Capítulo 3.

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Dalila Thompson

Eu bufei. O som da música extremamente alta já estava fazendo minha cabeça doer mais do que eu jamais pensei que doeria. Sinceramente, eu não fazia a mínima ideia do porque estar aqui, já que eu nunca gostei de festas do tipo, onde a garotada fica bêbada e faz coisas que vão se arrepender no dia seguinte ou talvez três ou quatro anos depois, quando finalmente amadurecerem e o não estiverem mais sob a influência do álcool e de adolescentes medíocres prontos para julgar tudo e todos, apesar de não não poderem dizer muito, já que a maioria está apenas sendo influenciada e tentando ser o mais legal e descolado possível.

Um casal se esbarrou em mim. Eu estava pronta para reclamar, no entanto, como eles se desculparam, eu relevei e continuei minha caminhada em busca de um lugar que fosse, no mínimo, menos movimentado e barulhento. E o mais importante, estivesse desocupado. Uma coisa que todo mundo precisa saber antes de frequentar uma festa com um bando de americanos adolescentes é que uma das coisas que eles mais gostam de fazer - além de humilhar os outros para se sentirem melhores consigo mesmos - é sexo. Caramba, eu perdi as contas de quantas vezes acabei entrando em um quarto e pegando duas pessoas nuas ou seminuas. E não eram apenas héteros. Eram gays, lésbicas e um ou dois transgêneros que eu não fazia a mínima ideia de onde saíram, já que o número de pessoas assim na minha minúscula cidade é de zero. Quer dizer, se você não contar com os enrustidos. Aqueles que infelizmente não tem coragem de se assumir por conta do julgamento e dos olhares maldosos.

Eu abri a porta do que eu sabia ser o quarto de José, e me deparei com o que eu achava ser o vigésimo casal em pleno um beijo nada inocente. E imagina a minha surpresa ao ver que o garoto ali, na verdade, era o meu querido amigo Elijah. Ele se assustou com minha presença e soltou a menina quase que imediatamente.

- Me desculpe, eu vou procurar outro quarto.

E me virei em um giro dos meus calcanhares, pronta para sair dali o mais rápido possível antes que o ato acontecesse com minha presença.

- Espera, Dalila, não vai. Precisamos conversar um pouco.

Ele me segurou pelo braço direito que estava coberto pelo meu casaco de lã e me puxou levemente, fazendo eu dar três passos para trás.

- Precisamos?

Eu me pronunciei em um tão alto o suficiente para parecer um grito.

- Precisam?

A garota que eu não conhecia muito bem - apesar de ter a certeza de que já tinha visto ela em algum lugar - se pronunciou logo depois.

- Precisamos. Juliette, que tal você voltar para a festa?

Ela bufou e se despediu de nós com um falso sorriso no rosto, apenas para manter as aparências, embora a força com que ela fechou a porta tenha sido um pouco extrema demais.

- Nós precisamos conversar sobre o que, Elijah?

Eu cruzei os braços abaixo dos seios e esperei uma resposta dele, que apenas engoliu seco e umedeceu os lábios.

- Nós só estávamos...

Ele parecia procurar uma palavra que melhor descreveria o momento que estava tendo com aquela menina. Mas eu me apressei para falar e usar a palavra que melhor descreveria aquilo.

- Estavam se beijando. E não tem problema, eu não fiquei incomodada e você também não me deve explicações sobre o que anda fazendo. É crescidinho.

A Garota dos Meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora