Capítulo 6

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Estávamos no quarto da Maine esperando uma ligação de Orlean.

O clima ainda estava meio tenso. As gêmeas saíram do meu quarto na noite anterior, e meu pai logo entrou em contato com o Palácio de Orlean, para que fossem tomadas todas as providências para que fôssemos embora da Rússia. Passamos o dia em silêncio, como se nada houvesse acontecido. Frederick insistiu na história da aliança e dessa vez meu pai disse que muito em breve teria sua tão esperada resposta. O resto de nós ficou em seus respectivos quartos "ocupados"... e meu tio insistia em arriscar na aliança, pois havia chance de não ser armação. Erick Orlean gostava de correr riscos, mas Nicolas Orlean não.

Evitei Irina o dia inteiro. Não queria nem olhar para ela. Era difícil acreditar que alguém tão doce usava uma máscara tão bem feita. E pior era que meus sentimentos por ela evoluíram, apesar do pouco tempo, de uma forma real. Mas eu não tinha certeza se alguma das coisas que ela havia me dito eram verdades. Talvez fizesse parte do plano do pai. Agora eu realmente entendia a sensação de um coração partido e de ser traído. Estava me sentindo um idiota.

Quando a encontrei ela me perguntou se Logan havia me dito algo. Perguntei se ele tinha algo para me dizer e ela somente negou, satisfeita. Foi difícil fingir que estava tudo bem. Como ela podia ter feito isso comigo? Enquanto ao Logan... ainda não havia tido oportunidade para me desculpar, embora sentisse que ele já havia me perdoado. Já vivemos algumas situações desagradáveis, e algumas delas... muito complicadas. Por esse motivo desconfiei de Logan. Mas não devia ter feito isso. Me sentia, além de tudo, um péssimo amigo.

Maine estava tentando conectar a ligação com Orlean. Eram seis da tarde na Rússia, devia ser de madrugada em Orlean. 00h00 mais precisamente. Meu pai entrou em contato com Mallyn, Ingrid e Roberta, e se certificou que as três resolvessem tudo para nossa partida. Meus pais ainda não estavam ali, pois tinham num café especial com o Rei e a rainha da Rússia; também fugindo que tudo estava bem.

— Logan — O chamei e ele me olhou, sentando ao lado de Maine no computador portátil que havíamos trazido. Fazer contato pelos aparelhos da Rússia poderia ser perigoso. Que bom que minha mãe era precavida. — Me desculpe. Não devia ter duvidado de você.

— Imagina. Não tem problema.

— É sério, foi estúpido...

— Joshua. Está tudo bem. Nunca me apaixonei, mas imagino que o amor nos deixe cego em alguns casos. Não tem problema. Não fiquei chateado.

— Então... amigos? — Estendi a mão.

— Ah, dá um abraço aqui, bonitão. — Ele ignorou minha mão e me abraçou forte.

— Boa noite? Conseguem me ouvir? — Olhamos para o computador. A imagem do comitê do Palácio surgiu na tela. — Estão todos juntos?

— Estamos ouvindo bem. Nossos pais ainda não chegaram. — Disse Maine, mexendo nos botões para ajustar o som.

Ingrid, Mallyn e Roberta estavam no escritório de meu pai, onde a conexão de internet do Palácio era simplesmente perfeita. A nossa já não era tão boa, mas precisávamos falar com Orlean urgente.

— Olá, Mallyn! — Logan deu um tchauzinho que foi retribuído por Mallyn, literalmente, do outro lado do mundo. Vi as meninas olharem para Mallyn e sorrirem.

Não entendi nada.

— Conseguimos entrar em contato com China e pegamos as informações que precisam. Não vão acreditar no que descobrimos! — Disse Roberta, segurando alguns papéis.

— Como conseguiram falar com a China tão rápido? — Perguntei. Normalmente um contato com a China demorava em média 4 dias para ser feito. Pois o pedido ao país ia para "lista de espera" e na maioria das vezes eram os assistentes do Imperador que falavam e não ele próprio. Mesmo meu pai, que tinha o número pessoal do imperador tinha que falar com os assistentes dele antes. Não era exatamente fácil falar com o país mais importante do mundo.

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