No começo da madrugada eu encontro minhas confusões
Mas suas soluções são desconhecidas até mesmo aos olhos da lua
Os meus, portanto, encontram a imensidão do céu na noite, e consequentemente a rua
Que, gélida e vazia, se iguala ao meu interior
Os ventos não só balançam as árvores mas também me deixam arrepiada
O frio na barriga me remete, então, você, olhando pra mim, calada
Seu sorriso envergonhado só me deixa mais apaixonada
Mas o som do avião me remete, remotamente, que isso é uma cilada
As propostas mais genuínas
As almas gêmeas
Virão ruínas
Sempre haverão problemas
Eu, sinceramente, já estou farta de escrever sobre isso
Mas as piores experiências nos trazem os melhores poemas
Portanto a madrugada é meu confessionário
E o sofá se ajeita sobre meu corpo
Livros me distraem, mas a essas horas há tentações incontroláveis
Então eu, desesperadamente, vejo se tem mensagem sua, sabendo que é em vão
Minha mão, meu corpo todo se contrai
Eu me espreguiço, é tarde, tenho sono
Mas regular o sono agora não faz mais sentido
Já que era você que se preocupava comigo
E, sendo assim, as atrações superficiais me distraem de pensar em ti
Até a lua ir embora e eu me entregar aos sonhos
Onde tenho certeza que vou ter sempre você aqui.