Dalila Thompson
O meu humor estava péssimo, tinha perdido a conta e quantas vezes eu bufei e me segurei para não socar ninguém, na verdade, principalmente alguém em especial. Eu não era do tipo de pessoa que a deixava levar pelas aparências, mas eu aprendi a confiar nos meus instintos. Sim, eu talvez pudesse estar errada. Nunca se sabe. Porém, quando eu o vi me encarando pela a primeira vez, senti meu estômago se revirar e, embora eu odeie admitir isso, me senti completa e inteiramente vulnerável. Como se aqueles malditos olhos azuis fossem scaners por todo o meu corpo, procurando mais e mais imperfeições - como se eu já não tivesse imperfeições aparentes até demais. Não que eu fosse permitir que ele descobrisse aquilo, afinal, uma das coisas que eu aprendi em meus diversos e longos anos de vida academica era que, não importa quem for, você deve manter seus sentimentos guardados para si mesmo, ou entao aquilo se torna a causa de todos os seus pesadelos. Acredite em mim, eu sei exatamanete do que eu estou falando. O ensino médio não é um local para sentimentos reais, puros e honestos, embora qualquer colégio de qualquer região e mundo esteja embebido deles até a tampa, é melhor ignora-los, principalmente se você não for um homem não muito magro, nem muito gordo, mas também não exageradamente forte, porque um corpo muito definido é feio. Ou então uma bela de uma magra, com seios siliconados e tão firmes quanto rochas. Mas é claro, tem que ser macios, ninguém iria querer tocar em seios duros. O fato que eu estou tentando explicar é que, a adolescência é uma droga.
Embora tenha alguns lugares - o suficiente para você conseguir contar com a ajuda de uma mão apenas - que eu me sinta confortável nessa cidade, eu sempre vou ter o Estúdio de Tatuagens do Tómas, como o meu preferido. Eu nunca fui uma criança chegada em contos de fadas, historias de princesas e unicórnios, mas toda a vez que eu paro em frente ao estúdio é como se eu estivesse entrando no meu próprio Reino encantado. É meio bizarro dizer isso de um lugar onde 70% das pessoas são roqueiras, góticas e punk's, mas eu sempre fui inclinada a fatos bizarros.
Quando eu finalmente desci do carro, eu senti meus ombros e relaxarem, minha respiração estava calma, meus pensamentos serenos e eu por finalmente sentir cada gota de raiva e estresse saindo do meu corpo. Mas como eu sempre digo a mim mesma, tudo que é bom dura pouco, e eu senti tudo voltando pra mim em um passe e mágica ao ve-lo bem na minha frente. Sinceramente, naquele momento minha mente trabalhou tão rápido que imaginei 40 formas de tortura medieval que poderia utilizar contra ele e mais meia dúzia de palavrões para dizer na casa dele, mas eu não podia fazer nada daquilo, então respirei fundo e fui para o balcão. Simplesmente ignorar sua presença seria o correto a a fazer, não é? Eu não sei. Só sei que está era a única opção que não acabava na minha prisão e na morte dele.
- Dalila, você chegou!
Maria veio me abraçar como sempre fazia no exato momento em que eu chegava. Senti vontade de lhe responder de forma um tanto quanto mal educada, mas eu não iria deixar minha "briga" com Elijah estragar o meu bom relacionamento com meus chefes.
- Eli, venha conhecer Dalila.
E caramba, como eu queria tampar a boca dela e impedi-la de fazer aquilo, na eu não podia. Então coloquei meu melhor sorriso falso e segurei uma vontade extraordinariamente grande de revirar os olhos quando ele se aproximou de mim.
- Dalila, esse é meu sobrinho, Elijah, ele se mudou para cá recentemente. Elijah essa é Dalila, minha protegida e nossa secretaria. Vocês estudam na mesma escola, devem ter a visto.
- Nós já nos vimos sim.
Aquele sorriso. Vontade de tirar aquele sorriso sarcástico e transforma-lo em cinzas com um só movimento. Me restringir em apenas encara-lo do mesmo modo que havia feito durante minhas horas de aula.
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A Garota dos Meus Sonhos
Romance🔹 Em andamento. (19/O2/2O22) Odiava a forma como o seu corpo ficava desproporcional, mas acima de tudo odiava não ter lugar para pegar. Se aquilo era padrão de beleza, ele simplesmente jogaria tudo no lixo de onde não devia ter saí...