Capítulo 12

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Yana Kimi

Umas semana depois...

Hoje é o aniversário da Lili e ela vai fazer uma festa para comemorar. Já tem dias que estou pensando em qual presente vou lhe dar. Quero que seja algo significativo, que realmente ela vá usar e lembrar de mim.

- Moça,  você já escolheu o que vai querer? - A atendente da loja me tirou dos meus pensamentos.

- Ainda não.  - Estava decepcionada. Passei a semana toda procurando alguma coisa, mas nada parecia o certo.

- É um presente? - Perguntou.

- Sim

- E é para alguém especial?

- Muito especial.

- Ok. Quando você pensa nessa pessoa o que vem na sua mente? - De imediato pensei na palavra Amor. Essa palavra é tão irreal pra mim e Lili. Por isso falei.

- Amizade.

- Então estamos procurando um presente para uma amiga. Ótimo,  já estamos fazendo progresso. - A atendente sorriu.

- O que você sugere? - Perguntei.

- Há quanto tempo vocês são amigas?

- 5 anos.

- Uma longa amizade. E se você comprar esse colar  que diz: Amizade eterna? - Ela falou alegre. Eu até pensei na possibilidade, mas se eu compra-se, isso só ia confirmar que não tenho chances nenhuma de ser algo a mais para Lili.

- Você não tem nada que diga: Adoro sua amizade, mas você não percebe que te amo? - A atendente gargalhou dessa vez.

- Entendi. Bom, eu não tenho nada tão direto, mas tem esse cordão.  - Ela me apontou no balcão.  O cordão era de ouro,  sua corrente era fina e tinha um pingente com os dizeres: I Love you. Que clichê! Eu não daria aquilo para a Lili.

- Acho que isso é bem direto. - Comentei.  Continuei a olhar as joias na vitrine.

- Se você não quer dizer com palavras, talvez possa dizer com algum objeto. Temos uma sessão de pingente bem ali. - Ela apontou a vitrine do outro lado da sala.

- Tudo bem, vou dar uma olhada.

- Qualquer coisa,  pode me chamar. - Confirmei e fui até o outro lado da sala. Na vitrine tinha pingentes de corações,  animais, carros, ursinhos. Porque era tão difícil comprar uma presente? Talvez porque você não quer que Lili tenha mais um cartão, um chocolate,  um ursinho ou uma roupa. Minha consciência acusou. Era verdade, já tinha dado tudo aquilo para a ela. Mas esse ano seria diferente. Depois da viagem eu não conseguia parar de pensar nela nem um minuto. E acredite se quiser, já pensava bastante antes.

Se tudo ocorresse como planejado, essa noite me declararia para a Lívia. Estava decidida. Esse sentimento está tão forte que eu não consigo mais guardar. Tenho que fazer alguma coisa se não vou enlouquecer. Meus olhos se prenderam em um pingente diferente de todos os outros. Ele era perfeito, como se tivesse sido feito especialmente para nós.  Acho que agora Lili vai entender que não quero apenas sua amizade.

Lívia Duarte

Quando decidi fazer uma festa de aniversário, não sabia que daria tanto trabalho. Finalmente terminei tudo e agora estou me arrumando no meu quarto. Já consigo ouvir as vozes dos convidados lá em baixo. Estou ansiosa porque meu pai disse que viria. Não quero criar expectativas, afinal ainda não confio nele.

MEU PRIMEIRO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora