaltada e levar um tiro! Então... prefere uma filha morta ou uma filha com um amigo educado que vai apresentar a cidade pra ela?

Segurei a risada enquanto Beth falava aquelas coisas pro meu pai e olhei pra ele.

- Eu não gosto da ideia da minha filha andando pela cidade com um moleque do time de futebol. Ele pode apresentar a cidade e o motel da cidade também.

Arregalei meus olhos olhando pra ele.

- Não exagera, pai. Nem todos os garotos são assim, sem contar que a Carly já é bem grandinha, não acha que deve confiar nela?

- Eu confio nela! Eu não confio é no bonitão que dá carona para garotas ingênuas e inocentes.

- Pai... - Beth segurou o ombro dele. - Sei que quer proteger a Carly, mas ela já ta crescida... tem que aceitar isso.

Meu pai ficou um tempo olhando pra mim e logo suspirou.

- Ok. - Meu pai assentiu e Beth sorriu pra mim. - Mas você vai com os dois.

- O que?? - Eu e Beth perguntamos ao mesmo tempo.

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Continua...

Desejo Número UmOnde histórias criam vida. Descubra agora