Capítulo 1

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Acordei sentindo cada músculo do meu corpo doer, minha cabeça estava latejando e senti a boca seca. Franzi a testa pensando se tratar de uma ressaca, mas o estranho era que não tinha ressacas, não importava quanto álcool eu ingerisse, a ressaca nunca vinha. Massageei as têmporas e levantei, estava sentada em alguma coisa macia, tateei ao redor e senti as almofadas de encosto, deveria ter apagado no sofá. Estalei o pescoço e estiquei as costas, ainda estava de olhos fechados, tinha um cobertor sob minhas pernas, abri os olhos só um pouco para ver se estava decente para sair das cobertas. Estava só de calcinha, mas meu moletom cobriria a maior parte, então reparei que a cor do sofá estava errada, esse era verde. Eu não tinha cobertores iguais aquele também, minha cabeça estava rodando tanto, onde diabos eu estava? E porquê, de repente, eu me sentia tão sufocada, com um aperto no peito e várias sensações estranhas?

- Onde... – Olhei ao redor e vi várias pessoas me encarando. – QUEM SÃO VOCÊS? – Gritei assustada, não lembrava deles, mas espera... – O quê? Vocês?

A garota rosada com olhos de guaxinim falou e a encarei por um tempo. Ela estava falando... Japonês? A olhei confusa por um momento, fui analisando tudo, as pessoas me encarando confusas e me deixando apavorada, mas o que caralhos estava acontecendo? Era um sonho? Então porquê eu não os estendia? Toquei meu rosto desesperadamente, onde meus óculos estavam? Calma, o que não é possível de ser feito em sonhos? Contar os dedos! Coloquei as mãos em meu campo de visão e comecei a contar... um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove e... dez. Senti meu coração errar uma batida, o que mais não é possível? Minha mente estava fritando, tinha que acordar... um beliscão! Dor geralmente nos acorda, cravei as unhas na pele exposta da coxa, o mais fundo que podia, senti arder, mas nada aconteceu.

Uma dor forte de cabeça me atingiu e senti meus olhos em chamas, a dor aumentou tanto que meus tímpanos pareciam que iriam explodir, segurei a cabeça entre as mãos e deixei um gemido de dor escapar. Fechei os olhos com força e vi imagens distorcidas e sem nexo, uma garrafa vazia de vodka, a tela brilhante da TV com um anime passando e então uma luz forte me cegando. Inspirei pesadamente quando a dor passou e engoli em seco, que merda foi essa? Minha respiração estava ofegante e minhas mãos tremiam, senti alguém tocar meu ombro e dei um pulo pelo susto. Encarei aquele rosto tão familiar, os olhos verdes, as sardas... mas eu não entendi nada que ele estava dizendo. Hesitante, ergui uma mão e toquei sua bochecha devagar, ele arregalou os olhos em surpresa, como aquele toque me parecia tão real? Segurei o outro lado do seu rosto e olhei bem em seus olhos, ele enrubesceu e senti o calor do sangue acumulado em suas bochechas.

- Você me entende? – Perguntei baixo ainda o olhando nos olhos, ele contraiu os lábios e olhou ao redor. Perguntou alguma coisa e ninguém respondeu. – Tudo bem, er... ¿Hablas español? – Outra expressão confusa. – English? – Ele sorriu e confirmou. – Okay, how did I get here? Where am I? (Okay, como eu vim parar aqui? Onde estou?)

- We found you in the balcony unconscient, so we brought you inside and waited for you to wake up. You're at U.A, we are the class 1-A. (Nós te achamos na varanda inconsciente, então te trouxemos para dentro e esperamos você acordar. Você tá na U.A, nós somos a turma 1-A). – Eu sabia bem quem eles eram, só não estava acreditando ainda que eu estava em... Bati a mão na testa assim que percebi o que estava acontecendo, mas que universo filho da puta, eu nem sabia que isso realmente poderia acontecer na vida real.

- I might have an idea of how I ended up here. (Eu tenho uma ideia de como vim parar aqui). – Respirei fundo e deixei uma risada irônica escapar. – But I need to talk with someone first. Are Toshinori and Aizawa in the building? (Mas eu tenho que falar com alguém primeiro. Toshinori e Aizawa estão no prédio?) – Izuku me olhou espantando e olhou alarmado ao redor. Eu disse alguma coisa de errado?

Estou em um ISEKAI?!Onde histórias criam vida. Descubra agora