Dalila Thompson
Eu bufei. O som da música extremamente alta já estava fazendo minha cabeça doer mais do que eu jamais pensei que doeria. Sinceramente, eu não fazia a mínima ideia do porque estar aqui, já que eu nunca gostei de festas do tipo, onde a garotada fica bêbada e faz coisas que vão se arrepender no dia seguinte ou talvez três ou quatro anos depois, quando finalmente amadurecerem e o não estiverem mais sob a influência do álcool e de adolescentes medíocres prontos para julgar tudo e todos, apesar de não não poderem dizer muito, já que a maioria está apenas sendo influenciada e tentando ser o mais legal e descolado possível.
Um casal se esbarrou em mim. Eu estava pronta para reclamar, no entanto, como eles se desculparam, eu relevei e continuei minha caminhada em busca de um lugar que fosse, no mínimo, menos movimentado e barulhento. E o mais importante, estivesse desocupado. Uma coisa que todo mundo precisa saber antes de frequentar uma festa com um bando de americanos adolescentes é que uma das coisas que eles mais gostam de fazer - além de humilhar os outros para se sentirem melhores consigo mesmos - é sexo. Caramba, eu perdi as contas de quantas vezes acabei entrando em um quarto e pegando duas pessoas nuas ou seminuas. E não eram apenas héteros. Eram gays, lésbicas e um ou dois transgêneros que eu não fazia a mínima ideia de onde saíram, já que o número de pessoas assim na minha minúscula cidade é de zero. Quer dizer, se você não contar com os enrustidos. Aqueles que infelizmente não tem coragem de se assumir por conta do julgamento e dos olhares maldosos.
Eu abri a porta do que eu sabia ser o quarto de José, e me deparei com o que eu achava ser o vigésimo casal em pleno um beijo nada inocente. E imagina a minha surpresa ao ver que o garoto ali, na verdade, era o meu querido amigo Elijah. Ele se assustou com minha presença e soltou a menina quase que imediatamente.
- Me desculpe, eu vou procurar outro quarto.
E me virei em um giro dos meus calcanhares, pronta para sair dali o mais rápido possível antes que o ato acontecesse com minha presença.
- Espera, Dalila, não vai. Precisamos conversar um pouco.
Ele me segurou pelo braço direito que estava coberto pelo meu casaco de lã e me puxou levemente, fazendo eu dar três passos para trás.
- Precisamos?
Eu me pronunciei em um tão alto o suficiente para parecer um grito.
- Precisam?
A garota que eu não conhecia muito bem - apesar de ter a certeza de que já tinha visto ela em algum lugar - se pronunciou logo depois.
- Precisamos. Juliette, que tal você voltar para a festa?
Ela bufou e se despediu de nós com um falso sorriso no rosto, apenas para manter as aparências, embora a força com que ela fechou a porta tenha sido um pouco extrema demais.
- Nós precisamos conversar sobre o que, Elijah?
Eu cruzei os braços abaixo dos seios e esperei uma resposta dele, que apenas engoliu seco e umedeceu os lábios.
- Nós só estávamos...
Ele parecia procurar uma palavra que melhor descreveria o momento que estava tendo com aquela menina. Mas eu me apressei para falar e usar a palavra que melhor descreveria aquilo.
- Estavam se beijando. E não tem problema, eu não fiquei incomodada e você também não me deve explicações sobre o que anda fazendo. É crescidinho.
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A Garota dos Meus Sonhos
Lãng mạn🔹 Em andamento. (19/O2/2O22) Odiava a forma como o seu corpo ficava desproporcional, mas acima de tudo odiava não ter lugar para pegar. Se aquilo era padrão de beleza, ele simplesmente jogaria tudo no lixo de onde não devia ter saí...