Quando o céu começou a clarear, entrei e me enfiei debaixo dos cobertores, esperei alguém acordar para eu fingir estar acordando também. Um tempo depois, desisti de esperar outra pessoa, levantei fazendo barulho e fui até a cozinha. Bebi um copo d'água e fiquei encostada no balcão olhando o copo, tudo parecia tão real, era estranho. Virei e fiquei observando todo mundo dormindo, esperei por mais um tempo e desisti. Revirei os olhos e abri a geladeira, peguei um iogurte esquisito e uma maçã. A mistura mais esquisita que já fiz na vida, mas não foi tão ruim.
Já que não tinha mais nada que eu pudesse fazer para indicar que eu estava acordada, resolvi fazer logo minha sessão de alongamento diário. Troquei a calça de pijama pelo short que Momo tinha feito para mim, voltei para o vento frio da varanda e fiquei um pouco sentindo o calor dos raios solares em minha pele. Depois de me aquecer um pouco, sentei no chão de pernas cruzadas e comecei com uma meditação simples, uma ida ao meu lugar calmo para energizar meu espírito. Em seguida iniciei os alongamentos. Primeiro o pescoço, os braços, o tronco e por último as pernas. Olhei para a mureta e tive a brilhante ideia de utilizá-la como barra de apoio, eu era um pouco baixa, mas se ficasse na ponta do pé, dava certo. Aqueci as panturrilhas primeiro e fiquei na ponta do pé, coloquei a perna esquerda em cima da mureta e alonguei, repeti o processo com a outra perna e finalizei tudo com uma oração ao deus Pan.
- Bom dia, Marina. – Me assustei muito ao entrar e ver um grupo reunido na janela.
- Bom dia...? O que estão fazendo aí? – Perguntei desconfiada.
- Nada de mais, só apreciando sua flexibilidade. – Mina falou com um sorriso malicioso.
- O quê? – Senti meu sangue deixar meu corpo e se concentrar em meu rosto.
- Você ainda tem osso? – Uraraka perguntou.
- Vocês não tem mais o que fazer não? Tipo ajudar uma velhinha a atravessar a rua ou salvar um gatinho de uma árvore. – Comecei a dialogar para disfarçar o constrangimento.
- Não. – Jiro disse. – Queremos aprender a fazer o que você fez.
- Não tem segredo, é só se esticar. – Dei de ombros ao terminar a frase. – Agora, sabe o que seria bem legal? Eu conseguir algumas roupas.
Elas gritaram histéricas, fazer parte do Bonde era ensurdecedor. Fomos para um shopping próximo, minha segunda decepção naquele mundo, era exatamente igual aos shoppings que eu frequentava. Não sei como conseguiram aquilo, mas eu tinha recebido um vale-presente para comprar o que fosse preciso para me manter na U.A. Comprei umas roupas simples e um coturno preto, depois disso fomos almoçar na praça de alimentação, comi um crepe e bebi suco de laranja. Senti falta do feijão com arroz e carne de antes, as meninas olharam para o meu prato com um único crepe e perguntaram se eu iria comer só aquilo, respondi que geralmente comia menos e elas ficaram surpresas. Depois voltamos para o dormitório com sacolas e mais relaxadas, deveria ser chato ficar enclausurado ali a semana inteira, aproveitei e comprei alguns livros também, meu tempo não iria se passar sozinho.
- Vocês compraram o shopping inteiro? – Kirishima perguntou olhando as sacolas.
- Comprei o essencial. – Ouvi uma risada nitidamente forçada ao meu lado.
- Se necessário signifique comprar quase vinte livros, então sim, ela comprou o necessário. – Tooru falou, ela que estava carregando os livros, dei de ombros e coloquei minhas sacolas num canto.
- Então, não tenho quarto. – Virei para as meninas. - Quem vai...
- Isso já foi resolvido. – Virei para Izuku.
- Construíram um quarto para mim? – Perguntei desconfiada e ele negou com a cabeça.
- Vou dividir o quarto com você - Vários gritos e agitação desnecessária surgiram com a fala dele.
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Estou em um ISEKAI?!
Fanfiction[SENDO REESCRITA] Marina acorda dentro do mundo de Boku no Hero, mas não sabe como foi parar ali ou o porquê. Será que irá conseguir achar seu caminho de volta e o mais importante: será que vai conseguir lidar com a manifestação de uma quirk estranh...